Anny
Bom, tudo começou quando meu pai e minha mãe... Tá, tá bom, parei! [risos]
Na verdade, tudo começou antes do carnaval, no dia 6 de fevereiro...6:30 da manhã
Acordei, tomei um banho, fiz minhas higienes e me arrumei. Desci para tomar café com meu pai, e logo em seguida fomos direto para o aeroporto buscar minha prima, Luna. Ela sempre vem passar o carnaval comigo, como faz todos os anos.
— Ela me avisou que está quase chegando, já está na sala de desembarque — disse meu pai.
— Tá bom, vou sentar e esperar — respondi, e fui me acomodar.
Fiquei mexendo no celular até que alguém cobriu meus olhos.
— Lunaaa! — falei, e ela apareceu sorrindo na minha frente.
— Quenga! — gritou Luna, rindo.
Luna é minha prima, e apesar de ser brasileira, foi morar no México há uns quatro anos.
— Que saudade eu estava de você! — falei, abraçando-a forte.
— Eu também estava morrendo de saudade! — respondeu ela.
Meu pai nos chamou e voltamos para casa, animadas para o carnaval.
MayconTudo começou no dia 6 de fevereiro.
6:00 da manhã
Acordei, me arrumei e fui tomar café com minha mãe.
— Bom dia, filho! Como você está? — perguntou ela.
— Bom dia, mãe! Estou bem — respondi, pegando uma xícara.
Minha mãe tinha recebido uma proposta de emprego no Rio de Janeiro, e hoje era o dia de nossa mudança. Eu iria primeiro, levando o básico, e ela viria depois com os móveis. Sair de São Paulo seria difícil, mas se isso ia deixá-la feliz, eu toparia.
Ontem, conversei com meu melhor amigo por FaceTime e contei para ele sobre o Rio. Ele também vai para lá em breve. Ele mora no México.
Depois de me despedir da minha mãe, peguei minhas malas e fui para o aeroporto. Em pouco tempo, estava no avião, rumo ao Rio de Janeiro.
Assim que o avião pousou, passei pelos procedimentos de desembarque, peguei um táxi e fui para o endereço que minha mãe havia me dado.
Quando cheguei, abri o portão de um pequeno condomínio — bom, era mais como um portão com um corredor que dava acesso a várias casas e a uma área de lazer.
— Ai! — ouvi um grito assim que o portão bateu em alguém. E quando olhei, lá estava ela: a garota mais linda que já vi.
— Ai, meu Deus! Me desculpa, machucou? — perguntei, preocupado por ter batido o portão na cara dela.
— Tá tudo bem, foi só uma pancadinha leve — disse ela, passando a mão na cabeça.
— Tem certeza? Me deixa ver — falei, chegando perto e olhando o local atingido. — Vai ficar inchado, é melhor colocar gelo.
— Tá tudo bem, obrigada — ela respondeu, e nos olhamos por alguns segundos, até que a menina ao lado dela, que eu nem tinha percebido antes, falou.
— Você é novo por aqui? — perguntou, apontando para as minhas malas.
— Sim, sou novo. Prazer, Maycon — respondi meio nervoso e cumprimentei as duas.
— Prazer, Anny, e essa é minha prima, Luna — disse a menina que eu tinha machucado.
— Vocês podem me ajudar? Estou procurando essa casa aqui — mostrei o endereço para elas.
— Ah, é do lado da minha! É aquela ali, vamos te ajudar com as malas — Anny ofereceu, e eu as acompanhei até a casa.
Anny
Depois que voltamos do aeroporto, decidimos tomar um açaí. Colocamos as malas da Luna no meu quarto e fomos. Ao abrir o portão, de repente ele bateu na minha cabeça.
— Ai! — gritei.
— Ai, meu Deus! Me desculpa, machucou? — perguntou um garoto super preocupado. "Que deus grego é esse, gente?", pensei. Concentra, Anny!
— Tá tudo bem, foi só uma pancadinha leve — respondi.
— Tem certeza? Me deixa ver — ele disse, tocando o local da pancada. — Vai ficar inchado, melhor colocar gelo.
— Tá tudo bem, obrigada — falei, e nos olhamos por alguns segundos, até que Luna interrompeu o silêncio.
— Você é novo aqui? — perguntou, apontando para as malas.
— Sim, sou. Prazer, Maycon — ele respondeu e nos cumprimentou.
— Prazer, Anny, e essa é minha prima, Luna — falei.
— Vocês podem me ajudar? Estou procurando essa casa aqui — ele mostrou um papel com o endereço.
— Ah, é do lado da minha! Vamos lá, a gente te ajuda com as malas — falei, e fomos na direção da casa.
— Obrigado. Então vamos ser vizinhos, né? — ele perguntou.
— Sim, aquela ali é a minha casa. Se precisar de algo, é só chamar — respondi simpática.
— Ok, muito obrigado — ele agradeceu.
— De nada, temos que ir agora. Tchau! — falei, sorrindo.
— Tchau, foi um prazer te conhecer... Quer dizer, conhecer vocês duas — disse Maycon, meio envergonhado, e rimos.
— Tchau, Maycon! — disse Luna.
— Tchau, Luna, tchau, Anny — respondeu ele, sorrindo.
Fomos tomar nosso açaí e nos sentamos na praça perto de casa, conversando sobre a vida.
— Esse Maycon é muito lindo, né? — disse Luna.
— É, ele é bonitinho — respondi, tentando disfarçar.
— Para! Eu sei que você achou ele gostoso — provocou Luna.
— Luna, paraaa! — falei, envergonhada. Se eu fosse branca, estaria vermelha como um pimentão.
— Vai dizer que não achou? — ela insistiu.
— Tá bom, ele é bem gatinho mesmo, mas ele nunca ia olhar pra mim — confessei.
— Por que não? Você é linda, simpática, esperta e super gentil! — disse Luna.
— Para, Luna. Eu sou gorda, cabelo cacheado, e negra. Totalmente fora do padrão de beleza que esses meninos costumam olhar — falei, um pouco insegura.
— E é exatamente isso que te faz bonita! Você é única, Anny. Eu acho que ele ficou caidinho por você — ela disse, sorrindo.
— Se você não fosse minha prima, eu diria que você está louca. Mas como te conheço, tenho certeza que está! — brinquei.
— Ok, dona da razão — Luna disse, rindo.
Continuamos conversando por mais um tempo e, quando terminamos o açaí, voltamos para casa.
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Mudanças - Meu Novo Vizinho
Подростковая литература"Fora do padrão." É assim que a sociedade costuma rotular quem não se encaixa nos moldes pré-estabelecidos. Quer saber minha opinião? Para mim, estar fora do padrão significa ser única. Neste livro, vou contar a história de Anny, uma jovem que já en...