70. Drame

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    O nosso corpo responde a um trauma de diversas formas. E por ser tão inteligente, decide poupar energia para sobreviver. Por isso, pelo cansaço mental, ele acaba desligando seu mecanismo de fuga, os seus músculos são paralisados, para então fazer seus órgãos vitais ficarem vivos.

Fique calmo, vejo que você perdeu a calma, quando estiver contra a parede você dever agir, pensar demais não vai mudar as coisas, a melhor opção é improvisar.

"Você e muito jovem pra pensar em falhar"

Corri tanto que sentia as bolhas nos meus pés estourarem logo após surgirem a tamanho atrito, minha camisa de manga longa e colo alto preto exalava o cheiro de sangue fresco. A enorme estrada parecia não ter fim, junto a um ar denso que a floresta ao lado fazia em toda a extensão, o vento estava ao meu favor e me fazia escutar melhor trazendo os ruídos de dentro da vegetação, meu coração quase saia pela boca, o oxigênio parecia ser sugado por cada parte do corpo de forma anormal, eu não estava na melhor forma física, pois não era comum estarmos tão ativos neste mundo morto.

— Tank!? Como é que está aí?

— ... Um caos total, não encontrei a Kenna em nenhum lugar...

— Se precisar saia com ela daí, vocês dois, esquece as armas.

— ... Eu gostaria muito, mas cercaram os portões e descobriram todas as entradas que tinha tampando com placas de aço...

— Já estou chegando!!! Continue vivo. - Desliguei, acoplando na cintura o rádio.

Continuei a correr, mas uma cãibra torturante me pegou na coxa esquerda me fazendo, praticamente, me arrastar com uma das pernas paralisada, foi quando cedi e me ajoelhei no meio do asfalto, senti perder o controle como naqueles sonhos em que você tenta fugir do monstro, mas é como se não saísse do lugar.
Ao elevar a cabeça vi o cavalo que havia vindo, ele era um animal de grande porte, marrom, o mesmo surgia pastando de dentro da floresta.

— Qual a possibilidade? - Falei em voz alta.

Me ergui chegando até ele, lentamente o atraindo para fora, passei a mão em sua cara e afaguei seu dorso para subir.
Já posta o dei o comando.

(...)

TANK

As coisas naquele lugar estavam em total descontrole, as pessoas pareciam animais encurralados, talvez viviam na pura história de terror dita como lenda da criatura, isso as faziam viver de ilusões, Hazel sempre dizia que esses lugares nunca duravam, estava certa, agora a violência e os gritos davam lugar ao silêncio inquieto.

— Benício, você viu a Kenna? - Dizia ao encontra-lo no meio da rua, enquanto todo o resto se desesperava correndo de um lado ao outro.

— Claro que não, estava tentando evitar um massacre na igreja, porque? Ela não está com a Hanna?

— Não cara! A Hazel foi buscar a Hanna, mas acho que aconteceu alguma coisa.

Ele arregalou o olhos e jogou o fuzil para trás.

— A Hanna? Onde exatamente?

— Guarita da fronteira.

Ele passou por mim afoito.

— Aonde vai Benício? Precisamos de mais gente aqui.

— Tank esse lugar já era, pega as meninas e foge daqui, tenta falar com Druig, ele pode saber da garota.

Ele partiu correndo, até que vi Druig ao longe entrando na sala em que fazíamos reuniões. O segui para perguntar onde Kenna poderia estar. Ao adentrar o mesmo tomou um susto e começou a falar sobre alguma situação.

Julgamento ao Amanhecer - Zumbie™Onde histórias criam vida. Descubra agora