14.Changes

1.1K 97 55
                                    

Naquela noite voltamos são e salvos, e  acabei dormindo no banco de trás com Leon, enquanto Susy dirigia.

Depois de um tempo chegamos, e enquanto ajeitavam os carros pra dentro, senti, ainda adormecida, que Leon me carregava até minha beliche, não havia ninguém, todos estavam jantando ou mesmo jogando truco. Quer dizer, só uma menina que dormia a 3 camas ao lado.

— Ai está!

Eu fingia que dormia e quando percebi que ele ia embora o toquei em sua mão e o olhei num singelo sorrindo triste.

— Obrigada por ter se preocupado comigo.

Ele ergueu suas calças na altura do joelho e se sentou me olhando com seus olhos azuis como o oceano, olhou para os lados e sussurrou mais perto.

— Eu não ia deixar minha última namorada morrer, e justo por uma picada de aranha.

Me sentei na cama ao seu lado calmamente.

- Você não matou ele, matou Leon?

ele arregalou os olhos e se afastou surpreso.

— Uou, apesar de saber que você tinha um carinho por ele, eu nunca faria isso, eu sei o quanto ele foi importante na sua sobrevivência ate aqui, isso não.

Apesar de minha desconfiança sentia verdade em suas palavras naquele momento, Ethan e eu não estávamos tão próximos desde que ele e Denise se encontraram.

—  Então não quero lamentações nem que se culpe ou fique com peso na consciência.

— Eu sei, mas não pense nisso, fico preocupado com você, sei que já estiveram juntos e eu entendo.

Se aproximei mais dele, respirando fundo e olhando para o chão.

— Eu tinha um outra pessoa chamada Dylan e... eu fiz escolhas sobre a vida dele que não deram certo, sabe!?

—  Você pensa nele?

Cruzando as mãos e olhando o nada disse pausadamente.

—  Todos os dias...

Uma tristeza acumulava em meu peito, mas me segurei para não desabar e continuei.

— ...Eu espero que tenha um depois, disso tudo, tento não pensar, mas acabo voltando àquele dia.

— Eu estou com você Hazel, eu vou te ajudar a passar por mais essa.

Sentados ao lado da cama ele me segurou para mais perto e deu um delicado beijo em meu cabelos, e ali permanecia, apoiando em seu peito e recebendo o calor de seus braços.

(...)

Mais tarde, pegamos alguns colchões cobertores e travesseiros e fomos até um espaço que parecia um vestiário de pilotos no aeroporto abandonado aonde estava nossa filhotinha de pastor alemão.

— Que saudade coisa mais linda, ficou com saudade também, eu sei que ficou.

Maggie havia crescido e estava bem alegre.

Leon continuava carregando tudo e ajeitava em um canto.

— Ela estava com saudade de você sim. Prepara que quando ela crescer vai dividir a cama com nós e pode ter certeza, ela vai ficar enorme.

— Ela e quem sabe nossos filhos! - Falei em tom de brincadeira, mas Leon se assustou.

Ele parou de fazer a cama e se aproximou.

—  Filhos, pensa nisso?

A soltei no chão e o abracei suavemente colocando as mãos em seu pescoço e ele em minha cintura.

Julgamento ao Amanhecer - Zumbie™Onde histórias criam vida. Descubra agora