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•   Flashback   •

Minhas mãos estavam suando. Esfreguei as palmas na calça, a fim de limpá-las. Não consigo evitar o nervosismo. Natalie assentiu, depois de sair do escritório, confirmando a disponibilidade. Entrei no cômodo. Ele levantou os olhos da tela para mim. Engoli em seco.

— O-oi, pai — falei, tentando controlar a respiração.

— Aconteceu alguma coisa no colégio?

— N-não... Eu... Eu quero te dizer uma coisa.

— Pode falar. — Ele me olhou diretamente. Assenti.

— Eu estou namorando — falei de uma vez.

— Você está o quê? — Respirei fundo, enquanto acompanhava as sobrancelhas dele se unirem em um misto de confusão e incredulidade.

— Eu estou namorando uma colega de classe. O senhor a conhece. O nome dela é Marinette.

— A futura estilista?

— Sim! — Assenti, esperançoso com a aprovação dele.

— Não faz bem pra minha marca, que o meu modelo principal seja comprometido — falou, virando de costas para mim. Olhou a pintura da mamãe.

— Mas, pai... Eu a amo! Nós nos amamos! — Ele virou para mim e me encarou.

— Você a ama?

— Não importa se o senhor aprove ou não, eu vou continuar com ela. O senhor não pode me impedir de ter relacionamentos. Eu tenho uma vida!

— Você está parecendo sua mãe falando. — Ele sorriu em um tom nostálgico. Fiquei confuso.

— O que isso quer dizer? — perguntei.

— Sua mãe aprovaria — falou, voltando o olhar para o quadro. — Então, eu aprovo.

Por um momento, fiquei estático. Talvez, eu esteja alucinando. Ele se virou para mim com um sorriso. Caminhei até ele e o abracei. Ele retribuiu.

— Obrigado, pai! — disse, com a voz abafada pelo abraço.

— Quero que a traga aqui neste sábado para jantar conosco. — Levantei a cabeça para ele e assenti.

— Claro! Vou falar com ela.

...

— Não precisa ficar tão nervosa — falei, antes de passar desodorante no banheiro. O celular estava sobre a pia.

— Não tem como não ficar. É o Gabriel, Adrien! — Marinette disse, do outro lado da linha.

— É o meu pai! Ele gosta de você! — afirmei. — Não tem com o que se preocupar.

— Parece que o Gorila chegou aqui. Daqui a pouco, eu to aí.

— Vou te esperar na entrada.

— Tá bom! Beijos! — Pude ouvir ela beijar o microfone do celular.

— Beijos — repeti, sorrindo. Eu não costumava me despedir com beijos, até Marinette introduzir isso aos meus hábitos.

Vesti a camisa social branca e uma gravata preta. Quase um agente do FBI, pensei. Acho que estou exagerado, mas era o que Natalie havia separado para mim. Se era isso que faria meu pai me levar mais a sério, então eu vestiria.

SIGNIFICA QUE EU TE AMOOnde histórias criam vida. Descubra agora