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Pulei para o outro telhado, o que me fez ter uma visão mais ampla das ruas. Hoje foi o meu dia de patrulhar pela cidade à noite e amanhã me encontrarei com Ladybug para conversarmos sobre o nosso planejamento para derrotarmos o Hawk Moth. Ontem, tivemos que enfrentar outro vilão akumatizado dele. Estamos em dias corridos. Tanto que nem tive muito tempo para conversar com Ladybug. Ficamos apenas na ação.

Ao passar perto da padaria, pude ver a varanda de Marinette com as luzes acesas. A azulada lia um livro, sentada em uma das cadeiras. Será que seria uma boa ideia ir até lá? Talvez, ela estranhe. Mas prometi ser amigo dela no dia em que o Tom foi akumatizado. 

Sem pensar mais, me aproximei. Pulei no telhado dela e fiquei sobre a chaminé.

— Chat Noir? — falou, me percebendo.

— Oi amo...iga! Somos amigos, não é? Posso ficar aqui com você?

— Pode! 

Sentei na cadeira ao lado dela.

— Desculpe te interromper assim... Eu estava patrulhando e precisei de um tempinho para descansar. — Respirei fundo, recuperando um pouco da minha energia.

— Imagino... Eu não sei como é sua vida por trás das máscaras, mas deve ser muito corrido ter uma vida dupla.

— É sim... E minha vida já é um pouco agitada, sem ser o Chat Noir. — Me recostei na cadeira e olhei para o céu. Estava limpo e estrelado.

— Espero que tudo isso acabe logo... — falou, fechando o livro. Olhei para ela. — Todo dia, todo mundo corre risco de ser akumatizado ou ser prejudicado por algum deles. Paris não é mais segura.

— Comigo aqui, você não tem com o que se preocupar.

Ela riu.

— Você vai me proteger de tirar uma nota ruim na prova de física? — falou, mostrando o livro da matéria.

— Você tem sorte, porque eu adoro física. Posso te ajudar, se quiser.

— Eu estava brincando! — falou, ajeitando-se na cadeira. — Prefiro não te incomodar. Além disso, você está cansado... Pode tirar um cochilo aí. Eu vou continuar estudando. 

— Eu insisto! Eu gosto de ensinar. É um jeito de relembrar o assunto. — Puxei o livro da mão dela. Ela não relutou. — Vamos lá! Espelhos planos... — Passei os olhos pela página. — A teoria é simples. Eu vou te ajudar com os cálculos, pois exigem muita prática.

Marinette assentiu. Aproximei minha cadeira da dela. Por um momento, nos olhamos de um jeito diferente. Tudo bem que somos namorados, mas ela não sabe disso. Pigarreei e foquei no livro.

— Você tem um lápis? — perguntei, mesmo vendo o material ao lado dela.

— Uhum! — Ela me entregou o objeto. Peguei e me ajeitei na cadeira.

— Os espelhos planos são superfícies que refletem a luz de modo regular. Então, a imagem que ele reproduzir vai estar na mesma distância que o objeto. Só que ao contrário, claro. 

Marinette assentiu.

— Quando você for se olhar no espelho, além de ver a pessoa mais linda do mundo, vai perceber que a imagem está ao contrário — brinquei, para descontrair.

Ela não me repreendeu ou brigou, como sempre faz. Apenas me fitou nervosa e disfarçou.

— Brincadeira... — falei, tenso. — Mas ainda é verdade. Enfim, vou te ensinar as fórmulas do número de imagens. Para te ajudar a lembrar, pense em uma frase. Por exemplo: Na 360 tem menos 1. — Olhei para ela, encontrando seus olhos em mim. Inspirei, nervoso.

SIGNIFICA QUE EU TE AMOOnde histórias criam vida. Descubra agora