68. Karma

214 16 10
                                    

Não se trave, se permita conhecer lugares novos, cheiros novos, se permita conhecer pessoas, gente do bem que você quer estar perto, se permita sonhar e correr atrás mesmo com muito medo para alcançar os seus sonhos, lute, lute como jamais lutou antes a cada novo recomeço, respira e vai, vai com calma e resiliência, apaixone-se pelo processo, sinta a dor e a tome como amiga, não se estressa não é só você que tem pavor de coisas novas, eu ja vivi isso um dia mas minha vontade de seguir o que amo rompeu cada sentimento ruim que meu peito sentia, por mais cansativo que possa ser o processo, ele me deixou experiências que jamais vou esquecer, experiência essas que agradeço no agora. Eu tive medo, mas meu objetivo era maior que ele.

"Tudo é mais bonito porque estamos condenados, nunca mais estaremos aqui novamente"

TANK

A cada dia me envolvia mais servindo ao local em que estava, era muito melhor para mim estar acumulado de coisas para fazer que ter que lidar com a situação desastrosa criada entre Hazel e Kenna, ambas se enfrentavam quase todos os dias, menos quando não se falavam, Hazel era cabeça quente, não percebia que isso só tornava mais forte o sentimento de Kenna a Druig, e não adiantava que ninguém se metesse, não se ouviam e não queriam ouvir nada de ninguém, era frustrante, dessa forma elas afastavam todos ao redor, Hanna nem mesmo ficava na quarentena, vivia fora pegando ervas com um grupo que conheceu e se interessaram pelo o que ela fazia, normalmente eu me prestava a ajudar nas barreiras e segurança, quando não estava fumando perto do riacho próximo ou fazendo o carrasco para o Klaim.

— O que está fazendo aí? Fumando essa hora! - Atena se aproximava sorrateiramente ao meu lado.

— O que você quer? Já tenho problemas demais.

— Não sou mais um, não se preocupe. - Ela se agachava ao meu lado e retirava um cigarro do bolso da calça — Tem isqueiro?

A olhei com desdém enquanto tragava mais um pouco, logo risquei um fósforo e acendi a nicotina ainda em sua boca.

— Obrigada grandão.

Num silêncio intermitente, apoiando os braços nos joelhos, me deliciava com aquele meio cigarro sentado ao relento olhando o horizonte ao outro lado do rio, era um dia ensolarado poucas nuvens de ar abafado.

— Melhor você ir embora Atena.

— Calma Tank, eu não vou te morder.

— Mas eu tenho alguém que vai.

Ela tirou o cigarro da boca e finalmente se sentou.

— A Hazel? Não Me diga que ela é uma mulher tão insegura assim.

— Não é insegurança - Afirmei com tom meio rouco da garoa que levei ontem a noite ainda trabalhando.

— Ciúmes?

— Não mesmo.

— Ou é você que não consegue se controlar perto de mim? - Refutou com ar tentador.

Abaixei a cabeça e dei uma leve risada.

— Não é por qualquer coisa que eu me interesso.

Voltei a tragar quase terminando o cigarro, até ela me estender um novo e acender.

— Para um cara durão, até que parece fácil ser domado. - Gesticulou voltando ao seu estado passível.

Julgamento ao Amanhecer - Zumbie™Onde histórias criam vida. Descubra agora