Capítulo 7

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Narradora 

Finn sabia que aquilo era loucura, mas ultimamente o cacheado vinha fazendo coisas piores do que sair tarde da noite na rua. Rapidamente Wolfhard se levanta da cama e troca de roupa, não demorando a sair do apartamento. Millie havia lhe dito para encontrá-la em uma rua atrás do edifício onde ele morava, e assim o moreno faz. Após alguns poucos minutos Finn se aproxima do local indicado, encontrando a jovem parada em frente a um muro branco enquanto segurava em mãos alguns sprays de tinta. 

- Por favor, me diga que não viemos fazer o que eu acho que você está pensando.

- Vamos logo, mauricinho!

- Mas eu não sei desenhar direito.

- Eu também não, é só fazer o que te der vontade. Vamos, você vai gostar!                           
Brown puxa o cacheado até o muro e entrega um dos sprays para ele. Finn à encara sem jeito e Millie sorri o incentivando a começar. Rapidamente a morena inicia sua bagunça e vê Wolfhard começar a fazer alguns traços delicados que logo começam a ganhar intensidade. As mãos de Finn pareciam ter vida própria, e após alguns minutos o moreno finaliza sua obra, fazendo Brown encarar o desenho à sua frente completamente boquiaberta. Finn havia desenhado uma lua e um sol gigante igual a sua tatuagem, com perfeição, e logo a morena volta seu olhar surpreso para ele, o vendo sorrir levemente, logo em seguida.Totalmente perdida nos olhos negros de Finn, Millie deixa que a lata de spray caia de sua mão acidentalmente, causando um barulho alto que não demora a atrair uma voz masculina.

- Quem está aí? Ah...são vocês seus ratos pichadores, mas agora vocês não me escapam! 

O casal se olha assustado, e vendo o segurança se aproximar deles Brown puxa o moreno pela mão, não demorando a iniciar uma corrida ao lado do cacheado. Devido a escuridão do lugar o segurança não conseguia ver os rostos deles, mas os via correr. O homem corria e gritava atrás da dupla, mas como já era um senhor de idade avançada não consegue os alcançar. Brown e Wolfhard corriam como se disso dependessem suas vidas, e após verem que não eram mais seguidos ambos se jogam no gramado de uma praça enquanto riam ofegantes pela adrenalina que haviam sentido. A respiração da dupla estava acelerada, mas mesmo assim aquilo não era o suficiente para os fazer parar de gargalhar. Alguns minutos se passam e após finalmente recuperarem o fôlego Millie e Finn passam a  admirar o céu estrelado. Em um movimento lento Wolfhard olha para o lado e por um momento se perde na beleza da morena. Seus olhos castanhos brilhavam diante da luz da lua e das estrelas, fazendo Finn perceber que não importava a loucura, risco, ou perigo...

Qualquer coisa valeria a pena se ela estivesse com ele! 

O cacheado sorri com esse pensamento e logo observa a jovem se virar em sua direção. Ambos permanecem com seus olhares conectados até a voz de Millie voltar a ecoar através de um sussurro. 

- Quando ia me contar que desenhava tão bem?

- Eu não desenho, aquilo só é um passa tempo...pelo menos é isso o que o meu pai diz!

- Ele é muito rígido com você?

- De vez enquando sim. Sempre recebi muito carinho dos meus pais, mas algumas vezes a forma diferente com que pensamos acaba causando discussões entre nós. Na verdade eu só os ouço falar, já que nunca tive coragem de contestar nada deles. Sempre gostei de desenhar, mas quando meu pai soube ele me disse que isso nunca poderia ser um emprego de verdade, que eu devia investir meu tempo com algo que desse dinheiro e me desse a garantia de um futuro com sucesso. Foi difícil para mim, mas o pior de tudo foi ouvir ele dizer que haviam outros melhores do que eu, e que seria um risco muito grande me lançar em algo assim, sendo que o que eu fazia para ele era só um passatempo, quando para mim era um sonho. Depois disso eu parei de desenhar e me tornei totalmente o cara que não se arrisca...até te conhecer!

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