Amanda
Eram 6h40 da manhã, e eu estava sentada ao lado do Jeff, esperando ele acordar.
— Acorda logo, meu amor. Vamos voltar pra casa bem e saudável — falei, com a voz baixa, acariciando sua mão.
O médico entrou no quarto silenciosamente, interrompendo o momento.
— Algum progresso? — perguntou ele, lançando um olhar cuidadoso.
— Nada ainda — respondi, soltando um suspiro frustrado.
— Calma, ele deve acordar em algumas horas — disse o médico, tentando me tranquilizar. Assenti em silêncio enquanto ele saía do quarto.
Peguei meu celular para checar as mensagens. A família de Jeff estava muito preocupada e chegaria ao Rio na manhã seguinte. Depois de responder a algumas mensagens, decidi ligar para a Anny por vídeo.
Ligação por vídeo: ON
— Oi, mãe. Te acordei? — Anny atendeu com uma expressão cansada.
— Não, eu nem dormi direito — respondeu ela, esfregando os olhos.
— Você precisa descansar, filha.
— Eu sei, eu tentei, mas não consegui.
— Quem está aí com você? — perguntei, desconfiada.
— Ninguém — respondeu ela, rapidamente.
— Eu vi alguém aí, dona Anny. Não sou louca.
— Tá bom, é o Maycon — confessou.
— Vocês se protegeram, né?
— Mãe! A gente não fez nada, só dormimos.
— Se você diz...
— É a verdade.
— Tá bom. Vou precisar da sua ajuda amanhã.
— O que você quer que eu faça?
— Seus avós chegam de manhã. Você vai ter que buscá-los, e se o Maycon puder dirigir, já que ele é maior de idade, vai ser melhor.
— Vou perguntar a ele.
— E você também vai ter que levar seus irmãos pra escola.
— Tá bom, mãe. E quem vai cuidar do sítio com o vô?
— O Marcos chega hoje. Ele vai ficar com seu avô até ele tirar o gesso.
— Tá bom, então.
— Beijos, filha. Te amo.
— Também te amo, mãe. Tchau.
Ligação por vídeo: OFF
Anny
Acordei por volta das 2h da manhã e comecei a fazer carinho no cabelo do Maycon, que estava deitado na minha barriga. Ele se remexeu um pouco e abriu os olhos.
— São que horas? — perguntou ele, com a voz sonolenta.
— Duas da manhã.
— Por que você tá acordada? — Ele me olhou preocupado.
— Perdi o sono. Pode voltar a dormir.
— Então eu vou voltar — murmurou, fechando os olhos novamente e adormecendo rapidamente.
Fiquei deitada, tentando pegar no sono, mas sem sucesso. Acabei mexendo no celular até que minha mãe ligou. Olhei no relógio: já eram 6h. Ficamos conversando por um tempo, e depois que desliguei, Maycon abriu os olhos lentamente.
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Mudanças - Meu Novo Vizinho
Teen Fiction"Fora do padrão." É assim que a sociedade costuma rotular quem não se encaixa nos moldes pré-estabelecidos. Quer saber minha opinião? Para mim, estar fora do padrão significa ser única. Neste livro, vou contar a história de Anny, uma jovem que já en...