Tudo bem florescer assim?

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Um vento mais gelado e forte cortou o ar, fazendo as grossas cortinas vermelhas dançarem.  Se podia ouvir um uivo solitário no fim . Uma chuva repentina caiu na noite passada, e com ela o alívio do clima quente a qual vinha assolando aquela cidade a dias.  O ar carregado e úmido, fazia com que estranhamente o dia fosse animado. Está mais fresco , o cheiro da terra úmida entrava pelas janelas entreabertas, enquanto a luz fraca de um dia nublado atravessa as frestas.

— Já é de manhã.— Asta reclamou, enquanto se virou na cama, se deparando com uma manhã ainda nublada. Ele tinha uma cara tediosa, os dias eram bem rápidos, pouco mais de uma semana tinha se passado. Para o desgosto de Asta, não foi nada do que ele imaginou , uma semana onde ele apenas resolveu problemas internos de Mereoleona.

— Espero que algo aconteça hoje.— ele resmungou enquanto se levantava para se arrumar. A mente do jovem pulou a alguns dias atrás,  da sensação estranha que foi ter que explicar como ele acabou ali. Mas isso nem chegava ao ponto de Yuno o questionar sobre, porque dele ter aceito aquilo. Asta no fundo apenas aceitou para ser mais forte, para poder se vingar sem nem um objetivo mais nobre. 

Mas agora, tudo parecia ter voltado contra ele. Sete dias, e o mesmo já estava surtando.  A Vermillion jogou quase todas as coisas chatas em suas mãos, desde ler documentos e mais documentos, a lidar com propostas de casamentos. Aata ligou com diversos tipos de pretendentes, redes os   que tinham a coragem e estavam confiantes,  ou realmente só foram porque eram obrigados. Dos pretendentes apenas dois ficaram, e Asta agora se perguntava se eles sairiam vivos do jantar com a mulher.

—Bem… acho melhor ir.— Com ainda era bem cedo, os empregados ainda corriam para fazer o desjejum matinal, se podia ouvir os passos rápidos de empregados que subiam e desciam pelos corredores laterais os Palácio , o cheiro da lenha que queimava criando uma fumaça esbranquiçada que subia, de forma fantasmagórica até o céu,  e então sumir.

Asta passou por eles, os cumprimentando, enquanto se diria até onde acharia a leoa de Clover, sentada olhando para o horizonte , de muito longe, ela observava o céu sem cores, as vezes por entre as nuvens era era visto um feixe ou dois do sol, que passava às pintado com cores que sim de um amarelo claro a um laranja avermelhado vivo.

—Pela sua cara, eles ainda vão tentar. — Asta falou vendo a mulher, o olhar de forma pesada, antes de com sua magia o golpear com força na cabeça. Aata sentiu sua cabeça doer e girar pela enorme pancada.

—Pior, tá todo mundo enchendo o raio do saco. "Mereoleona você já tem trinta e cinco anos, ano que vem você faz trinta e seis, ache logo um homem se case e tenha filhos" por mim eles todos podem ...— Ela reclamou alto o bastante, enquanto quando citou o que lhe falaram , sua voz ficou estranhamente doce, enquanto seu rosto era tomado pela vontade de gritar. Asta a olhou, ela era um espírito livre de mais , se casar apenas para pôr um filho no mundo a mataria, se não de desgosto de raiva … talvez o marido dela morresse antes.

— Você não quer ter filhos e se casar?— Asta a perguntou enquanto a mulher suspirou de forma pesada, deixando o ar escapar por seus lábios, seu rosto estava irritado ao mesmo tempo, um pouco triste.

—Eu não quero um fracote, achando que sou propriedade dele. O problema não é ter um filho. O problema é que eles querem que eu seja casada para ter um. Talvez não saiba mais, já tentei ser mãe algumas vezes.— Asta  a olhou, enquanto sua mente parecia borbulhar a mil, aquela mulher tinha um olhar pesado. Ao mesmo tempo determinado, ela estava lutando contra os próprios interesses da corte, enquanto tentava achar um espaço para suas próprias ambições.  O silêncio repentino a vez se virar para Asta, com aquele olhar de quem iria o atacar caso não gostasse do que iria ouvir.

— Então não vai me dizer que não posso só engravidar, e ser mãe solteira seu…

— Minha mãe criou, meu irmão e eu sem ninguém.  E ela foi a melhor. Então porque deveria a repreender por isso.— Asta falou, era estranho aos poucos ele notou que estava mudando, não era como se ele fosse largar sua vingança.  Mas era como se mais coisas o preenchesse,  aos poucos era como se pequenos objetivos se formassem ao lado do grande pilar de raiva a qual ele tinha, e aos poucos apaziguar-se o ódio. Mas não totalmente , mesmo em paz Asta ainda podia escutar os berros desesperados em sua mente, a vontade de matar e retalhar Lucefero. 

Chamas do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora