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Meio do segundo ano

        -Como assim New York, Bobby? -Luke perguntava, indignado,  ao colega. Bobby indo embora? E a banda?
        -Cara, não sou eu quem mando. Meus pais querem ir pra lá. E também... -Ele coçou a nuca. -Lá eu teria mais oportunidades como artista. Meu pai tem uns contatos. Me desculpa, gente. Eu não planejei isso, mas não tenho escolha. O show de sexta vai ser meu último na Sunset Curve. -O garoto saiu, deixando os outros três sentados na mesa do refeitório da escola, com cara de perdidos.

        -Gente, vocês estão bem? Parece que viram fantasmas. -Julie perguntou, se sentando à mesa junto de Flynn, sua primeira amiga na escola antes dos garotos, pois se conheceram ainda crianças. Com isso, as garotas também se aproximaram dos rapazes da banda.
        -Bobby vai sair da banda. Ele vai embora. -Alex se pronunciou, infeliz.
        -Me pergunto como vamos sobreviver com ele estando milhares de quilômetros de distância. -Reggie revirou os olhos, não estava nenhum pouco triste com a partida do garoto. Nunca foram próximos, mesmo que ninguém saiba de fato o motivo.
        -Reginald. Ele é parte da banda. -Luke repreendeu.
        -Não me diga, Lucas. Adivinha só, nós também somos. Ele que viva a vida perfeita dele onde bem entender. Não dou a mínima. -O baixista se retirou.

        Reggie tinha dois períodos livres agora, mas não conseguia pensar em nada de interessante pra fazer. Mas uma coisa era certa: não queria ir para casa. Vagou pela cidade, sem rumo, pensando em melodias e letras que queria ensaiar. Até achar um local... interessante.

Dias atuais

        Os garotos chegaram à praia. Adolescentes bebendo em todos os lados, alguns nadando pelo mar, muitos se pegando. Luke sorriu ao ver a cena caótica, porém típica para eles. Foram pegar suas bebidas. O guitarrista encheu seu copo além do necessário, enquanto o amigo apenas pegou uma dose padrão de vodka com energético e eles foram até seus amigos, em um canto mais distante. Em questão de cinco minutos, Alex e Willie já estavam no mar e Julie e Luke estavam... se pegando em algum lugar? Provavelmente. Flynn estava no centro de várias pessoas, sendo o centro das atenções com suas coreografias. Reggie sabia que isso ia acontecer, era sempre assim. Um casal, dois "amigos com benefícios", uma dançarina carismática e ele. Não era exatamente o que ele queria para sua noite, mas estava com seus amigos, de alguma maneira.

        Algumas horas se passaram e Reggie já havia beijado algumas pessoas. Ele estava molhando os pés na água quando avistou seu melhor amigo deitado na areia, sozinho num canto. Revirou os olhos. Foi até ele, passando o braço do menor pelos seus ombros, se fazendo de apoio ao mesmo. Droga, Lucas. Pra onde vou te levar?  O baixista pensou. Não podia levá-lo pra casa, não nesse estado. Também não podia levá-lo para a própria casa, não com seus pais lá, provavelmente ainda discutindo. Só agora percebeu: ele havia saído há sabe se lá quantas horas e não recebeu sequer uma mensagem de sua mãe. Ela nem percebeu que o filho não estava em casa. Ou se percebeu, escolheu não se importar. Luke estava quase babando em seu ombro, o que o fez se lembrar da presença do bebum ali.
        -Certo, vamos pro QG. -Falou, mais para si mesmo. Caminhou, carregando o peso todo do melhor amigo nos ombros, até chegar em uma casa. Era um lugar que Reggie havia encontrado há algum tempo. Os garotos reformaram, levaram algumas coisas e assim se tornou o Quartel General. Eles iam para lá quando não queriam estar em casa. Apenas 6 pessoas sabiam da existência do lugar, era bom. Era deles.
        -Cara... -O Patterson falou, com a voz arrastada, ao ser jogado no sofá. -Eu não queria vir embora. -Fez biquinho.
        -E eu não perguntei. -Reggie sorriu, sarcástico.
        -Eu não acredito que você está sóbrio, Reginald Peters. EU TE CHAMEI PRA BEBEEEEER -Arrastou mais a voz, se levantando e se jogando em cima do amigo, que deu risada. Ele sabia que não precisava disso, não faria diferença ficar bêbado. Uma solução temporária, pra problemas fixos. -Nossa, seus olhos estão tão bonitos... -Luke se aproximou, colocando uma mão no pescoço de Reggie.
        -São os mesmos olhos de sempre. Encantadores, eu sei.
        -Tenho que concordar. -Se aproximou mais. Agora colocando sua outra mão na cintura do garoto. Luke o surpreendeu beijando-o. Claro que o Peters retribuiu. Ele não via tabu em beijar os amigos, pra ele não significava nada demais, mas ainda tinha princípios. Princípios que se fizeram presentes quando o mais baixo tentou tirar sua camisa. Ele riu.
        -Ah Patterson... -Balançou a cabeça em negação. -Você precisa dormir.
        -Eu não quero dormir. -Avançou de novo na direção dos lábios do amigo.
        -Problema seu. Não vou fazer nada com você assim, lide com isso. Se amanhã ainda estiver com esse fogo todo, quem sabe. Agora senta ai que eu vou pegar umas roupas pra você e um filme qualquer. -Reggie jogou Luke no sofá, que sentou com cara de tédio, e saiu em direção aos armários que haviam na casa. Depois de se trocarem e colocar Gente Grande 2 na pequena TV que tinha ali, abriram o sofá-cama e adormeceram. Afastados.

