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Nossos primeiros dias como namorados foram bem difíceis.

Mesmo a maioria da turma nos apoiando, alguns não ficaram contentes com a notícia. Só que eu não me importo com o que pensam, contanto que não se intrometam no assunto. Mas, infelizmente, era exatamente isso que faziam. 

Pedi à Marinette que não ligasse para as pessoas que a importunasse. Eu sei que muitos tentariam atingi-la de algum modo, para que estragassem nosso relacionamento. Já chegaram a me falar que haviam opções melhores que ela. Isso me estressou muito, de um modo que eu não costumo ficar. Como as pessoas eram capazes de falar coisas assim? Eu jamais compararia a Marinette com outra pessoa. Ela é muito mais que isso. Ela é perfeita. Ela é demais para mim.

— Oi, princesa — disse, ao pegá-la desprevenida na biblioteca, abraçando-a por trás. Beijei seu rosto.

— Oi... — ela disse, desconsolada. Mal me olhou nos olhos. Continuou procurando algum livro na estante.

— Aconteceu alguma coisa? Vieram te importunar de novo? — perguntei, já saturado com tudo isso. Ela respirou fundo e me olhou.

— Sinceramente, eu estou tentando não ligar para o que eles dizem. Mas meu subconsciente me trai. — Cruzou os braços. — Às vezes, eu me sinto tão insuficiente... — Fitou o chão.

— Não fale isso... — Levantei seu rosto. — Você é extremamente linda — beijei sua têmpora esquerda — e talentosa — beijei sua bochecha — e incrível. — Selei nossos lábios em um beijo rápido, já que é proibido beijar na escola. — Não deixe que sentimentos ruins te consumam. — Acariciei sua bochecha.

Eu nem sei o que faria, se ela chegasse a ser akumatizada. Não conseguiria lutar contra ela. E não teria ajuda da Ladybug para isso. Porque ela é a Ladybug!

— Você tem razão — falou, antes de me abraçar. Contornei meus braços em torno dela, apertando-a contra mim. Ficamos assim por um tempo. Percebi Lila passar por trás e sair da biblioteca, enquanto ainda estávamos abraçados. A cara dela não era muito boa. Será que ela viu o beijo? Se sim, coisa boa não vinha.

Mari se desvencilhou do abraço, inclinando-se para pegar o livro que, provavelmente, procurava antes de eu chegar.

— Lila nos viu — falei. — Acho que teremos detenção esta semana. — Ela me olhou, ainda inclinada. Bufou, antes de levantar, já segurando o livro.

— A gente tem que parar de nos beijar na escola de vez — ela disse, passando por mim. Acompanhei-a e esperei que ela locasse o livro para que saíssemos juntos.

— Sinceramente, eu não gosto das pessoas se intrometendo entre nós — falei. — Mas isso parece inevitável.

É  inevitável. Ainda mais, porque é você.

— Como assim? — perguntei, confuso.

— Você é lindo e famoso. É apenas o que elus enxergam em você. Nem levam em conta o fato de você ser um ser humano.

— E o que você enxerga em mim? — Ela parou de andar. Fiz o mesmo.

— As suas cantadas noturnas me irritam, mas eu amo o jeito que você se importa com tudo e com todos.

— É o que eu mais amo em você também. — Sorrimos.

Isso não durou muito tempo, pois ouvimos gritos vindos das ruas, seguidos de coisas quebrando. Um akumatizado...

Olhei para ela, ela olhou para mim. Abri minha boca para dizer algo. Era o primeiro akuma, desde que estamos juntos. Eu a veria como Ladybug! O que eu digo? O que eu digo? Preciso dar uma desculpa para me transformar. Será que espero ela inventar algo primeiro?

SIGNIFICA QUE EU TE AMOOnde histórias criam vida. Descubra agora