Cap. 42 - Dia Tenso

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Pov Camila

Estava acontecendo alguma coisa.

As portas do escritório bateram pela meia hora em que estava atendendo pelo telefone. Nos últimos dez minutos, também havia começado uma gritaria. Uma voz era de uma Lauren muito brava e a outra era de Roman, que chegara recentemente. Com frequência, ele fazia investigações para Lauren, mas o que
quer que estivesse acontecendo parecia bem mais pessoal do que apenas um caso.

Depois de me desculpar de novo com meus pacientes ― mentindo e dizendo que iria falar com a equipe de construção sobre a linguagem deles ―, desliguei e fui para a porta fechada do escritório. Parei ao escutar meu nome.

— Camila? O que ela tem a ver com isso?

— Alexa basicamente disse à corte que estou dormindo com uma ex-condenada.

— Uma ex-condenada? O que ela fez? Levou uma multa?

— É uma longa história, mas ela foi presa por atentado ao pudor no mês passado.

— O quê?

— Aconteceu quando ela era adolescente. Era uma multa por nadar nua que se transformou em um mandado porque ela não pagou. É um delito... nada mais sério do que uma multa. Mas claro que Alexa está fazendo parecer que é algo mais. A petição a chama de ex-condenada com uma inclinação a atentado ao pudor. E ela também adicionou que foi a mesma ex-condenada que recentemente fez Beck se queimar.

— Porra.

— É. Porra. Essa não é a pior parte. Eu podia sair dessa em uma corte de Nova York com a merda que os juízes escutam todos os dias por aqui. Mas ela preencheu o processo de mudança de custódia em Atlanta.

— Como ela pode fazer isso quando vocês duas moram aqui?

— Acabei de chegar do apartamento dela. Ela foi embora. O porteiro disse que ela saiu ontem e deixou um endereço de correspondência. O apartamento dela está vazio. A desgraçada se mudou!

****************

Lauren não era de beber muito. Ela bebia o copo ocasional de uísque ou uma ou duas cervejas, mas beber tudo de uma vez não era coisa que a via fazendo.

Até aquela noite.

Mesmo que ela tivesse me assegurado de que nada disso era minha culpa, eu ainda me sentia culpada como a catalisadora por fazê-la parecer uma mãe irresponsável.

Estávamos sentadas no apartamento de Lauren; nós duas cancelamos todos os
compromissos da tarde. Eu tinha prometido a Roman que Lauren estaria no aeroporto para seu voo da manhã seguinte. Os dois iriam voar para Atlanta, a fim de tentar conversar com Alexa e eu estava muito grata por Lauren não ir sozinha. Ela nem conseguia falar o nome da ex-esposa sem rosnar.

Fechando a porta quando Roman saiu, tranquei a fechadura de cima, peguei a bebida de Lauren do balcão da cozinha e servi o que restava. Depois fui para o sofá onde ela estava deitada com um braço cobrindo os olhos. Arrumei suas pernas no sofá e tirei os sapatos dela.

— Está tentando me deixar nua? — Lauren falou arrastado. — Fodam-se os sapatos. Tire minhas calças.

Sorri. Mesmo bêbada, ainda era ela mesma.

— São quase 23h. Seu voo é em dez horas. Acho que precisa dormir um pouco. Amanhã o dia pode não ser muito gentil com sua cabeça.

— Não posso perder meu filho.

Meu coração se partiu, sentindo a angústia em sua voz falhada.

— Não vai. Se não puder comprá-la, vai convencer um juiz de que seu filho precisa de você e pertence a você.

CAMREN: Capitã Prolactinadora (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora