Prólogo

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"[...] Ainda que muito esteja perdido, muito nos resta;

e ainda que perdida a força dos velhos dias que movia céus e terras;

somos o que somos;

uma coragem única nos corações heroicos, débeis pelo tempo e pelo destino, mas persistentes em lutar, achar, buscar e jamais render-se"

-Alfred Tennyson


De fato não há vitória na guerra.

E se não há nada a perder, provavelmente, também não há pelo que lutar.

Não havia nada que pudesse fazer. Novamente eu era um às, valendo o mínimo no jogo.

Me encolhi com os sons de pele e ossos sendo dilacerados, tentando não sucumbir ao pânico.

Se fosse por mim, por mim... a verdade é que estava cansada demais para lutar ou resistir, o fim seria um alívio bem-vindo de todas as perdas, dor e espera. Eu já havia passado do ponto de perder as esperanças, mas já não tinha esse direito.

Havia aqueles por quem dar minha vida ainda seria muito pouco; havia aqueles a quem garantir o direito de continuar vivendo, era tudo o que me mantinha de pé. Assim eu faria até meu último fôlego, ainda que fosse com horror e angústia.

Eu faria, mesmo quando mãos geladas pressionaram meu pescoço e segurei o ar, para aguentar um pouco mais de qualquer segundo que pudesse significar vantagem.

Faria apesar e para além de todas as possibilidades.

Ou assim pensei.

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