Hiroki dormia em seu peito como Akumi fazia, e a saudade batia forte em seu peito. Como não queria seu pequeno no meio de toda aquela confusão o melhor era ser cuidado por Ino.
Sakura acariciava os cabelos claros do menino enquanto ele ressonava baixo, podia ver suas costas marcadas por ter sido açoitado, tão pequeno e tão maltratado por aquela mulher.
Não tinha garantia alguma que eles conseguiriam pega-la e fazê-la pagar por o que havia feito, mas confiava cegamente que não deixariam a injustiça que fizeram a esse menino passar em branco. Ali, com seus braços ocupados se viu imaginando o que lhe aconteceria se Kurenai a subjugasse, seu poder era tão imenso que não precisou de amarras para se manter em extrema paralisia em um grande silêncio. Não se lembrava como havia recebido o golpe que lhe ardia o rosto mas se lembrava da sensação de impotência por seu grande poder.
Não podia em hipótese alguma julgar seu marido e Shikamaru por terem sido presos por correntes imaginárias por tantos anos, Sakura podia ainda sentir os efeitos da humilhação que sentiu ali.
Lembrava de alguns momentos como Shikamaru tentando estar em seu lugar e implorando por sua soltura, dos seus olhos escuros suplicando para que o tivesse em seu lugar. Podia ver a muitos lotes de distância o quanto ele era afetado por ela e mesmo assim ficaria em seu lugar sem pestanejar.
Não duvidava que eles podiam estar em posse de Kurenai ou ela em posse deles, não queria imaginar o que fizeram a ela. Mesmo que a tenha humilhado na frente de Shikamaru, não desejava mal algum a ninguém.— A senhora quer que eu troque o tecido por um mais frio? — Tenten a tirou de seus devaneios.
Ela sorria docemente e Sakura a invejou por certo momento, Shikamaru tinha uma linda mulher e ela era tão doce e meiga como uma flor. Ela tinha um ótimo homem ao seu lado.
— Obrigada, querida. — Disse colocando Hiroki ao seu lado da cama.
Era um garoto tão bonito quanto seu marido, os traços não negavam suas semelhanças. Tenten voltou e lhe entregou o tecido, frio e úmido.
Quieta, a moça seguiu para o banco do outro lado do quarto, o quarto foi aberto minimamente e os olhos perolados que um dia lhe deu um certo tipo de conforto e lhe rendeu grandes marcas de açoites.— Senhora. — Ele pediu antes de se por dentro dos limites dos aposentos.
Sakura acenou, não tinha mais o que esconder de ninguém. Provavelmente muita coisa deve ter acontecido e se espalhado pelos limites da vila, uma reputação que ela merecia com verdade.
— O que quer, Neji?
Ele fez uma breve reverência e segurou a mão espalmada no próprio peito.
— Antes de fazer sua guarda como me foi ordenado, gostaria de lhe pedir perdão. — Começou. — A senhora que chegou a poucos dias conseguiu me... — Pausou por tempo. — Acabei me submetendo e me perdendo, não quis lhe causar qualquer mal aceitarei minhas punições de bom grado desde que a senhora me perdoe.
Sakura se levantou e tocou seu ombro, — Não se preocupe, está perdoado. Apenas não se deixe ser levado novamente, já faz minha guarda a muito tempo e quero que continue nela. — Lhe disse com um sorriso doce. — Mas isso não se repetirá mais.
Ele sorriu e acenou, com a mão no peito se virou para sair e o viu parar por alguns segundos. Os olhos da morena que estava no canto de seu quarto desviaram com rapidez e a viu corar.
Sakura surpresa sorriu, algo que não podia ser escondido. Shikamaru teria muito trabalho.— Senhora Sakura. — Se despediu. — Senhorita. — Disse em direção a Tenten que sorriu minimamente e desviou o olhar constrangida.
Sakura voltou para o seu lugar na cama e se sentou, sua preocupação era algo que não queria passar e isso a estava deixando completamente desestabilizada.
Imaginou diversas coisas, mas a que menos desejava que acontecesse era que eles tivessem sido pegos por Kurenai novamente.
Sakura apertou os dedos com a ansiedade e como uma onda Kakashi entrou nos aposentos, seu coração bateu forte nos seus ouvidos e sem dizer qualquer coisa avançou em sua direção. Abraçou forte seu corpo e afundou o rosto na curva de seu pescoço, ele estava suado e respirava forte em seu pescoço.
Podia imaginar o quanto exigiu de seu corpo ir contra o que estava acostumado, depositou um beijo na pele sensível dali e a olhou nos olhos.
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Aos Seus Pés - Parte 3 - Kakasaku/ShikaSaku
Hayran KurguTerceira parte Seu muro se abalou e suas estruturas tremeram. Seu mundo estava prestes a ruir.