capítulo 27

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Noah

— Eu durmo no chão e você na cama. — falei.

— Nossa, que cavalheiro. — respondeu Mel, com um sorriso divertido.

— Eu sei. — brinquei, arrancando uma risada dela.

— Você sabe que isso foi uma armação, né? — ela comentou.

— Percebi. — respondi, dando de ombros.

— E o que vamos fazer agora? — perguntou Mel, olhando ao redor.

— Sei lá... O que você quer fazer?

— Também não sei. — ela disse, indecisa.

— Que tal tocar alguma coisa? — sugeri.

— Melhor não, a gente vai acordar todo mundo. — Mel alertou.

— Não se a gente fugir daqui. — falei, sorrindo com uma pontinha de malícia.

— Isso é contra as regras do jogo. — disse ela, mas com um brilho curioso nos olhos.

— Eles nem vão saber. Vem comigo. — falei, puxando-a pela mão até a varanda.

— E como a gente vai descer, Sherlock? — perguntou Mel, rindo.

Apontei para a escada lateral que ficava encostada na varandinha. Descemos com cuidado e fomos até o celeiro.

— Esquecemos o violão. — lembrou Mel.

— Relaxa, tem um aqui. — falei, pegando o violão que a Anny sempre deixava guardado ali.

— Eu nem vou perguntar por que a Anny deixa um violão no celeiro... — disse Mel, rindo.

— Melhor não. — respondi, rindo também. — Vamos cantar?

— Vamos. — ela concordou, se ajeitando ao meu lado.

Peguei o violão e começamos a cantar "My Only One".


Mel

Enquanto cantávamos, não conseguia parar de olhar para ele. O pensamento me atravessou: "Eu não posso perder ele." Quando terminamos, o silêncio tomou conta, e nos encaramos por alguns segundos.

— Posso te perguntar uma coisa? — ele quebrou o silêncio.

— Claro. — respondi, tentando manter a calma.

— O que você ia me dizer mais cedo? — ele perguntou, com um tom sério.

Senti meu coração acelerar.

— Eu... Eu não sei como dizer isso... — admiti, hesitante.

— Mel, você sabe que pode me contar qualquer coisa, né? — disse Noah, tentando me tranquilizar.

— Eu sei... Mas e se isso estragar a nossa amizade? — falei, com medo da resposta.

— Nada vai estragar a nossa amizade. — ele respondeu, convicto. — Quer dizer... A menos que você mate alguém inocente e não se arrependa. Aí, sim, pode esquecer nossa amizade. — ele brincou, e eu gargalhei.

— De onde você tira essas ideias? — perguntei, ainda rindo.

— Sei lá. — ele deu de ombros, rindo comigo. — Mas agora sério... Me conta, Mel.

Mudanças - Meu Novo VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora