capítulo 3

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Maycon

Que garota incrível, pensei, enquanto Anny, minha nova vizinha, me ajudava a encontrar a casa. Depois que ela foi embora, comecei a organizar as coisas que minha mãe pediu. Ela chega amanhã, então vou passar a noite sozinho aqui. Terminei de arrumar tudo bem rápido, mas logo o calor e a fome começaram a bater. Decidi tomar um banho antes de sair para buscar algo para comer, mas... surpresa: sem água.

Minha mãe já tinha me avisado que, ao chegar, eu deveria pedir ajuda aos vizinhos para ligar a água. Como esqueci, fui até a casa da Anny. Bati na porta e, em vez dela, uma mulher, que parecia ser a mãe dela, atendeu.

— Oi! A Anny não está em casa, posso te ajudar com alguma coisa? — perguntou ela, com um sorriso simpático.

— Oi! Eu sou o novo vizinho. A Anny me disse que, se eu precisasse de algo, era para chamar aqui — respondi um pouco sem graça.

— Ah! O novo vizinho! Muito prazer, sou Amanda. Em que posso te ajudar?

— Prazer, Maycon! É que na minha casa está sem água, e minha mãe disse que eu deveria pedir ajuda a um vizinho para ligar.

— Claro, é só você ir aos fundos, na área de serviço, tem uma torneira lá. É só girar o registro que a água volta a funcionar.

— Muito obrigado, dona Amanda.

— "Dona" só no céu, aqui é só Amanda! — disse ela, rindo.

— Certo, obrigado... Amanda! — respondi, também rindo.

Nesse momento, vi Anny e Luna voltando para casa. Elas me cumprimentaram rapidamente e entraram, enquanto eu voltava para casa, ligava a água e tomava um banho refrescante antes de sair para comer algo.

Anny

Voltamos para casa e vimos Maycon na frente. Ele nos cumprimentou, e nós retribuímos o cumprimento em coro. Luna foi tomar banho, e, em seguida, foi minha vez. Coloquei uma roupa confortável e fui para a varanda do meu quarto, deitei na rede, coloquei o fone e comecei a ouvir Now United, meu grupo favorito. Com a música de fundo, aproveitei para ler o livro que meu pai me deu.

Maycon

Ao voltar da lanchonete, ouvi uma voz suave cantando. Parecia vir da casa ao lado. Subi até a varandinha do meu quarto para ver de onde vinha aquela música. Notei uma pessoa deitada na rede na varanda da casa da Anny, mas não conseguia ver seu rosto, já que estava escondido atrás de um livro.

Esperei por alguns segundos até que ela abaixasse o livro... Era Anny! Assim que me viu, ela se assustou.

— Aí, garoto! Tá querendo me matar de susto? Tá parecendo uma assombração aí, parado me olhando! — reclamou, com a mão no peito.

— Desculpa, eu só fiquei encantado com sua voz — falei, tentando justificar meu olhar fixo.

— Você me ouviu cantando? — ela perguntou, claramente envergonhada.

— Sim, e você canta muito bem! — respondi sinceramente.

— Ah, claro! Muito mal, isso sim — disse ela, rindo.

— Estou falando sério, Anny, sua voz é incrível.

Ela ficou vermelha de vergonha, mas agradeceu.

— Espera aí, fica aí um minutinho — falei, saindo rapidamente.

— O quê? — ela perguntou, confusa.

Voltei com meu violão em mãos.

— Me diz uma música, eu toco e você canta. Vamos? — sugeri, sorrindo.

— Como assim, seu louco? Cada um no seu lado do muro? — perguntou, rindo.

— Dá para ouvir perfeitamente. Não é tanta distância assim — insisti, confiante.

— Tá bom, mas eu sou tímida. Se eu travar, você me ajuda — ela concordou, meio hesitante.

Escolhemos "Maturidade" do Vitão e Day. Nossa, descobri que tínhamos gostos musicais parecidos. Começamos a cantar juntos, e ela foi incrível.

Anny

Cantamos "Maturidade" e, no final, fui surpreendida por aplausos. Quando me virei, vi minha mãe, meu pai, meus irmãos e Luna todos ali, nos aplaudindo.

— Arrasaram! — disse minha mãe, empolgada.

— Vocês cantaram muito! — complementou meu pai.

— Sempre soube que você cantava bem, mas a voz de vocês dois juntos ficou ainda melhor! — comentou Luna, sorrindo de orelha a orelha.

— Mandou muito bem, maninha — disse Noah, meu irmão do meio.

— Alasou, irmã! — completou David, meu irmão mais novo, que corri para pegar no colo e encher de beijos.

— Obrigada, gente, mas o Maycon arrasou mais! — falei, apontando para ele.

— Vocês dois arrasaram — insistiu Luna.

Depois disso, todos entraram. Já estava começando a escurecer, então continuei na minha rede, lendo o livro, até minha mãe me chamar para jantar. Mais tarde, me preparei para dormir, e a noite chegou tranquila, enquanto eu pensava na surpresa agradável que o dia me trouxe: uma nova amizade... e, quem sabe, algo mais.

Mudanças - Meu Novo VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora