42.Village

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No século XVI o mundo era um pouco mais sombrio em relação à mulher, já devem ter visto ou lido histórias daquela época, status e poder eram tudo a eles e aos que rodeavam, uma reputação manchada destruiria não só a sua vida como te levaria ao limbo para sempre, uma vida marcada em desonra perante o povo e a sua família. As mulheres menos favorecidas serviam praticamente como putas, servas ou apenas amantes do rei se fossem bonitas, filhos bastardos gerados aos montes em segredo com medo da perseguição cristã ou mesmo das suas cabeças cortadas. Adultérios, traições e divórcios eram abomináveis pela igreja católica figura importante e decisiva para um próspero reinado, mas claro a abominação tinha que partir da mulher, vidas ceifadas em nome de Deus e da honra, por uma bancada de homens nobres. Para eles uma rainha perfeita era aquela que lhe dava um filho homem e ficava quieta em relações a política, e o mais importante se não pudesse satisfazer o seu rei teria que abaixar a cabeça para a amante. E foi quando uma rainha decidiu ser sua própria companhia tendo a capacidade de reinar sem um homem ao lado por 40 anos, a igreja se voltou a ela é claro, porque, no fundo a humanidades sempre teve medo de mulheres que voam, sejam elas bruxas, sejam elas livres.


Encharcada e quase entrando em hipotermia via-me ofegante abrigada em baixo de um estábulo de cavalos escuro.

- Castiel? Hey abra os olhos - Eu tentava-o reanimar, mas sem sucesso as suas pupilas diante da luz não reagiam.

- Ele morreu Hazel? - Hanna dizia com temor nas suas palavras lágrimas rolavam junto com as gotas de chuva no seu rosto.

- Seu coração ainda bate, ele deve estar em coma ou algo do tipo.

Levantando sua camiseta região ver absolutamente toda a região torácica roxa, talvez um choque anafilático pela longa caminhada. Passava as minhas mãos no seu rosto frio, deitei a sua cabeça num monte de feno, e ao longe pude ver luzes vindo até nos.

- A alguém aí? - Dizia alguém atrás da lanterna com uma luz forte.

- Não atire caso esteja armado - Levantei as mãos diante da tempestade e do que não sabia que estava atrás da luz

- Meu amigo está doente pode ajudar? Olhava a todo instante para os lados e não consegui ver muita coisa, a pessoa que falava comido ficou muda e não conseguia ver a sua reação pelo farol que nos cegava.

- Ele foi mordido? - Gritava na minha direção com o barulho forte da chuva.

- Não, não. Ele sofreu um acidente e precisa de ajuda, por favor ela não vai aguentar por muito tempo.

- Vou mandar alguém pegá-lo, fique aqui.

- Tudo bem eu fico só o ajude por favor.

A figura se virou e pela voz percebi ser uma pessoa de mais idade falando, talvez um fazendeiro ou algo do tipo.

Depois de algum tempo um homem de macacão veio até nos e pegou Castiel em seu braço. Lembro que o toquei falando.

- Ele tem uma perfuração no pulmão devido a uma queda de pilastra em cima de suas costelas, está em choque anafilático.

Sem dizer nada e sem esboçar reação levou pela chuva em direção a escuridão com uma luz ao longe.

- Tem certeza disso Hazel?

Engoli a seco sem piscar até perderlos de vista.

- Não, mas se quisessem nós matar já teriam atirado.

Julgamento ao Amanhecer - Zumbie™Onde histórias criam vida. Descubra agora