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— Por favor, Nathalie!

— Eu já abri a exceção do almoço, Adrien. Se seu pai souber, eu posso perder meu emprego!

— É que... É que ela é minha namorada — falei, por fim.

— Como assim namorada? Adrien, você está namorando? Seu pai sabe disso?

— Ainda não... Mas eu vou contar pra ele. Não se preocupe com isso. — Esperei ela falar algo, mas isso não aconteceu. Então continuei: — Só que agora eu preciso encontrar com ela. O Gorila pode ir comigo, se não quer que eu vá sozinho.

Ela respirou fundo, antes de dizer:

— Certo! Duas horas! E mantenha seu segurança perto de você.

Assenti. Caminhei com o Gorila para fora de casa. Entramos no carro e fomos até a casa de Marinette buscá-la. Enviei uma mensagem para avisá-la que estava chegando. Minhas mãos suam. Estou nervoso demais. Preciso manter a calma. Cadê a segurança do Chat Noir uma hora dessas?

Gorila parou o carro em frente à padaria. A porta do lugar se abriu, revelando Marinette. Ela estava com um penteado novo. O cabelo repartido ao meio horizontalmente, metade preso, metade solto, e a franja penteada para o lado, como sempre.

Abri a porta e saí do carro, dando passagem para que ela entrasse. Assim, ela fez. Seu perfume invadiu minhas narinas. Um cheiro doce, como aqueles que usam nas lojas. O mesmo que senti em Ladybug, como Chat Noir no dia do zoológico. 

Entrei no carro e fechei a porta. Gorila deu a partida, enquanto colocávamos o cinto.

— Já disse que você fica linda de cabelo solto?

— Disse agora. — Ela sorriu. — Obrigada.

Ficamos nos olhando, enquanto nossos sorrisos se transformaram em um rosto sério. Seus lábios se entreabriram, assim como os meus. Nos aproximamos. Fechei os olhos. O carro deu um impulso, fazendo com que batêssemos nossas cabeças. Ela colocou a mão na testa, afastando-se. Eu esfreguei a minha, tentando amenizar a dor.

— Você tá bem? — perguntei, segurando o riso. O momento foi engraçado e imprevisível demais para levar a sério. Mas não sei se ela acharia isso, se eu desabasse a rir. Perdi a preocupação, quando ela não se segurou. Rimos. Gorila nos olhou para checar se estávamos bem. Eu confirmei.

...

Encontramos o André na Pont de les Art. Ultimamente, ele tem colocado muito seu carrinho lá. Dizem que o sorvete dele é mágico, que une os casais apaixonados. Eu, particularmente, gosto de acreditar que sim. Principalmente, porque ele escolhe os sabores que descrevem o casal ou a pessoa por quem você está apaixonado. Ele acertou comigo.

— Amora preta e menta — disse, o sorveteiro. — Mistura explosiva, com certeza. Mas juntar opostos é sempre uma beleza. — Estendeu o sorvete para nós.

— Obrigado! — falei, pegando-o. Caminhei com Marinette até o banco no meio da ponte. Gorila se afastou de nós, ficando em pé perto da escada. Acho que para nos dar privacidade. — Sabe... Esta é a minha primeira vez... — disse, pegando um pouco do doce, com a colherzinha.

— Tomando o sorvete do André? — ela perguntou, pegando um pouco do sorvete.

— Não... Mas é a primeira vez dividindo com uma pessoa. — Ela me olhou curiosa. Expirei. — O que eu quis dizer é que... você é a minha primeira parceira de sorvete. — Olhei-a. Tenho certeza que estou corado. Ela sorriu.

— Você também é o meu primeiro namorado — afirmou, abaixando a cabeça, tímida.

— Então, talvez esteja se sentindo tão perdida quanto eu. — Ela assentiu.

SIGNIFICA QUE EU TE AMOOnde histórias criam vida. Descubra agora