Aos Seus Pés - Parte 3 - Kakasaku/ShikaSaku

Dezessete

Shikamaru

O sentimento de desespero era completamente palpável dentro do quarto, a chance de terem cavado a própria cova era tão grande quanto os limites do campo. A fuga de uma mulher como ela era a certeza de que estavam perdidos, se aproveitaram dela e a humilharam de uma forma que ela jamais deixaria barato.
Podia ver o medo nos olhos de Sakura, que havia se levantado rápido e vestia sua roupa com desespero. Kakashi estava parcialmente vestido e segurava firme a corrente que estava presa na tira de couro que prendia Kurenai, o ódio que ele fazia emanar de seus poros eram visíveis.
Após terem se amado intensamente naquela grande cama, o medo havia tomado conta de todos naquele cômodo. Shikamaru se levantou e se vestiu rápido, teriam que achar aquela mulher antes que fizesse algum mal a alguém.

— Akumi e Hiroki estão com Tenten em algum lugar pelo castelo, antes de procurarem por ela, procurem por eles. — Sakura implorava, seu medo era avassalador.

Kakashi a puxou e beijou seus lábios rapidamente. — Vamos acha-los, não fique sozinha Sakura. — Ela acenou e ele sumiu pela porta afora.

Sakura se virou para ele e Shikamaru podia ver o medo escorrer por suas orbes verdes, ele avançou e a tomou nos braços, agora podia lhe dar o conforto sem medo.

— Tenho medo, querido. — Era tão doce para seus ouvidos ser chamado assim por ela que poderia enfrentar o mundo por ela.

— Não se preocupe tanto, vamos encontra-los antes dela. —Disse e puxou seu rosto molhado para que o olhasse. — Fique aqui dentro e tranque a porta, não a abra em hipótese alguma. Ela tem tanto poder sobre você quanto tem conosco e não me perdoaria se a visse daquele jeito novamente.

Sakura acenou e Shikamaru tocou seus lábios com carinho, beijou sua amada e a deixou dentro do quarto. Esperou ouvir o trinco ser passado e a porta fixar, saiu em direção as escadas e desceu com pressa. Kakashi batia as portas da grande cozinha as trancando em seguida, entrou na sala de refeições e fez o mesmo processo.

— Reviste as salas e as tranque em seguida, assim ela não terá como passar muito mais tempo se escondendo. — Kakashi disse lhe entregando o molho de chaves que tinha de reserva em seu bolso.

— Achou os meninos? — Perguntou enquanto seguia para dentro do corredor do andar de baixo.

— Vamos acha-los. — Disse seguindo para dentro do calabouço.

Shikamaru acenou e seguiu para a primeira porta do corredor, a revistou e a trancou em seguida. As salas de descanso permaneciam vazias e intocáveis, Shikamaru abriu a porta do quarto que havia sido designado a ela e o vazio era o dono do lugar, mas em cima da cama três objetos o fez tremer todos os ossos de seu corpo.
Nada no mundo o faria pensar que ela seria tão louca a ponto disso, três tiras de couro estavam esticadas em cima da comprida cama. Com certa dificuldade em se mexer, se forçou a entrar naquele quanto e o vasculhar antes de parar em frente a cama. As grossas tiras com as argolas que tanto conhecia estavam alinhadas e as correntes que prendiam ali seguiam até o fim da cama.

— Shikamaru! — Kakashi entrou e se pôs ao seu lado. — Mas que merda.

— Temos que achar ela antes que nos ache, não sei se seria forte o suficiente para resistir a força dela.

Kakashi colocou a mão em seu ombro, não precisava explicar o motivo, ele entendia e não o questionava. O aperto de seu ombro aumentou e o tirou do começo de seus devaneios.

— Vamos, não deixarei que ela consiga. — Disse puxando seu ombro. — Temos uma mulher para proteger e consequentemente duas crianças, seja forte elas também precisam de você.

Não era mentira, com esse relacionamento viria o pequeno e agora teriam que arcar com a vida do menino mais velho. Shikamaru acenou tentando buscar alguma força dentro de seu peito, lutaria contra ela até não ter mais forças. Kakashi pegou as coleiras e tirou dali, Shikamaru trancou a porta, continuou sua revista enquanto seu amigo ia para o outro lado do corredor. Seguiu para a ultima porta depois de revistar todos os cômodos daquele corredor, abriu as portas da grande sala de banho. Entrou devagar e tudo parecia vazio até que ouviu o riso de Akumi.