Capítulo 35

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Maycon

Quando Anny foi embora, todos nós saímos sob vaias. O clima estava pesado, e enquanto esperávamos o Uber para ir até a casa dela, meu celular vibrou. Era uma mensagem do Leon.

"Me encontra nos fundos agora."

— Preciso esvaziar a bexiga. — Falei, tentando despistar meus amigos antes de sair discretamente.

Caminhei até os fundos, e assim que cheguei perto do local combinado, senti alguém me puxar para os matos.

— Desculpa, precisava de um lugar isolado. — Leon sussurrou, nervoso.

— Tenho pouco tempo. Fala logo. — Respondi, impaciente.

— Eu sei que a Megan te ameaçou. Preciso da sua ajuda pra acabar com ela de uma vez e ajudar a Anny. — A voz dele era séria, quase suplicante.

— Por que você quer ajudar a Anny justo agora? — Perguntei, desconfiado.

— Porque eu devo isso a ela... e porque eu... gosto muito dela. — Ele admitiu, evitando meu olhar.

— Como posso ajudar? — Falei, ainda com um pé atrás.

— Primeiro, você precisa ser sincero com a Anny. Pede pra ela te contar o que a Megan tem contra ela, mesmo que você queira me matar depois de descobrir. — Leon disse, enigmático.

— Como assim? O que você não tá me dizendo? — Perguntei, confuso.

— Só ela pode te contar. Depois, vocês dois me encontram pra resolvermos isso juntos. — Ele explicou rapidamente.

— Tá bom... mas posso confiar em você? — Perguntei, ainda hesitante.

— Sei que fui um babaca, mas eu mudei. Aprendi com meus erros. — Ele falou com sinceridade.

— Certo. Me manda mensagem com o horário e o local.

— Combinado. E lembra: a Megan não pode saber de nada. — Leon avisou, me soltando.

Voltei para perto do grupo, e seguimos em silêncio para a casa da Anny. O clima estava estranho, e ninguém sabia ao certo se ela realmente estava lá. Assim que chegamos, os pais dela nos receberam com expressões preocupadas.

— Mãe, o que aconteceu? — Perguntou Noah, ansioso.

— Quem deveria perguntar isso sou eu. Anny chegou arrasada e trancou-se no quarto. Escutei ela quebrando algumas coisas. — A mãe respondeu, visivelmente aflita.

— Vamos lá falar com ela. — Disse Noah, já se movendo para subir.

— Não. Deixa que eu vou. — Interrompi. — Noah, explica tudo pra sua mãe e fica aqui com ela.

Subi sozinho até o quarto. Quando cheguei perto, encontrei o pai e os avós de Anny na porta, tentando falar com ela. Mas ela estava alterada, e o som de objetos quebrando não parava.

— Anny, fala comigo, filha. — Chamou o pai dela, sem notar minha presença.

— Netinha, deixa a vovó entrar. — Pediu a avó, preocupada.

— Amorzinho, só abre a porta, por favor. — O avô dela falou, em um tom gentil.

— EU NÃO QUERO FALAR COM NINGUÉM! ME DEIXEM EM PAZ! — Ela gritou, a voz cheia de raiva e tristeza.

— Deixa comigo. — Falei, fazendo com que todos notassem que eu estava ali.

— Cuida dela, por favor. Se precisar de algo, chama a gente. — O pai dela disse, se afastando junto com os avós.

Mudanças - Meu Novo VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora