Capítulo 18: Outono.

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Boa leitura! ☕

~#~

(Pov. Min Olie)

Os finais de tarde sempre parecem passar mais devagar quando estamos perto da época do início do inverno. As poucas folhas secas do fim do outono junto ao vento frio, sempre me traz uma tristeza nostálgica. Meu coração se enche de uma leve angústia, fazendo-me sentir um amargor a qual se repete a exatos sete outonos.

Todos os dias, desde o início do ano, eu acordo e venho trabalhar na loja de bolos daqui do vilarejo, e sempre estou a olhar para o lado de fora das janelas. Meu trabalho é realmente monótono e maçante, mas ver a vida acontecendo do lado de fora, sempre me deixa um pouco distraído e me faz deixar de lado as memórias que me perseguem, essas de quando tudo parecia mais "colorido" e rapidamente se tornou um grande cinza sem vida.

Ver a paisagem mudar lá fora, assistir o socializar das pessoas - as vezes felizes e sorridentes, outras cansadas ou até mesmo tristes -, presenciar as crianças brincando com alegria ou até mesmo chorando por terem ralado o joelho, atender os clientes que vem na loja, e/ou observar os alfas que trabalham na segurança da matilha. Porém, quando chega o outono, tudo parece mudar.

Tudo fica parado e calmo. Poucas pessoas nas ruas, poucas crianças brincando, poucos clientes comprando, quase vazio. E então nesse tempo, o frio aumenta, as belas flores nas árvores ou arbustos caem e murcham-se, as folhas ficam secas e toda a "paleta" de cores vibrantes some, aparecendo uma imensidão de marrom opaco. E todo esse sentimento de "perda" vem a tona junto desses eventos da natureza, e para piorar tudo, temos o grande baile da Paz - onde todo o meu sofrimento começou.

Mas não quer dizer que tudo sempre foi assim, as coisas começaram a tomar um sentindo diferente há sete anos atrás, quando foi comemorado o quinto baile da Paz. Antes desses anos, toda essa comemoração sempre trazia ao meu outono mais leveza, mais beleza e alegria, tudo de bom para ser sentindo e lembrado, mas aí aquele ômega apareceu para estragar tudo.

No entanto, antes de tudo, queria repensar no ápice de todos os meus problemas, a qual tem nome e sobrenome: Lee Hyun Jakony, mais conhecido por mim como Jake, ou apenas como o meu ex-namorado que colocou na minha linda cabeça uma bela galhada - se eu exagerei? Só um pouquinho.

Um alfa para ninguém colocar defeitos. Forte, bonito, moreno, olhar marcante, belo sorriso, lindos cabelos longos, gentil, sedutor, amante da literatura, um ótimo mecânico, e o melhor companheiro que o destino poderia me enviar, era a porra de um gostoso do caralho! Mas talvez o destino tenha me enviado o pacote com algum defeito ou sem garantias mesmo - quem sabe uma notinha falando dos perigos do "produto".

Eu o conheci na escola, com os meus dez anos - nós temos a mesma idade. Ele costumava ser o garoto magricela da classe, com uma inteligência invejável, sempre inventando coisas que me deixava impressionado ou simplesmente bobo, já que ele sempre tinha uma novidade para mostrar para turma e principalmente para mim - ele sempre vinha com o sorrisinho envergonhado perguntando se eu tinha gostado, e todas as vezes eu respondia que "sim" só para ver os olhos brilhantes dele.

Ele sempre aparecia com vários livros e histórias incríveis para ler e/ou contar para mim, e claro, eu não resistia a ficar e ouvir maravilhado as coisas que ele contava, e acabei me tornando um de seus admiradores e não demorou para que nos tornassémos grandes amigos. E então passei a conhecê-lo melhor conforme íamos brincar juntos, estudar, passear, ler, e montar coisas. Compartilhavamos muitas semelhantes, e sempre passávamos todas as tardes juntos, conversando sobre milhares de coisas, sem maldade nenhuma, apenas transmitindo um para outro aquele sentimento bom de companhia e compatibilidade.

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⏰ Última atualização: Feb 05, 2021 ⏰

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