Cap. 38 - Pratique o Que Prega

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Pov Camila

Pratique o que prega.

Esse era um pedido difícil quando Lauren Jauregui estava te encarando, esperando uma resposta. Ela queria saber o que aconteceria se o homem pelo qual eu fora louca nos últimos anos, o homem que foi o motivo de eu ter me mudado para Nova York para ter uma chance com ele, de repente, decidisse que queria ficar comigo.

Era uma pergunta que estive me fazendo desde que ambos me deixaram sozinha com meus pensamentos na noite anterior.

Eu devia sinceridade a Lauren. Droga, eu devia a mim mesma.

— Tive sentimentos por Shawn por muito tempo, não me lembro como é não os ter.

Lauren se inclinou na beirada da minha mesa, com as pernas abertas de uma forma que era muito característico e dominante ― algo tão simples, e mesmo assim me lembrava de que era verdade o que eu estava prestes a dizer.

— Mas o que quer que fosse que eu sentisse por Shawn, é muito diferente do que está havendo entre nós.

Os olhos de Lauren brilharam e tive que apertar as coxas para me impedir de ficar excitada com sua crescente raiva. Não tinha dúvida de que irritar uma à outra era um tipo de preliminar para nós, mas não era hora disso.

— Shawn é inteligente e cortês. Compartilhamos uma paixão por psicologia
e sociologia. Ele não usa linguagem chula, me leva a restaurantes chiques e nunca levantou a voz para mim.

Lauren estava chocada.

— É melhor ter a porra de um "mas" chegando.

Meu lábio se curvou. Eu precisava passar pela parte difícil antes de falar tudo.

— Tem. Mas quero ser totalmente sincera.

O olhar dela me disse para chegar ao ponto. Ela assentiu para eu continuar.

— Eu estaria mentindo se dissesse que não tenho sentimentos por Shawn. Mas aí vem você. Você me confunde toda e não faço ideia de aonde o que temos vai parar, mas tenho certeza de uma coisa.

— O que é?

— Quando olho para você, percebo por que nunca teria dado certo com ele.

Seus olhos suavizaram.

— Eu tenho dificuldade em confiar.

— Eu sei.

— Ainda vou gritar e uso "porra" como substantivo, adjetivo e verbo.

Dei um sorrisinho.

— Percebi que sua linguagem realmente funciona para mim.

Lauren esticou o braço e passou dois dedos em meu queixo, por meu pescoço e em minha clavícula antes de seguir para meu decote.

— Ah, é?

Foi tudo que precisou. A rouquidão profunda de seu ah, é e um simples toque.

Não conseguia explicar por que sentia coisas por Lauren mais do que conseguia explicar o gosto da água. Mesmo assim, de alguma forma, ela se tornara uma necessidade para mim, e não estava nem um pouco pronta para ficar sem ela.

Sussurrei:

— Onde está Beck?

Os olhos de Lauren seguiram seus dedos conforme mergulharam dentro da minha blusa.

— Na escola. Só tenho que buscá-lo daqui a uma hora.

Meu corpo formigou só de pensar em como poderíamos passar aquela hora.

CAMREN: Capitã Prolactinadora (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora