16 - Ilusões

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O combinado é seguido.

Depois do seu trabalho no Roadhouse, Dean se direciona até a casa de Castiel, encontrando-o ainda acordado à sua espera. Os dois trocam uma rápida conversa, e não demoram muito a cair no sono juntos.

Pela manhã, acordando no calor dos braços de sua melhor companhia, Dean sente o olhar azul sob si quando abre seus próprios olhos.

Uma preguiça unida a conforto se instala em seus corpos, o que faz com que os dois fiquem um tempo a mais deitados, deixando o tempo correr livremente, sem preocupações.

— Posso te perguntar uma coisa? – Cas quebra o silêncio, sua mão unida a de Dean, seus dedos traçando caminhos pela sua pele, carinhosamente. A lateral do rosto de Dean repousa sobre o peito de Cas, que acaricia os cabelos loiros com a afeição inerente que possui.

— Manda ver. – Dean responde simplesmente, não recebendo uma resposta rápida. Seus olhos buscam o de Cas, inseguranças já brotando em seu peito. – O que é?

O anjo ainda hesita, buscando as palavras corretas para dizer.

— Cas? – Dean insiste.

— Desculpe, eu... – Castiel percebe o nervosismo de seu parceiro, e abre um sorriso carinhoso. – Dean, o que acha que vou falar? Você parece ter visto um fantasma.

— Ué, você- sei lá. Você fala assim do nada. Parece ser algo sério.

O moreno não se convence, mas decide por deixar isso passar. Não podia se alongar mais, deixá-lo nervoso não ajudaria em nada no que tinha para falar e sugerir.

— Ok, olha só... não é bem uma pergunta, mas, primeiro de tudo quero que me prometa que vai me ouvir, e não vai me interromper antes que eu termine. – Se sentando na cama, Cas se recosta sobre travesseiros para poder ter uma visão melhor em Dean, que faz o mesmo. O anjo certifica-se de que suas mãos continuem unidas. – E prometa considerar o assunto. Pode ser?

Dean o olha em confusão, as linhas de suas sobrancelhas se apertando em dúvida.

— Por favor, Dean.

— Tá bem, Cas. Me diga então o que é. – Dean anseia.

— O que eu quero falar é mais ou menos sobre o que aconteceu ontem. Tudo bem? – Seus olhos buscam novamente o olhar de Dean. Cas sabe bem como reconhecer alguns sentimentos pelos olhos, principalmente com ele.

— Sim... o que é que tem?

— Não foi a primeira vez que isso aconteceu, não é? Aquele seu nervosismo.

— Uh... acho que não. – Dean coça sua nuca, um constrangimento o ameaçando.

— Bem... você sabe por que isso acontece?

— Eu não sei, Cas... eu só- acontece de repente, vem muita coisa na minha cabeça e é como se eu não controlasse mais nada. Eu fico nervoso e... eu não sei. Não é nada. – Dean dá de ombros.

— Essa é a questão onde eu quero chegar, Dean. É sim alguma coisa, e não é saudável. São crises de ansiedade, ou coisas parecidas, que te afetam de uma maneira forte... é por isso que eu queria falar contigo. Você carrega muita coisa sozinho até chegar o ponto de não conseguir segurar mais. Não é sua culpa, muito menos modifica a pessoa maravilhosa que você é... mas você poderia ter uma ajuda. Ter alguém que pode te auxiliar da maneira certa... você entende? – Cas segura a mão de Dean com mais firmeza, não desviando o olhar, por mais que seu companheiro faça o contrário.

— Você tá sugerindo...?

— Eu estou sugerindo que você comece a procurar ajuda profissional. Um psicólogo, um terapeuta–

AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora