Angel

18 - Consequências

— Como foi que entrou aqui!? — John pergunta com seu braço ainda imobilizado.

Buscando pela resposta também, Dean olha para a porta. Ainda está fechada, e não há nenhuma outra forma de entrar no escritório a não ser através dela. Ele pondera se Cas tivesse aparecido com algum tipo de poder, e volta a observá-lo com surpresa e alívio.

— Isso não importa. – Castiel responde e empurra John até que ele fique contra a parede, seu rosto prensado contra ela. – Você chegou no seu limite. Se juntar com um demônio pra ir contra seu próprio filho é mais do que eu imaginei que você seria capaz, e olha que eu imaginei muita coisa.

— Você! – O demônio, que se recupera do baque, grita e se levanta, apontando o indicador para Castiel. Ele ri num tipo de êxtase. – Hoje deve ser Natal! Eu consegui o Winchester e o anjo assim tão fácil?! Mal posso acreditar.

Castiel o encara com desdém, e voltando a voz para John, ele dá seu aviso.

— Eu lido com você depois. – Ele larga o braço e chuta os pés do homem de forma que ele fique ao chão, dando-lhe tempo para lidar com o demônio.

Se fixando de frente a ele, Castiel se prepara para atacá-lo. Seus poderes estão enfraquecidos, utilizar suas asas o desgastava consideravelmente, mas não mostraria suas fraquezas ali.

Dean o vê como nunca vira antes. Aquele Castiel é um Castiel diferente, poderoso, desafiador. Sem saber o que fazer, ele apenas se levanta, olhando seu pai e garantindo estar longe o suficiente dele.

— O que você quer? Como é que saiu do buraco em que te colocamos?! – Castiel pergunta à criatura de olhos negros.

— Acha que só os anjinhos conseguem sair da casa do papai? – Ele responde debochado. – Está enganado. Vim terminar o que pretendia fazer há anos, mas você e seu irmãozinho me impediram. Coopere comigo se não quiser acabar morto como ele e Mary. Me dê o Winchester e você sai livre dessa.

Em resposta, Cas sorri de forma desafiadora. Com um movimento de seu braço direito, uma prateada e fina espada escorrega em sua mão.

Dean se surpreende ainda mais. Não fazia ideia de onde aquilo teria surgido e nunca tinha visto nada igual nos pertences de seu anjo e era idêntica à espada que seu pai segurara antes. Com certeza teria mais perguntas a fazer se saíssem dessa.

— Vai sonhando. – O anjo diz e vai para cima do demônio. Ele lança sua espada contra ele algumas vezes, mas seu inimigo é ágil e consegue desviar. Eles erram golpes e travam em defesas, e aproveitando que está agora mais perto da porta, Castiel lança seu poder em direção a ela de forma que se destranque, arrebentando a fechadura.

— Dean, vá! Saia daqui agora!

O Winchester olha para a porta e para a luta que ocorre entre os dois. Considera sair dali, mas isso seria deixar Castiel para trás, e nunca em sua existência seria capaz disso.

— Eu não vou deixar você sozinho aqui. – Dean responde.

— Aww, como é leal o seu cachorrinho. – O demônio provoca e acerta um golpe em Castiel com sua cabeça quando ele abaixa a guarda com a resposta de Dean.

Caindo ao chão, Castiel escuta Dean gritar seu nome, e rapidamente se levanta. Sente a dor o pegá-lo, mas não se abala; instintivamente dá passos para trás para chegar mais perto de seu humano, seus instintos protetores tomam suas ações por completo.

— Dean, eu lido com eles... por favor saia daqui. Seu pai foi manipulado, ele não vai voltar atrás, você precisa ir.

— Não, Cas! Não adianta, eu não vou.