Capítulo 10: Amigos sempre cuidam um do outro.

3.7K 593 147
                                    

A claridade batia contra os meus olhos, fazendo-me entreabri-los por alguns segundos e piscá-los lentamente, sentindo a sonolência ir embora aos poucos. Meu corpo estava dolorido, mas não ao ponto de me fazer gemer por isso. Espreguiçei ouvindo os sons das minhas juntas estalarem, como se eu já estivesse deitado há um bom tempo naquela posição - de barriga para cima.Uma coberta branca e grossa me cobria por inteiro, mas pude ver meus braços sob a minha barriga. Havia pequenas compressas de gazes pelos os meus braços - em vários lugares.

Observei as paredes amarelas e um guarda roupa marrom ali perto, os raios de sol que entregam pela a janela refletia contra aquela cor e deixava tudo mais claro. Farejei todo o cheiro do quarto, mas só indentifiquei o cheiro de lençol e roupa limpa, e a leve essência do meu sangue. Me remexi na cama e me sentei no colchão, esfregando os olhos com as mãos e logo coloquei a mão na cabeça sentindo uma leve dor na região do topo da cabeça. Toquei ali e logo senti uma outra compressa de gaze, junto a uma faixa branca enrolada sobre ela. Voltei a olhar o quarto vazio, e logo me senti sozinho.

Meus olhos arderam e não demorou para que as lágrimas chegassem. Onde será que está o Jungkook? Onde eu estou? Eram as únicas perguntas que vinham na minha mente. Não sabia quanto tempo eu estava ali, ou se a minha lembrança fresca aconteceu ainda ontem. Não era como se eu amasse o alfa a ponto de querer ele de volta por achar que o mesmo morreu, mas poxa... Ele salvou a minha vida, e é culpa minha tudo aquilo ter acontecido com ele. Estava tudo tão escuro, frio, barulhento e assustador que eu nem senti quando me soltei de sua mão.

Eu prefiria mil vezes não ter visto quando aquele maldito pedaço de madeira bateu nele. Foi como uma facada contra o meu peito. Era sempre assim, tudo de ruim que acontecia com as pessoas próximas a mim, era culpa minha. Me culpava pelos os meus pais terem ido embora, agora me culpo por ter matado o Jungkook. Porra... Ele era pai! Ele era um líder de uma alcateia e eu tirei tudo isso deles. Por quê eu tinha que ser tão impulsivo? Droga! Queria que o alfa não tivesse corrido atrás de mim. Mas ele é bom demais para deixar um dos seus sozinho.

Puxei a coberta devagar, sentindo minhas mãos tremerem. Observei meu calcanhar direito, e a marca da alcateia do Jeon não estava lá. Apenas a minha pele leitosa, com arranhões e mais curativos. Suspirei e acabei tomando um belo susto quando a porta do quarto foi aberta e um ser de cabelos ruivos adentrou-o com uma bandeja e uma pequena bacia em cima - a qual exalava cheiro delicioso -, colocando-a sobre a mesinha vazia que tinha ao lado da porta.

_ Hobi hyung?! - Exclamei completamente eufórico por vê-lo ali, e logo ele me monstrou o seu sorriso radiante, vindo até mim e sentando na cama.

_ Que bom que acordou ômega-... - Eu nem sequer deixei ele falar, e logo o abracei com força, chorando manhoso, e apenas deixei que o meu lado ômega se aproveitasse do calor de alfa que vinha dele, para tentar sanar aquele sentimento de tristeza do meu peito.

_ Hyung, o Jimin ficou com tanto medo! Não sei o que aconteceu... É tudo minha do Jimin! - Funguei em seu ombro, e ele me abraçou de volta.

_ Então, é só eu saí da vista e você creo' no meu boy?! Aí meu Deus... - Ouvi a voz do Tae, a qual acabara de adentrar o quarto, e logo me separei do Jung, olhando para ele com os olhos cheios de lágrimas, vendo sua expressão brincalhona mudar para uma de espanto.

_ Tae, q-que saudade! Hum... - Funguei alto e ele logo veio me abraçar, fazendo-me grudar em seu dorso como um filhote de coala.

_ Não chora meu bem, tá tudo bem. A gente te achou e cuidou de você. Olha para seu irmão, hum? - Ele colocou as mãos no meu rosto e um bico se formou em meus lábios e ele sorriu me dando um selinho casto - que fez minhas bochechas queimarem de vergonha.

Prometido ao SupremoOnde histórias criam vida. Descubra agora