A cada vez que Dean imagina cenários de seu "encontro" com Castiel, seu estômago gela em uma ansiedade por fugir da oficina, largar seu trabalho para trás e realizar o momento marcado com antecedência. Independente do que fosse acontecer.
Ele quer, acima de tudo, usar aquele compromisso entre eles para dizer a Castiel o que sente, mas ele conhece a si mesmo e sabe como se atrapalha quando o assunto é se expressar, o que beneficia seu nervosismo daquele dia.
A sua manhã passa lentamente, Dean realiza até mesmo trabalhos que não são seus como forma de se ocupar e driblar o tempo, mas é como se o tempo percebesse o que ele tentava fazer e atrasasse ainda mais o correr dos minutos.
E o tempo não é o único a ir contra ele neste dia.
Durante seu intervalo do almoço, o rapaz recebe a companhia de seu pai na cozinha, o que é uma novidade naquela semana toda. Desde o último encontro desastroso com ele, Dean mal o vira por mais de alguns segundos. John o evitava e apenas o entregava rápidas ordens, agindo como se nada demais tivesse acontecido ou como se o culpado de qualquer coisa fosse seu filho. No fim, Dean sempre agregava à culpa, mas ficava no seu canto, aceitando ordens, falando pouco.
— Tenho que buscar algumas peças hoje às 14h. Preciso que termine meu serviço e fique aqui até eu voltar. – John simplesmente afirma.
Dean sabia que sua companhia ali seria unicamente para dar algum trabalho a mais para ele, e tem de se esforçar ao máximo para segurar a revirada de olhos que sente vontade de dar ali.
— Tá... que horas você volta? – É o que ele diz em voz alta, mas seus pensamentos soam como "mas que inferno, é claro que justo hoje você daria um jeito de me ferrar."
— Não sei. – John responde secamente. – Por quê? Tem algum compromisso?
Dean considera dizer que sim, que tem algo importante a fazer, mas levantar esta questão geraria mais indagações e uma possível discussão. Definitivamente não queria desencadear isso.
— Não. – Ele mente. – Só pra saber quanto tempo teria pra fazer seu serviço, mas vou tentar ser rápido de qualquer forma.
Dean força um pequeno sorriso, meio debochado, meio débil.
— Só faça seu trabalho direito. – John dá as costas assim.
O lanche que Dean tinha em suas mãos então perde totalmente o gosto, seu apetite se dissipa. É claro que ele não conseguiria sair mais cedo em seu dia de sair mais cedo, seu pai sempre o impedia e justo hoje em que ele tinha um encontro marcado, é óbvio que a sorte não estaria a seu favor. Se repreende por sua própria ilusão e, tentando não deixar que a raiva piore seu nervosismo, ele pega seu celular para avisar Castiel da situação. É então que vê as notificações do mesmo.
"Dean, esqueci meu carregador com o Jack ontem, minha bateria não vai durar muito.
Te espero aqui no teatro, ok? Até mais tarde."
Dean checa o horário das mensagens. Foram enviadas duas horas atrás.
— Droga.
"Ei anjo, devo atrasar um pouco. Vou ter que esperar meu pai voltar pra cá e não sei quando exatamente isso vai rolar... mas eu vou"
Observando sua mensagem ser enviada, Dean espera pelos dois traços de confirmação que diriam que a mensagem foi não só enviada como também recebida por Cas. Porém, o segundo não aparece, o que diz a ele que a bateria provavelmente já havia acabado.
— Porra anjo, justo hoje? – Dean reclama consigo mesmo e se levanta do banco onde estava, arrumando rapidamente as coisas que sujou para poder voltar ao trabalho. Teria de contar com um mínimo de sorte para que seu pai não demorasse demais e para que Castiel fosse paciente em esperá-lo.
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Angel
FanfictionDean Winchester, um mecânico que segue os negócios do pai e Castiel Novak, um ator teatral que vive um anjo nos palcos. Duas vidas que se interligaram por anos, até que uma grande revelação gera a briga que muda a vida dos dois para sempre.