Visão da Marinette:Eu estou tão feliz em estar com o Adrien. Ele faz de tudo por nós e por mim. Parece até que a qualquer momento vou acordar e descobrir que tudo foi um sonho. Ou uma realidade alternativa.
Tudo está indo tão bem que sinto como se algo está prestes a dar errado.
Desci para ajudar os meus pais a repor o estoque da padaria, levando uma bandeja de macarons em formato de coração, quando vi Natalie adentrar a padaria. Me aproximei deles, curiosa.
Através do tablet, Gabriel falou sobre achar o meu relacionamento com o Adrien ruim para a marca dele e exigiu que eu parasse de ver o filho. Incrédula, falei que não fiz nada. Meu pai tentou me apoiar, dizendo que nós nos amamos e que Gabriel não podia decidir por nós. Porém, o mesmo ameaçou tirar o Adrien do colégio e afastá-lo de todo mundo.
— O Adrien não merece isso! — falei, depois de derrubar a bandeja que segurava.
— Então, faça a escolha certa.
Eu não respondi. Apenas chorei, pois não sei o que fazer, mas, para mim, a única opção é aceitar o que ele disse. Terminar com Adrien para que ele pudesse continuar com uma vida normal.
Meu pai os expulsou e me consolou, em meio à crise. Corri para meu quarto, me joguei na cama e chorei. A tristeza me estrangulava. Parecia que a minha garganta iria explodir.
— Marinette, o que você vai fazer? — perguntou Tikki.
— Vou terminar com ele — falei, com a voz no fundo da garganta. Engoli o choro, respirando fundo. Não quero ser akumatizada agora. — Eu vou dizer que não o amo mais. É melhor do que dizer que o pai dele fez isso, senão ele sofrerá muito mais. — Funguei.
— Você tem razão... — disse, triste.
— É melhor eu ir agora... — Levantei e olhei o céu nublado pela janela. Alguns pingos de chuva caíam do céu em um triste sereno.
Respirei fundo e vi o guarda-chuva que ele havia me dado no dia que nos conhecemos. Meu rosto se contorceu em tristeza e dor. Mordi o lábio inferior forte, tentando controlar a extrema vontade de chorar. Peguei o objeto e saí.
Meus pais me olharam curiosos, quando passei por eles. Falei que resolveria tudo de uma vez. Peguei o metrô para a casa dele. Ao chegar lá, fiquei em frente ao portão com o guarda-chuva cobrindo meu rosto. Não queria vê-lo. Não conseguiria.
Os portões se abriram.
— Marinette? Por que você não entra? Qual o problema?— perguntou ele, fazendo-me sentir uma pontada no peito.
— Adrien, eu... — falei, com a voz falha. Levantei o rosto, mas, ao vê-lo, desviei o olhar. — Me perdoa, mas não... somos feitos um pro outro...
— Do que você tá falando? É claro que somos! Nós nos amamos!
— NÃO! Eu... Não te amo... Não amo mais... — Saí correndo e chorando. Eu não consigo mentir mais do que isso. Não dá!
Parei na escada do metrô, não aguentando continuar... Minhas pernas não tinham mais forças.
Visão do Adrien:
Eu não podia acreditar que aquilo era verdade.
Como? Onde eu errei? Por que agora? Por que de repente? Algo está errado em tudo isso. Eu preciso falar com ela! Tenho que falar!
Depois de me ver implorar aos prantos, Gorila permitiu minha passagem pela porta e, quando eu estava descendo as escadas para ir atrás de Marinette, vi um akuma passar por cima de mim e voar na direção dela. Gritei para ela sair, mas não daria tempo. Eu não tive outra escolha a não ser me transformar e cataclismar a borboleta.
Foi o que fiz. Eu não permitiria que ela fosse akumatizada, nem que eu tivesse que arriscar minha identidade. Ela é a Ladybug. Não posso lutar contra ela. Não consigo. Seria meu fim e o de todos também.
— Adrien?
Olhei-a, triste. Soltei a borboleta pulverizada. Não tinha o que fazer. Era isso ou isso. Não queria revelar a minha identidade desse jeito. Não queria que as coisas fossem assim.
— Você ia ser akumatizada... Eu não tive escolha, m'lady — falei, sorrindo, por finalmente poder chamá-la por esse apelido.
— M'lady? Como você descobriu? Achei que nossas identidades tinham que ser secretas...
Ela soltou o guarda chuva e me abraçou. Fiquei surpreso com a aproximação repentina, mas retribuí o abraço na mesma intensidade que ela me entregou. Fechei os olhos e senti todo o sufoco dos segredos ir embora, ao mesmo tempo que uma nova preocupação surgia.
Eu me transformei não só na frente dela, mas também na de Gorila. Eu preciso pedir para ele guardar este segredo. Mas e se mais alguém viu? Abri os olhos e vi a rua vazia. Suspirei, afastando-me para olhá-la nos olhos.
— Desculpe, m'lady... Eu descobri sua identidade, quando você veio deixar aquele presente com seu nome civil...
— Então, a culpa foi minha...
— Não temos como voltar atrás.
— Devemos entregar nossos miraculous ao mestre Fu.
— Não! Estamos perto de descobrir a verdadeira identidade do Hawk Moth. Não podemos largar tudo agora! Resolvemos isso e depois contamos.
Ela passou um tempo processando. Esperei a resposta.
— Então, quer dizer que o Chat Noir é meu fã? — disse, pegando-me desprevenido. Mesmo assim, respondi:
— Eu nunca disse que não era.
O clima divertido ficou para trás, em pouco tempo. Levantei e ofereci minha mão para que ela fizesse o mesmo.
— Vou te levar para casa — falei, pegando-a no colo.
Pulei os prédios em silêncio. Ela também não falou nada. Chegamos na varanda dela. Coloquei-a no chão. Ela me olhou triste,
— O problema é que agora não podemos mais ficar juntos... — falou, fitando o chão.
— Mas por quê? — perguntei, agonizado. Eu não entendia o motivo de tudo aquilo.
— Escute: Você vai me dar o seu miraculous, por enquanto. Agora, você não está mais seguro.
— Por quê?
— Seu pai...
— O que tem ele?
— Ele não quer a gente junto. Foi ele quem pediu para eu terminar com você.
— O QUÊ!? Mas por que ele fez isso? — perguntei, incrédulo e surpreso.
— Eu não sei... Ele disse que o nosso relacionamento faz mal para a marca dele. Mas isso não importa, agora. Vamos seguir o que ele disse. Continuaremos com a investigação sobre o Hawk Moth e, na escola, nos encontramos escondidos para conversarmos o que descobrirmos.
— Como eu vamos planejar tudo sem o meu miraculous?
— Nos encontramos apenas como civis. Neste momento, todo cuidado é pouco.
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SIGNIFICA QUE EU TE AMO
FanfictionQuando Adrien descobre a identidade de Ladybug, muitas coisas acontecem. Mas será que isso seria realmente bom? [ Extensão do episódio Chat Blanc. ]