Alheio a tudo o que acontecia, Adrien levava sua vida. Terminou sua faculdade e começou a trabalhar na Agreste junto ao seu pai, que era designer de moda. Sua mãe trabalhava junto, na parte financeira da empresa. Com o passar dos anos, Gabriel passou para Adrien o controle integral da empresa, ficando somente com a parte criativa. Emily também deixou de trabalhar, afastando-se para cuidar de um câncer de mama. Fez uma cirurgia e quimioterapia, ficando bastante debilitada, mas viva no final das contas, que era só o que importava.
Adrien tinha ficado noivo da morena que namorava na faculdade e agora morava em Londres, assumindo o controle da Agreste de lá, já que Gabriel ficava na sede em Paris. Lila Rossi era uma italiana belíssima, mas que com o passar do tempo se mostrou uma pessoa muito diferente do que ele pensava. Lila era um amorzinho até que Adrien assumiu a empresa do pai. Depois, aos poucos, foi deixando a máscara da doçura cair, revelando-se uma mulher interesseira e superficial. Queria a todo custo se casar com Adrien, que estranhou a pressa. Não era bobo...com o tempo percebeu o jeito manipulador da noiva e logo terminaram, o que lhe rendeu muita dor de cabeça, uma vez que a morena não aceitava ter perdido seu milionário.
Era uma verdade: em menos de 3 anos Adrien triplicou o capital da Agreste, abrindo filiais em Londres, Portugal e Alemanha. Administrava tudo como uma águia, tinha realmente o dom, mais até que o seu pai. Depois do término do noivado, não se envolveu com mais ninguém. Vivia para o trabalho, dia e noite.
E foi numa segunda feira, ao fazer uma entrevista com uma nova candidata a sua secretária, que tomou talvez o maior choque de sua vida!
* Na entrevista de emprego, 3 meses atrás*
Adrien:—Bom dia senhorita. Seu nome completo, por favor.
...—Mylene Haprele
Adrien:—Sua formação?
Mylene:—Tenho curso de secretária, fiz faculdade de comércio internacional e falo 3 idiomas.
Adrien:—Muito bom...
E assim a entrevista seguiu normalmente. Adrien a contratou, dizendo que poderia começar no dia seguinte. Mylene levantou, agradeceu e antes de sair da sala, virou-se para ele e disse:
Mylene:—Se me permite dizer, senhor Agreste, minha amiga Kioko tinha razão. O senhor é mais bonito pessoalmente...
Adrien gelou!
Adrien:—Espere um momento: você disse Kioko?
Mylene:—Sim, Kioko, uma amiga japonesa que dividiu um quarto comigo na época da faculdade.
Adrien:—Kioko Tsurugui?
Mylene:—Essa mesma. O senhor a conhecia?
Adrien pediu que a moça voltasse e se sentasse e lhe contasse tudo! Estava perplexo com aquelas informações! Kioko grávida? Fugida da mãe? Em Paris? Por que ela não o procurou? Por que sumiu de repente? Teria voltado para o Japão? E as revistas? Seria ele o pai do bebê?
Ao pensar nisso, encostou-se na cadeira e sentiu o peito apertar: ele poderia ter uma filha! Tentando manter a calma, colheu todas as informações que pôde com Mylene e deixou que a moça fosse embora. Mas antes dela sair, ele perguntou.
Adrien:—Você ainda tem a caixa com as coisas dela?
Mylene:—Tenho sim, mas está na casa dos meus pais em Paris. Tive pena de jogar fora...
Adrien:—Pois dê um jeito para que ela chegue pra mim amanhã, por favor. Pode vir com as caixas que vem da Agreste de lá, ou pelo correio expresso...só traga para mim amanhã, eu vou lhe ressarcir qualquer custo que tenha para isso.
Mylene:—Sim senhor, vou trazer sim. Com licença e até amanhã.
Mylene foi embora e Adrien imediatamente ligou para seu advogado Ivan Bruel, pedindo que ele fosse até sua sala. Ivan era um rapaz pouco mais velho que Adrien, de sua total confiança. Era gentil e honesto, coisa que Adrien prezava acima de tudo. Quando o rapaz chegou, Adrien contou tudo o que acontecera e pediu que Ivan contratasse dois detetives independentes para investigar o paradeiro de Kioko. Se ele tinha uma filha, tinha o direito de saber!
No dia seguinte, de posse da caixa com as coisas de Kioko, Adrien se trancou na sua sala e olhou tudo com atenção. A bolsa da bebê, já levemente amarelada com as roupinhas miúdas, as poucas roupas da própria Kioko ainda com o perfume dela, seu celular que Adrien colocou para carregar e torceu para estar funcionando...tudo aquilo lhe trazia muitas lembranças e muitas perguntas. Então achou a pasta vermelha com os recortes de revistas que ela tinha dele: eram fotos, artigos de jornais, um guardanapo com o nome dos dois dentro de um coração (que ele lembrara de ter feito com ela em um dos jantares que compartilharam juntos), alguns papeis de carta em branco, envelopes e uma caneta. Nesse momento Adrien se deu conta de que ela nunca o esqueceu, apenas deve ter tido problemas com sua mãe em relação a ele! Sentia-se um idiota, um imbecil por ter feito um julgamento tão precipitado da japonesa.
Assim que o celular teve bateria suficiente para carregar, agradeceu aos céus por ele estar desbloqueado. Pesquisou na agenda e viu que não tinha nenhum contato. Nenhuma chamada feita ou recebida. Na galeria de fotos também não. Nas configurações do celular, mostrava que ele tivera seu primeiro uso no dia 6 de novembro, quase 3 meses depois do torneio onde eles se encontraram. E era um número novo. Adrien concluiu que Kioko trocara de telefone. Talvez tivesse perdido o dela...mas por que não manteve seu número? Será que isso foi coisa de sua mãe?
Então abriu o Google e olhou o histórico: só tinha pesquisas relacionadas a gravidez, vitaminas, tipos de parto e coisas sobre Adrien Agreste: campanhas publicitárias que ele fez, vídeos no Youtube de entrevistas que ele deu...Kioko tinha vivido para ele e para a bebê!
Eram muitas perguntas e a cabeça dele estava a mil! Já no final da tarde, um dos detetives apareceu. Adrien conversou tudo com ele e pediu que ele descobrisse o que pudesse sobre a moça. Além de pedir sigilo absoluto. Ninguém, nem mesmo seus pais poderiam saber daquilo. Apenas Mylene saberia, caso o detetive precisasse perguntar algo mais a ela ou ela se lembrasse de algo. No dia seguinte o outro detetive iria também na Agreste para ver Adrien. Estava contratando dois, sem que um soubesse do outro. Assim poderia confrontar as informações e descobrir o mais rápido possível o paradeiro da sua ex namorada.
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Nossa filha
DragosteAdotar uma criança talvez seja considerado um dos maiores atos de amor à vida! Marinette sabia que a felicidade dela estava só começando, assim como todos os seus problemas...