Sete

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Tão vazio quanto seus pensamentos, estava o grande salão. Seu coração batia em seus ouvidos e o mesmo alarme soou em sua cabeça quando colocou os pés ali dentro, logo depois de fugir dos toques carinhosos de Neji.
Com medo de saber o que aconteceu naquela sala de reunião logo depois que saiu, subiu as escadas em direção aos seus aposentos. Nunca em sua vida o viu tão reprimido, e mesmo que ele não a tivesse visto não teria alternativa a não ser tocar no assunto. Queria entender o que havia visto e o motivo de tudo ter acontecido, cansada de toda essa sua vida turbulenta respirou fundo e entrou empurrando a porta devagar.
Sentado na beirada na grande cama que tinha seu dossel aberto, deixava apenas seu corpo a mostra. Descalço e sem sua máscara, tinha seus cabelos molhados e não vestia camisa. Sakura sabia que seu amado não estava em si, já que ao vê-lo daquela forma seu coração apertou.
O silêncio era tão pesado quanto o ar que tentava entrar em seus pulmões, tentando não fugir, Sakura buscou um de seus vestidos leves e seguiu para a sala de banho. Lavaria seu corpo na tentativa de tirar todo o seu dia maçante de seu corpo.
Saiu devidamente vestida e Kakashi havia deixado apenas uma fenda do véu aberto, o medo de entrar ali batia em Sakura diversas vezes. Seu estomago doía por ter passado o dia sem se alimentar e pela ansiedade que assolava sua cabeça.

Sem coragem e sem forças ela segurou a saia de seu vestido e subiu na cama fechando o restante do véu.

Ele mantinha a cabeça baixa, Sakura se arrumou e sentou em seu lugar de costume. O silêncio durou uma eternidade, e ele apenas respirava fundo enquanto olhava para os próprios dedos. Sabia muito bem que ele tinha algo para lhe dizer e mesmo ansiosa lhe deixou ter o tempo que precisava.

— Sakura... — Chamou seu nome, enquanto subia o olhar para encontrar o seu.

Sakura sentiu seus olhos esquentarem, não queria realmente saber o que havia acontecido.  Ele estava exposto e tão cabisbaixo que já imaginava o que havia acontecido.

— Não... — Disse, abaixando a própria cabeça. — Por favor, não me diga o que aconteceu hoje.  Eu não quero saber, só me responda uma coisa.

Ele arregalou os olhos minimamente e concordou.

— Tem sentimentos por ela? Digo, sente algo forte como diz sentir por mim?

— Não, Sakura. — Disse rouco. — É uma coisa totalmente diferente, nunca a amei ou tive qualquer sentimento que fosse além do respeito. — Disse exalando.

— Então porque deixou ela o tratar como um escravo? Ela fez tão mal a você e não fez nada para impedi-la.

Ele esticou a mão, Sakura não queria saber, mas se não o deixasse falar ficaria remoendo aquilo. — Eu a conheci quando ainda era muito novo. — Respirou fundo. — Ela quem me ensinou a apreciar tudo o que faço ao seu corpo no calabouço, ela me ensinou a descobrir os pontos sensíveis que a fazem suspirar, Sakura.

Sakura apenas olhava para ele sem saber o que dizer, não saia qualquer coisa que fosse de sua boca.

— Sabe quando a levo para o calabouço e a faço me obedecer sem questionar? — Sakura acenou calada. — Você consegue resistir aos meus comandos? — Ela negou, era verdade. Não conseguia negar. — Passei tanto tempo debaixo das mãos dela que já não sabia viver sem os comandos dela, como você havia dito, eu era seu escravo. Mas não como os de guerra, ela abusava do meu corpo em busca do próprio prazer. E com Shikamaru era a mesma coisa. Meu pai nos levou para essa vila, ainda jovens e inocentes, fomos deixados em suas mãos, era nossa cuidadora quando não estávamos debaixo dos cuidados de Tsunade. E desde então ela tem um poder absurdo sobre a nossa vida, quando eu sai de lá jurei para mim mesmo não deixar ninguém me subjugar como ela fazia. — Ele pausou respirando fundo. — Mas pelo jeito acho que não funciona assim, ela ainda ter certo poder. Mas não é por eu sentir algo, porque não tenho nenhum sentimento por ela que não seja o ódio, mas ainda tem certo controle sobre mim.

Aos Seus Pés - Parte 3 - Kakasaku/ShikaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora