Cap. 47 - Relacionamentos à Distância Não Funcionam

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Pov Lauren

Se pudesse simplesmente abrir meu crânio e deixar um pouco das baterias que estavam dentro dele saírem, eu poderia ter tido chance de me levantar do sofá. Era a porra de um milagre até eu ter entrado no avião. Nunca teria acontecido se não fosse por Roman, que arrastou minha bunda de ressaca do quarto do hotel às 6 da manhã.

Agora era meio-dia. Eu chegara em casa há mais de uma hora e finalmente tive colhões para responder Camila.

Eu mandei mensagem.

É. Colhões. Com certeza.

E menti.

Não que fosse a primeira vez. Certamente não seria a última.

Lauren: Desculpe por ontem à noite. Estava doente como um cachorro. Intoxicação alimentar. Sushi ruim, eu acho.

Os pontinhos começaram a pular imediatamente.

Camila: Só fico feliz de estar bem. Estava preocupada. O que aconteceu no tribunal?

Admitir a verdade significaria ter que ligar para ela e eu ainda não estava pronta.

Lauren: O juiz adiou a decisão até a semana que vem.

Camila: Poxa. Ok. Bom, talvez isso seja bom.
Ele realmente está dando atenção.

Eu não poderia ser uma otária quando ela estava tentando bastante se manter positiva.

Lauren: Talvez.

Camila: Quando você volta?

Foi aí que comecei a me sentir um verdadeiro monte de merda. Uma coisa era omitir a decisão. Na minha cabeça, eu podia justificar isso como para evitar magoá-la, mas ficar lá sentada mentindo para ela, quando provavelmente ela estava lá embaixo atendendo telefone... Isso era simplesmente covardia.

Mas essa conclusão não me tornou menos babaca.

Lauren: Provavelmente vou pegar o último voo desta noite. Vai estar tarde quando eu chegar.

Camila: Estou ansiosa para te ver.

Finalmente eu disse algo que não era mentira.

Lauren: É. Eu também.

****************

Havia um espelho na recepção que refletia o corredor que levava aos escritórios particulares. Parei quando avistei Camila ― linda pra caralho. Tão doce e sincera e tudo de bom. Minhas mãos começaram a suar conforme fiquei ali parada observando-a. Sua porta estava fechada e ela estava escrevendo
alguma coisa no quadro branco, provavelmente algo positivo sobre fazer as coisas darem certo e que iria me fazer sentir mais desprezível ainda quando lesse.

Tinha passado as últimas 24 horas pensando em como deveria falar, o que a magoaria menos. Não havia motivo para lhe contar o que acontecera na corte. Ela acreditava que relacionamentos pudessem aguentar qualquer coisa se duas pessoas se esforçassem. Não havia dúvida em minha mente de que ela iria querer tentar que ficássemos juntas, enquanto estaríamos separadas por quase 1.500 quilômetros.

Primeiro, poderia até parecer que daria certo. Mas, em certo momento, a merda começaria a desmoronar. Sempre acontece. Provavelmente não perceberíamos como as coisas tinham ficado ruins até explodir na nossa cara. Camila tinha acabado de ajustar sua vida em Nova York; deixá-la viver essa vida era a coisa
certa a fazer.

Então, tudo que eu podia fazer era acabar rápido com aquilo. Não arrastar essa merda e tentar a coisa a longa distância, porque isso só desperdiçaria mais o tempo dela. Ela desperdiçou três anos da vida esperando aquele babaca do Shawn; eu não queria fazer a mesma coisa. Término rápido e total, como
arrancar um band-aid. Na hora, dói pra cacete, mas, depois que você deixa o ar fresco entrar, descobre que a ferida se cura.

CAMREN: Capitã Prolactinadora (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora