SUMMERVILLE CLUB.

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Kim

Eu estava me sentindo péssima, a escola inteira estava rindo de mim. Porque eles faziam isso? Era sempre a Kat que começava e os outros a seguiam. Tudo começou quando entramos nesse colégio, mas eu não tive culpa de nada.

Entrei no banheiro e me tranquei em uma das cabines. Tirei a blusa suja de molho, refrigerante e chocolate, ficando com um top. Fechei a tampa do vaso e sentei abraçando os joelhos. Ouvi a porta ser aberta e me encolhi ainda mais. Eram elas! Voltaram porque ficaram com raiva daquela garota me defender.
– Kim. Ta tudo bem?

Não era a voz de nenhuma delas, parecia a da garota que me defendeu.
– Kim a gente só quer te ajudar. – uma segunda voz.
– Sai pra gente conversar. – uma terceira voz.
– Vão embora! – falei chorando e esperando que elas saíssem.
– A gente não vai embora, queremos te ajudar. – a segunda voz falou e levantei irritada abrindo a porta.
– Se querem mesmo me ajudar vão embora! – as três me olharam com pena, eu odiava isso.
– Kim...
– Vocês só deram mais motivos pra elas ficarem com raiva de mim e me chatearem depois.
– Porque você não faz nada? Conta pra alguém. – a garota de cabelo rosa falou.
– Isso é problema meu! – falei tentando limpar a blusa na pia.
– Ótimo. Estamos tentando ajudá-la, mas se quer passar o resto da sua vida servindo de saco de pancada das hienas problema é teu. Toma. – a garota toda de preto disse tirando a blusa folgada e jogou pra mim. – Vamos meninas.

As três saíram do banheiro me deixando sozinha. Olhei-me no espelho me sentindo a pior pessoa do mundo. Eu era horrorosa. Meu cabelo loiro era bagunçado e eu só o usava com tranças ou rabo de cavalo, aqueles óculos ridículos deixavam meus olhos castanhos enormes e meu corpo era magro demais, ainda tinha aquele maldito aparelho! Quem ia querer me beijar usando isso. Na semana que vem começa a tortura de ter que usar a mini saia do uniforme, eu só uso com uma meia calça bem grossa por baixo e também não uso as botas, prefiro uma rasteira sem salto pra eu não cair.


Lexy

Lola esta revoltada porque Kim não quis nossa ajuda. Eu a entendo. Passar por esse tormento todo dia e de repente chegam três estranhas querendo ajudar, não é muito confiável. As meninas eu até entendo fazerem esse tipo de coisa, mas os meninos?! Fiquei chocada. Voltamos para o refeitório. Sam agora estava com a gente. Descobrimos que era a nossa colega de quarto e também era bolsista. Ela era muito legal e bem divertida, simpatizamos logo de cara.
– Onde a Lola foi?
– Provavelmente esfriar a cabeça por aí. Ela ta muito revoltada. Minha prima pode ser louca, temperamental e impulsiva, mas ela odeia injustiça e preconceito, de qualquer tipo.
– Eu também não gosto.
– Eu também não, mas Lola é uma força da natureza, incontrolável.

Ficamos conversando até que anunciaram que era hora de pegar as malas e ir para entrada do colégio onde os ônibus estavam nos esperando. Fomos até o quarto e encontramos com Lola no corredor. Pegamos nossas malas e fomos para a saída, nossa sala inteira estava lá, assim como o primeiro e o segundo ano também. Fomos às últimas da fila e sorrimos quando vimos Maite conferindo os nomes na entrada do ônibus. Cada sala ia no seu transporte.
– Professora que surpresa.
– Eu e o treinador Finstock vamos levar vocês.

Ele soprou aquele maldito apito nos fazendo tapar os ouvidos.

Entramos e sentamos nas segundas poltronas. Eu e Lola de um lado e Sam do outro. Kim ia sentada na frente sozinha, tinha pena dela, mas se ela não queria ser ajudada não podíamos fazer nada. Mais uma vez aquele apito.
– Permaneçam sentados em seus lugares e Grimberg eu to de olho em você. – o treinador disse e fechou a porta de comunicação com a frente do ônibus.

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