Noah— Eu durmo no chão e você na cama. — falei.
— Nossa, que cavalheiro. — respondeu Mel, com um sorriso divertido.
— Eu sei. — brinquei, arrancando uma risada dela.
— Você sabe que isso foi uma armação, né? — ela comentou.
— Percebi. — respondi, dando de ombros.
— E o que vamos fazer agora? — perguntou Mel, olhando ao redor.
— Sei lá... O que você quer fazer?
— Também não sei. — ela disse, indecisa.
— Que tal tocar alguma coisa? — sugeri.
— Melhor não, a gente vai acordar todo mundo. — Mel alertou.
— Não se a gente fugir daqui. — falei, sorrindo com uma pontinha de malícia.
— Isso é contra as regras do jogo. — disse ela, mas com um brilho curioso nos olhos.
— Eles nem vão saber. Vem comigo. — falei, puxando-a pela mão até a varanda.
— E como a gente vai descer, Sherlock? — perguntou Mel, rindo.
Apontei para a escada lateral que ficava encostada na varandinha. Descemos com cuidado e fomos até o celeiro.
— Esquecemos o violão. — lembrou Mel.
— Relaxa, tem um aqui. — falei, pegando o violão que a Anny sempre deixava guardado ali.
— Eu nem vou perguntar por que a Anny deixa um violão no celeiro... — disse Mel, rindo.
— Melhor não. — respondi, rindo também. — Vamos cantar?
— Vamos. — ela concordou, se ajeitando ao meu lado.
Peguei o violão e começamos a cantar "My Only One".
MelEnquanto cantávamos, não conseguia parar de olhar para ele. O pensamento me atravessou: "Eu não posso perder ele." Quando terminamos, o silêncio tomou conta, e nos encaramos por alguns segundos.
— Posso te perguntar uma coisa? — ele quebrou o silêncio.
— Claro. — respondi, tentando manter a calma.
— O que você ia me dizer mais cedo? — ele perguntou, com um tom sério.
Senti meu coração acelerar.
— Eu... Eu não sei como dizer isso... — admiti, hesitante.
— Mel, você sabe que pode me contar qualquer coisa, né? — disse Noah, tentando me tranquilizar.
— Eu sei... Mas e se isso estragar a nossa amizade? — falei, com medo da resposta.
— Nada vai estragar a nossa amizade. — ele respondeu, convicto. — Quer dizer... A menos que você mate alguém inocente e não se arrependa. Aí, sim, pode esquecer nossa amizade. — ele brincou, e eu gargalhei.
— De onde você tira essas ideias? — perguntei, ainda rindo.
— Sei lá. — ele deu de ombros, rindo comigo. — Mas agora sério... Me conta, Mel.
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Mudanças - Meu Novo Vizinho
Teen Fiction"Fora do padrão." É assim que a sociedade costuma rotular quem não se encaixa nos moldes pré-estabelecidos. Quer saber minha opinião? Para mim, estar fora do padrão significa ser única. Neste livro, vou contar a história de Anny, uma jovem que já en...