60. Mutation

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A árvore que queira tocar os céus
precisa antes ter raízes tão profundas
a ponto de chegar ao inferno
Carl Jung

Quando decidimos algo, para a vida a uma coisa que nos atrai a ela na mesma intensidade que a desejamos, neste momento nosso organismo muda, a inteligência, o cérebro e o universo te encaminham para esse objetivo, como uma força de atração que te ajuda a estar no núcleo ao centro do que almeja, em certo momento você tende a se questionar se aquilo é realmente para você, se todas aquelas provas, privações e desmotivancionas são indícios que aquilo não é pra você, nestas horas pare, respire, e se pergunte "Estarei feliz com essa decisão daqui a 5 anos?"
Se seu coração bater acelerado, sair um sorriso de canto ou um sim da sua consciência... Continue. Façam escolhas que te assustem, pois será a melhor forma de evoluir, não romantize a dor lacerante que te machuca, não é disso que estou falando, ninguém sai ileso de decisões que mudam uma vida, por isso que a dor mora nos melhores guerreiros.

Toda aquela rostos não se moviam ao meu ver, me julgavam a muito tempo, novamente de joelhos para uma velha amiga, as palavras de Tank ecoavam na minha cabeça como uma voz funda e longe, meu semblante fechado, e no meio de toda aquela gritaria e confusão, observei uma pessoa apenas, Benício, que encostado ao carro tragava um segundo cigarro.

— Hey você aí - Falava em sua direção — Acende um?

Ele revirou os olhos e afastou o cara grandão de 12 pronto para despedaçar meus miolos naquela estrada desértica, no fundo eu sabia que Benício mandava e apenas seguia ordens de outro alguém, não o julgo na posição dele demostrar piedade em meio a lobos era arriscado, seu colega fungava seu cangote toda vez que ele demostrava liderança e era nítido bem antes de os conhecer.

Ele se aproximou se inclinou a mim colocando o cigarro em minha boca, logo acendeu e após o primeiro trago retirou e voltou a colocar de volta. Após isso respirei fundo, tentada olhava Tank que após uma declaração suicida mal se mantinha em pé. Sabe e aquelas situações que vocês estão acostumados eu não iria falar e nem pedir desculpas, depois de um tempo cansa.

— Espero que continue queimando no inferno vadia. - Disse um dos provável parente do estuprador.

A minha indiferença talvez seja algo não natural para o comum humano, porém já havia visto tantas formas dolorosas de morrer que um tiro não seria tão ruim, talvez a única coisa que mantinha a humanidade ainda acessa.

Fechei meus olhos demasiado, acreditando que não haveria saída para aquele fim, porém tiros foram disparados para cima, ao enxergar vi em minha direção o que parecia ser Hanna com uma Uzi apontada a cabeça de um deles, mas não qualquer um o mesmo que foi gentil em dividir seu cigarro a mim.

— Ninguém vai tocar na minha amiga, ou eu fuzilou a CABEÇA DELE, VOCÊS ENTENDERAM. - Hanna ainda disparou para cima.

— É isso mesmo, ninguém toca na Hazel seus doentes.
Kenna segurava uma arma mais pesada que ela, meio desequilibrada aos outros.

A tenção e o silêncio se instalaram.

—  ... Quero que soltei os dois e nos deixem ir.

O cara mais perturbado com a 12 e que nos tinha aprisionado falou.

—  Não devia ter disparado. Acha mesmo que vou deixar essa puta madre sair assim? Depois de ter matado nosso membro do grupo?

— Seu membro não era uma pessoa boa tentou estuprar Kenna, teve o que mereceu.

Hanna barganhava algo imprevisível de se concluir. Benício novamente com a arma em seu pescoço tentou apaziguar.

— Rodríguez escuta, aquele cara era um abusador, só mantínhamos ele por que nós fornecia a paz ao outro grupo rival, olha para cara de sua esposa, ela está agradecida por ter finalmente saído desta situação. Quando souberem que o vínculo de nós morreu iram atrás do que prometemos a eles e aí sim terá uma guerra.

Julgamento ao Amanhecer - Zumbie™Onde histórias criam vida. Descubra agora