Capítulo 30

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Amanda

Eram 6h40 da manhã, e eu estava sentada ao lado do Jeff, esperando ele acordar.

— Acorda logo, meu amor. Vamos voltar pra casa bem e saudável — falei, com a voz baixa, acariciando sua mão.

O médico entrou no quarto silenciosamente, interrompendo o momento.

— Algum progresso? — perguntou ele, lançando um olhar cuidadoso.

— Nada ainda — respondi, soltando um suspiro frustrado.

— Calma, ele deve acordar em algumas horas — disse o médico, tentando me tranquilizar. Assenti em silêncio enquanto ele saía do quarto.

Peguei meu celular para checar as mensagens. A família de Jeff estava muito preocupada e chegaria ao Rio na manhã seguinte. Depois de responder a algumas mensagens, decidi ligar para a Anny por vídeo.

Ligação por vídeo: ON

— Oi, mãe. Te acordei? — Anny atendeu com uma expressão cansada.

— Não, eu nem dormi direito — respondeu ela, esfregando os olhos.

— Você precisa descansar, filha.

— Eu sei, eu tentei, mas não consegui.

— Quem está aí com você? — perguntei, desconfiada.

— Ninguém — respondeu ela, rapidamente.

— Eu vi alguém aí, dona Anny. Não sou louca.

— Tá bom, é o Maycon — confessou.

— Vocês se protegeram, né?

— Mãe! A gente não fez nada, só dormimos.

— Se você diz...

— É a verdade.

— Tá bom. Vou precisar da sua ajuda amanhã.

— O que você quer que eu faça?

— Seus avós chegam de manhã. Você vai ter que buscá-los, e se o Maycon puder dirigir, já que ele é maior de idade, vai ser melhor.

— Vou perguntar a ele.

— E você também vai ter que levar seus irmãos pra escola.

— Tá bom, mãe. E quem vai cuidar do sítio com o vô?

— O Marcos chega hoje. Ele vai ficar com seu avô até ele tirar o gesso.

— Tá bom, então.

— Beijos, filha. Te amo.

— Também te amo, mãe. Tchau.

Ligação por vídeo: OFF

Anny

Acordei por volta das 2h da manhã e comecei a fazer carinho no cabelo do Maycon, que estava deitado na minha barriga. Ele se remexeu um pouco e abriu os olhos.

— São que horas? — perguntou ele, com a voz sonolenta.

— Duas da manhã.

— Por que você tá acordada? — Ele me olhou preocupado.

— Perdi o sono. Pode voltar a dormir.

— Então eu vou voltar — murmurou, fechando os olhos novamente e adormecendo rapidamente.

Fiquei deitada, tentando pegar no sono, mas sem sucesso. Acabei mexendo no celular até que minha mãe ligou. Olhei no relógio: já eram 6h. Ficamos conversando por um tempo, e depois que desliguei, Maycon abriu os olhos lentamente.

Mudanças - Meu Novo VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora