Cap. 28 - Não Há Engano

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Pov Lauren

Véspera de Ano-Novo. TRÊS anos antes.

Encarei a cruz na parede do quarto do meu filho. Tinha me inspirado a rezar há exatamente um ano. O berço não estava mais lá, trocado por uma cama de criança na forma de um carro de corrida. Mas eu a tinha pendurado de novo depois que Deus a deixou cair como um sinal de que eu era uma merda sem sorte, rezando pela saúde do meu pai. Ele morreu três dias atrás.

Depois do enterro esta manhã, algumas pessoas tinham ido em nossa casa para almoçar. Eu estava grata por todas terem ido embora agora; precisava de silêncio. Também queria tomar uns drinques em paz. Mexi o líquido âmbar no meu copo.

A porta se abriu, mas não me esforcei para me virar. Braços envolveram minha cintura por trás e as mãos se entrelaçaram, cobrindo a fivela do meu cinto.

— O que está fazendo aqui? Beck está no parquinho com a babá. Demorará uma ou duas horas.

— Nada.

— Venha para a sala. Deixe-me massagear seus ombros.

O último ano entre Alexa e eu tinha sido difícil. Não que discutíssemos muito, mas a novidade tinha acabado fazia tempo em nosso relacionamento.

Tínhamos três coisas em comum: nós duas gostávamos de sexo. Dinheiro... eu
ganhava; ela gastava. E nosso filho. Mas, quando se trabalha dez horas por dia e à noite e aos fins de semana está cuidando do seu pai que está literalmente morrendo diante dos seus olhos, até o sexo vai para escanteio.

Antes do meu pai começar a decair muito rápido, eu tinha tentado me interessar pelos novos hobbies da minha esposa, criar alguma coisa em comum. Mas, com exceção de ir à peça que ela apresentou, não era fácil. Eu ensaiava falas com ela, mas ela me disse que eu não colocava muita emoção na minha
interpretação. Provavelmente porque eu não era uma maldita atriz. Fui assistir a suas aulas de teatro e ela me disse que minha presença a fazia pensar demais em sua interpretação. Desisti de tentar. Mas, nos últimos dias, ela tinha sido absolutamente incrível.

Me virei e segurei minha esposa, beijando o topo da sua cabeça.

— É. Vamos. Meus ombros estão cheios de nós. Vou gostar disso.

Depois de quinze minutos, começara a relaxar, até Alexa trazer a tensão de volta ao meu pescoço.

— Deveríamos ir à festa da Sage esta noite.

— Enterrei meu pai há duas horas. Só tinha a ele, considerando que minha mãe foi embora com o namorado quando eu era só um pouco mais velha do que nosso filho. Não estou mesmo no clima de festa.

— Mas é nosso aniversário. E é véspera de Ano-Novo.

— Alexa, não vou a uma porra de festa hoje. Tá bom?

Ela parou de massagear.

— Não precisa ser uma babaca.

Me sentei direito.

— Uma babaca? Você espera que eu vá a uma festa no dia do funeral do meu pai? Não acho que sou eu que esteja sendo babaca aqui.

Minha esposa bufou. Nossa diferença de idade de cinco anos parecia ser de vinte, às vezes.

— Eu preciso de uma festa. Os últimos meses foram depressivos.

Não era como se ela estivesse ajudando meu pai ou algo assim. Todo fim de semana enquanto eu estava cuidando dele, ela saía com as amigas, geralmente para fazer compras ou almoçar Deus sabe onde. Seu egoísmo finalmente me irritou.

CAMREN: Capitã Prolactinadora (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora