Treze

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Kakashi

O ódio era uma coisa que ultimamente estava tomando conta de seu ser, sua primeira explosão havia sido com Sakura e depois de ficar em pânico por ela ter visto sua fraqueza tão de perto não deixaria com que ela o subjugasse outra vez.
Subiu determinado as escadas de seu calabouço e do grande salão podia ouvir a gritaria. Entrou na sala de refeições e cena deplorável daquela mulher o deu mais força para que tirasse aquele maldito controle de suas mãos.
O menino que tentava se esconder no canto da sala estava vermelho, com os braços e rosto arranhado ele se afundava com a cabeça entre as próprias pernas. Enquanto ela berrava e o acertava diversas vezes sem que o deixasse respirar.

— Imprestável! — Gritou acertando o menino com parte de alguma corrente. — Inutil, maldito o dia que eu tive que te carregar!

Kakashi parou por um tempo e apertou forte o cabo fino da comprida palmatória que carregava, não entendia em todo o seu ser como ela podia ser uma mulher tão cruel. E como era tão parecida com ele e Shikamaru, ela fazia o mesmo. Quando não obedeciam ou faziam qualquer coisa que fosse, derramava seu ódio em suas peles.
Kakashi tomou um pouco mais de folego e prendeu o ar em seus pulmões, seguiu em silencio para as costas da mulher que tanto machucou sua vida e de Shikamaru, que agora afligia o menino pelo que parecia sem motivo algum.

— Não deveria ter tido um filho daquele imprestável do Jiraiya! — Gritou e Kakashi sentiu seu sangue ferver, não havia lhe contado a verdade, se quer lhe dito o nome do menino.

Kakashi deixou o ódio tomar seu corpo e segurou a mão que fazia aquela pesada corrente bater nas costas da pequena criança, que em silencio soluçava.

— Tenten! — Gritou. Kurenai o olhou confusa e furiosa, provavelmente por ter parado uma de suas correções, odiava ser interrompida. A pequena mulher de tranças saiu da cozinha com tanto receio que quase não apareceu, ele apertou firme o pulso de Kurenai que ela rosnou pela dor. — Por favor, leve meu pequeno irmão para o meu quarto e peça para que Shikamaru desça. Teremos uma conversinha com Kurenai, que por tempo foi adiada.

Ela passou pelos olhos avermelhados que a fuzilava e ao tocar no menino ele gritou  e se encolheu ainda mais, o ódio no peito de Kakashi o fez rosnar inconscientemente pelo que o menino estava passando. Esmagou com força o pulso dela que berrou tentando acerta-lo de qualquer forma que pudesse, Kurenai transbordava ódio mas não chegava aos pés da fúria que Kakashi e Shikamaru carregaram durante anos.
Tenten conseguiu tira-lo do transe de dor que estava e o levou rápido para fora da sala de refeições, não bateria em Kurenai. Não era esse tipo de homem, mas a torturaria da pior forma que ela havia ensinado a ele.

— Me solte! — Berrava tentando acertar suas quando começou a puxa-la porta a fora da sala de refeição. — Eu o deixarei em trapos, Kakashi! — Gritava louca.

Kakashi junto ainda mais seus dedos fazendo com que ela gritasse pela dor, — Veremos hoje quem é o verdadeiro trapo, Kurenai. Ensinarei ao meu filho e ao meu irmão a jamais terem uma mulher como você, antes uma das prostitutas do castelo que uma bruxa como você.

Ela arregalou os olhos e Kakashi viu o brilho de raiva que havia neles mudarem, o estalar de realidade que caiu sobre seus ombros fez Kakashi sorrir. O desespero que ela não demonstrava em seu corpo transbordava por seus olhos, intenso e completamente gratificante.
Puxou a mulher com extremo ódio enquanto atravessava o grande salão, deixou seu calabouço aberto e a arrastou degraus abaixo como o animal que ela adorava transforma-lo, e que por um tris não fez de sua esposa um.
Empurrou a última porta com o pé e a jogou para dentro, sem controle sobre seu corpo ela se debateu como uma criança em seu peito. Puxou a corda que o prendeu a pouco e fez o mesmo, sempre foi mais forte que ela fisicamente mas o controle que ela tinha sob sua mente era completamente massivo e o tornava fraco.
Sob gritos e prostestos a ergueu na corda, diferente de como fazia com Sakura tirou seus pés do chão, seus dedões arrastavam apenas a leve poeira que o chão de seu calabouço tinha. Mesmo presa se debatia como um grande peixe, Kakashi riu desacreditado do que estava fazendo finalmente depois de anos.
Colocaria aquela megera em seu devido lugar.

Aos Seus Pés - Parte 3 - Kakasaku/ShikaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora