— Você já parou para pensar que nós somos tipo um livro escrito pelos nossos pais? — disse Marinette. Estamos deitados no gramado do Jardim do Trocadéro, admirando o céu azul claro, enquanto o sol aquecia nossa pele exposta.
— Não apenas nossos pais. Eles são a nossa socialização primária, mas cada pessoa que conhecemos acrescenta algo em nós. Claro, se nós quisermos. — Virei minha cabeça para ela.
— Pensando bem, você é bem diferente do seu pai. — Ela me olhou de volta.
— Acho que eu sou mais parecido com a minha mãe. Tanto na aparência como na personalidade. — Inspirei a brisa relaxante de final de tarde, antes de voltar a fitar o céu.
— Você sente falta dela? — Ouvi Marinette falar baixinho. Talvez, por estar receosa com o questionamento. Ela tinha medo de me machucar. Que doce. Sorri e a olhei de novo.
— Todos os dias. Nós passávamos muito tempo juntos, quando ela estava viva — respondi.
— Desculpa... Eu não queria-
— Não tem problema. Eu sei que ela se foi e não me importo em dividir meus sentimentos com você. — Segurei a mão dela e trouxe até minha boca. Selei um dos nós dos dedos dela, assim como faço como Chat Noir.
— Se você pudesse trazê-la de volta, você traria?
— Isso é impossível... — Suspirei, desviando o olhar para o lado. Gorila estava degustando um sorvete ao longe. Quando virei, vi Marinette mais próxima de mim, deixando nossos rostos a centímetros de distância. Prendi a respiração.
— E se você precisasse sacrificar alguém? — Ela estava falando sério. Mas por que isso agora? Havia alguma forma de reviver pessoas? Isso teria alguma relação com os miraculous?
— Eu nunca prejudicaria o destino de alguém por algo que já aconteceu — falei, olhando-a fixamente. — Não em minha sã consciência. — Ela me olhou por um tempo, antes de selar nossos lábios em um beijo calmo. Deitei, deixando-a em cima. Ela se apoiando em seus cotovelos para não se chocar contra mim. Afastou-se e voltou a ficar ao meu lado. — Mas por que a pergunta?
— Foi só uma suposição. Não tem como reviver pessoas, não é mesmo? — O olhar dela demonstrava insegurança.
— Imagino que não... — Olhei-a, intrigado.
Silêncio. O celular dela tocou.
— É a Alya — disse, olhando o ecrã. — Vou atender! — Assenti. — Oi, Alya! O que aconteceu? — ... — Onde? — ... — Tá! Vou falar com ele. — Ela me olhou.
— O que aconteceu?
— A Alya tá chamando a gente pra uma festa no barco da Anarka. Vários da nossa turma estão lá.
— Por mim, tudo bem! Vou só falar com o Gorila antes. — Levantei e fui até o meu segurança. Marinette continuou no celular, confirmando a nossa ida. Gorila hesitou, mas falamos com Natalie pelo celular e ela permitiu.
Ele nos levou até lá e nos acompanhou até o barco, onde fomos recebidos por Alya e Nino. Luka percebeu nossa presença e se aproximou.
— Boa tarde — falou, estendendo a mão para mim. Cumprimentei-o. Ele fez o mesmo com a Marinette. — Juleka me contou de vocês. Parabéns! — Senti um tom triste na sentença. Mesmo assim, ele sorriu.
Ele e Marinette são bastante próximos. Imagino que, talvez, ele sinta algo por ela. Antes, já cheguei a pensar que estivessem juntos, pelo modo como se davam bem. Senti um frio percorrer minha barriga. Uma espécie de insegurança tomou conta de mim, mas eu não me deixaria levar pelos ciúmes. Não preciso. Luka não aparenta ser um cara que rouba a namorada dos outros. Ele demonstra estar conformado e feliz por nós.
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SIGNIFICA QUE EU TE AMO
FanfictionQuando Adrien descobre a identidade de Ladybug, muitas coisas acontecem. Mas será que isso seria realmente bom? [ Extensão do episódio Chat Blanc. ]