Duas pessoas que são de mundos completamente diferentes, mas que, acabam se completando de alguma forma. Hawks procura simplicidade na vida, enquanto [Nome] busca viver de forma livre.
Até que, um dia, o herói entra em sua vida e acaba virando-a de...
Meu rosto estava encharcado de lágrimas de desespero e água da torneira do banheiro. Eu encarava minha feição borrada com alguns fios de cabelo grudados na minha testa, eu respirava e inspirava fundo tentando procurar pelo ar que perdi com tanta água jogada contra meu rosto - acabei me afogando também por ter exagerado cegamente na água.
O rosto da garota e o jeito que ela se exibia com aquela maldita pena me fazia querer vomitar meu estômago pra fora, como um sapo.
Ela era mais bonita que eu, aparentemente mais sociável e simpática - visto que todos estavam na mesa dela - tinha um sorriso bonito, resumindo, se ele a visse com certeza me jogaria de lado.
Se ele já não fez isso...
Peguei várias folhas de papel toalha e as amassei entre os dedos, logo as passei delicadamente no meu rosto para enxergá-lo. Alguns pedaços de papel ficaram grudados, então eu delicadamente os puxava com a ponta dos dedos.
Será que eu estava pronta pra voltar ao refeitório e encarar a senhora queridinha do Hawks?
Não precisei ir até lá.
A porta do banheiro foi aberta e a garota de cabelos esverdeados e olhos castanhos bem marcados se materializou no meio do cômodo. Ela mexia nos cabelos, os jogando pelo ar enquanto mexia naquele moletom seboso dela. Não pude evitar revirar os olhos quando ela apareceu ao meu lado de um jeito totalmente exibido.
Mas também não pude deixar de notar o quão bonita ela era.
Ela caminhou até a pia, ergueu seu corpo pra frente do espelho para arrumar o seu rosto - eu encarava tudo de lado, fingindo lavar as mãos.
Não sei, tinha algo nela que me deixava irritada, no entanto, me repreendia mentalmente dizendo que não podia odiá-la de graça.
Afinal, ainda tem a possibilidade dela ser apenas uma mentirosa.
A pena no pescoço dela se mexeu de forma delicada e ela riu copiosamente com o ato.
Estúpida. Estúpida.
Por que diabos ela tem uma pena e eu não?
Por que isso importa tanto? Meu Deus, essa deveria ser a menor das minhas preocupações, eu sei. Mas... Pensar que ela pode ser mais importante me deixou muito, muito mal.
Eu não sou o suficiente? Eu fiz alguma coisa de errado? O problema está em mim?
Sim, com certeza sou eu.
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- Você se perdeu no banheiro? - Marie perguntou surpresa ao me ver passando pela sala. - Eu guardei o seu bentô. - Ela sorriu erguendo o pote na minha direção.
- Obrigada - Sentei-me ao lado dela sem a mínima vontade de continuar naquele ambiente. Eu só queria ir pra casa, comer bolo e depois chorar. - Eu encontrei o meu irmão no meio do caminho e me distraí com ele. Desculpa. - Menti.
