— Pelos céus o que fizemos lá?!
— Todas as merdas loucas que fizemos está noite vão ser as melhores memórias.
— Como assim? Quase viramos peneiras.
— É... E eu me senti tão viva. Eu sangrava e sentia meu braço sento estilhaçado e...
Congelado meu olhar permanecia, até virar me aprofundando no fundo dos olhos claros de Tank que dirigia com apenas uma das mãos, e que confuso me olhava várias vezes preocupado.
— Você é mulher mais maluca que já conheci.
O vento em meu rosto deturpava meu cabelo, que o soltei logo em seguida, me debrucei fora da janela e gritei o mais alto possível enquanto abria meus braços, em devaneio fechei os olhos e sentia o ar quente em meu rosto, junto aos raios de sol escorregou uma única lágrima aquela guardada ao fundo de minha alma escura, que liberou todo o resto de trevas instalada e indagada em meu peito, corpo e mente, trazendo meus conceitos, valores e a mim mesma átona, a menina que se tornou alguém maior superando as expectativas alheias, possuía mágoas, vergonha, arrependimentos, dores, cicatrizes e um fardo maior que ela mesma, mas que carregava mesmo assim por que desistir não era comum em seu vocabulário.
Amou, odiou, matou, conheceu a morte e tomaram chá, quem diria que o que lhe motivasse a continuar fosse ela mesma, e a promessa de que missões são dadas e que você não chegou tão longe para não lutar, por que se for pra morrer que seja atirando.— Seu braço está roxo Hazel, temos que parar pra cuidar disso.
Já de volta ao banco do passageiro, havia esquecido meu braço completamente não por que a adrenalina tomava meu corpo, mas pela fivela de sinto que prendia meu sangue.
— Aí meu deus esqueci completamente.
— Podemos parar na estrada e ficar até o amanhecer.
— Não. Ao relento é muito perigoso, vamos voltar a casa está a uns 10 minutos daqui.
Partimos de volta a casa do lago, não tirei o cinto até lá por ter receio de sobressair uma hemorragia e Tank me carregar de um lado a outro, quando chegarmos decidiria o que fazer. Já na casa sai do carro primeiro e esperei o mesmo estacionar a caminhonete, porém era um desastre fazendo baliza para deixar mais rente possível ao lado do recinto em um ponto estrategicamente cego. Cheguei ao lado da janela com o carro todo torno ao meio da avenida.
— Tank, saia do carro, eu faço a baliza e você retira a caixa de trás, vamos sai logo.
Ele fez caras e bocas, mas acatou o que disse e saiu desprendendo a caixa das cordas do carro. E com um braço só, fiz em 10s, tempo recorde.
— Porra foi bem rápida pra quem está perdendo o braço.
— Engraçadinho, anota mais essa na conta.
Adentramos o local que se encontrava da mesma forma, logo os sintomas de dor chegavam assim que me sentei.
— Onde colocou a caixa?
— A coloquei mais atrás, assim ninguém conseguirá ver ao lado da caçamba de lixo.
— Ótimo, agora me ajuda.
— Quer que eu decepe o braço? - Disse Tank dobrando os joelhos perto de mim.
— Vamos ver se não está tão mal, se eu desmaiar por ter atingido algo importante, jogue meu corpo no rio.
— Pode deixar.
Logo que retirei o torniquete o sangue se esparramou e me joguei um pouco afrente derramando tudo no chão, Tank correu até a caixa para pegar algum mantimento que não tínhamos pois parecia estar grave, eu pressionava o mais forte possível, porém a dor era lacerante demais, retirei a mão assim que ele chegou com álcool, derramei o bastante e ardeu tanto, mas tanto que rangi os dentes e me contorci por quase 10 segundos que pareciam minutos, não tinha tempo para isso, esterilizei tudo e procurei a bala de dentro do meu braço, um pouco acima do cotovelo, exatamente no meu bíceps, a bala não atravessou então fiquei muito tempo procurando o bendito projétil que destilou fragmentos que me dariam dor a vida inteira, impossíveis de se tirar sem cirurgia, mais uma dor para conta falida de Hazel Miller.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Julgamento ao Amanhecer - Zumbie™
Mystery / ThrillerPor sobrevivência ela enganou a morte Por liberdade ela se tornará uma arma ☢︎︎Reviravoltas extremas, não se apegue a personagens, não confie neles. Uma pandemia letal transformou o mundo em terra de ninguém. A história conta a trajetória de uma ex...