        Luke acordou, meio perdido. A dor de cabeça já quase não o incomodava mais, era rotineira quase. Ele se sentou na cama, esfregando os olhos, quando viu Reg entrar no cômodo com uma sacola de padaria e outra de farmácia nas mãos.
        -Despertou a margarida. -O garoto falou, sarcástico. -Pega, come e toma o remédio. Nessa ordem. -Luke apenas fez um sinal de continência com as mãos ao receber as ordens do amigo.

        Eles estavam apenas tomando seu café da manhã, em silêncio, quando Reggie se lembrou da pequena conversa da noite passada.
        -Quer falar sobre isso? -Quebrou o silêncio, apontando para Luke, indicando o fato de ele estar bêbado. Quando o amigo ia negar, ele continua: -Na verdade, você não tem escolha. Vamos falar sobre isso. Você contou pra eles sobre a faculdade?
        -Tão óbvio? -O garoto definitivamente não queria falar sobre a briga com seus pais. Mas ainda assim, o baixista fazia parecer fácil. -Eles mal querem o filho numa banda. Agora, atrasar um ano da faculdade por causa dessa banda? Sou oficialmente a desgraça da família Patterson. -Revirou os olhos no final, mas não engana seu melhor amigo. Ele sabia como esse tipo de coisa deixava Luke triste.

Na noite anterior

        -Luke, querido, podemos conversar? -Emily entrou no quarto do garoto, Mitch a seguia. Ele apenas assentiu com a cabeça. -Sabe, eu e seu pai estávamos pensando... Você está na última semana do terceiro ano. Vai para o último ano daqui 3 meses. Significa que está chegando a época de pensar nas faculdades. -Ela tinha um sorriso amigável no rosto, mas Lucas sabia o que era aquilo. Ela tinha esperança de o mandar para o mais longe possível de seus amigos. De sua banda.
        -Não precisam se preocupar, eu já tenho meus planos. -Ele sabia o que vinha depois.
        -É mesmo? -Seu pai soava surpreso. -Então, nos conte. Isso é ótimo, filho.
        -Eu, Reg e Alex vamos esperar a Jules terminar o ensino médio. Assim podemos manter a banda e depois ir para a mesma faculdade. Cursar Música. -Ele fez questão de enfatizar a última parte. Emily levantou, parecia que seu filho lhe havia dito a pior das ofensas. Depois de umas sequências de gritos e coisas que se tornaram padrão para os Patterson, o garoto saiu da casa.

Presente

        -Sabe que eu odeio quando fala isso, garoto. -Reggie colocou a mão no ombro do amigo. -Não importa o que eles digam. Temos uns aos outros. Nossa banda é literalmente tudo que precisamos. As pessoas gostam do que fazemos. E acima de tudo: nós amamos o que fazemos. -Eles estavam se olhando profundamente nos olhos agora.
        -Você não existe, Peters. -Eles se abraçaram. -Obrigado. De verdade. -Ambos sorriram. Por algum motivo, cenas da noite passada vieram na mente curiosa de Reggie. Ele resolveu brincar um pouco com isso.
        -Sabe, se lembra de muito da noite passada? -Sorriu de lado. Ele sabia a resposta. Sabia que Luke podia ter a pior das ressacas, ainda assim se lembraria de tudo no dia seguinte. O garoto saiu do abraço e ficou com um olhar nervoso.
        -Me lembro de ouvir a frase "quem sabe" sair da sua boca, Reginald. -Ele fez aspas com as mãos e deu um sorriso... sedutor? Luke estava tentando seduzi-lo? Essa era uma novidade. Reggie se aproximou do mais baixo, ficando a milímetros de distância, suas respirações se misturando.
        -Não precisa me convencer a te beijar, Lucas. Se você quer... é agora ou nunca, baby. -Isso foi o suficiente para avançarem nos lábios um do outro.

You say we're just friends
But friends don't know the way you taste, la la la
'Cause you know it's been a long time coming
Don't you let me fall, oh

Ooh, when your lips undress me
Hooked on your tongue
Ooh love, your kiss is deadly
Don't stop

Ambos agiam como se estivessem desesperados, necessitados de uma sensação como aquela. Reggie jogou Luke no sofá-cama e começaram a se despir. Foi uma manhã intensa.

heyy!! como estão? o que acharam do capítulo? me contem nos comentários, espero que estejam gostando. se esse for o caso, deixe seu voto, me deixa toda boba haushaua.  se cuidem, leiam bastante, bebam água e fiquem em casa.
xoxo, peters.🦋💙

Will We, Or Won't We? - RukeOnde histórias criam vida. Descubra agora