Cap. 16 - Sr. Gravatinha

8.8K 820 171
                                    

Pov Lauren

— Isso tem gosto de aguarrás. — Camila contorceu todo o rosto.

Dei um gole.

— É um Glenmorangie de 25 anos. Você está bebendo um solvente que custa 600 dólares a garrafa.

— Por esse preço, eles poderiam ter adicionado algum sabor.

Dei risada. Me sentei na cadeira de visita, e Camila, atrás de sua mesa. Ela deve ter desempacotado o restante da caixa porque havia alguns itens pessoais novos em exibição. Ergui o pedestal de vidro que tinha sido quebrado junto com a premiação pelo imbecil do Dawson.

— Vai precisar de uma nova arma.

— Não acho que precise de uma com você por perto para ameaçar meus clientes.

— Ele mereceu. Eu deveria ter dado um soco na cara dele, como ele gosta de fazer com a esposa.

— Deveria mesmo. Aquele cara era um verdadeiro desgraçado. Quer dizer... Um verdadeiro disgraçado.

Ela era fofa treinando o sotaque de Nova York, embora ainda soasse como Oklahoma falando como nova-iorquino.

Havia dois novos porta-retratos na mesa dela e peguei um deles. Era uma foto de um casal mais velho.

— Fique à vontade — ela disse com sarcasmo e um sorriso.

Olhei para o rosto dela, depois para o casal, depois de volta para ela.

— Esses são seus pais?

— São.

— Com quem você se parece?

— Dizem que com minha mãe.

Analisei o rosto da sua mãe. Elas não se pareciam em nada.

— Não acho.

Ela se esticou e tirou a foto das minhas mãos.

— Sou adotada. Me pareço com minha mãe biológica.

— Oh. Desculpe.

— Está tudo bem. Não é segredo.

Me recostei na cadeira, observando-a olhar para a foto. Havia uma veneração quando ela voltou a falar.

— Posso não parecer fisicamente com minha mãe, mas somos bem parecidas.

— Ah, é? Então ela também é um pé no saco?

Ela fingiu se ofender.

— Eu não sou um pé no saco.

— Te conheço há uma semana. No primeiro dia, você estava invadindo meu escritório e tentou me bater quando te peguei no flagra. Alguns dias depois, você começou uma briga porque fiz um comentário inocente sobre um conselho ruim que deu a um cliente e, hoje, eu quase saí na porrada por sua causa.

— Meu conselho não era ruim. — Ela suspirou. — Mas acho que o resto é verdade. Tenho sido um pé no saco, não é?

Terminei minha bebida e coloquei mais dois dedos no copo, então completei o copo de Camila.

— Você tem sorte. Gosto de pés no saco.

Conversamos por mais um tempão. Camila me contou sobre o depósito de ferramentas dos pais em Oklahoma e estava no meio de uma história sobre vender suprimentos para um cara que foi preso por trancar a esposa em um porão por duas semanas, quando o telefone do meu escritório tocou. Fui atender, mas ela foi mais rápida.

CAMREN: Capitã Prolactinadora (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora