Capítulo 38

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Anny

Finalmente criei coragem para dizer ao Maycon que o amo, e mil cenas passam pela minha mente: desde o momento em que recebi uma portada na cara de um novo vizinho atrapalhado, até nossas aventuras no carnaval, as aulas de surf, ele cuidando de mim quando torci o tornozelo, e seus conselhos sobre como ser confiante, apesar das minhas inseguranças. Também me lembro das nossas cantorias e do nosso primeiro beijo, que aconteceu depois de tantas tentativas frustradas...

Flashback

— O que estamos fazendo? — sussurrei, sem conseguir desviar os olhos dos dele.

— Não sei, mas quero muito te beijar — ele confessou.

— Eu também.

Fim do Flashback

Essa cena se repete todos os dias na minha mente. Sempre quis dizer que o amava, mas o medo de não ser correspondida me impedia. Quando ele finalmente disse que me amava, foi como um alívio. Eu sempre quis ir devagar, com receio de me machucar de novo, mas com Maycon tudo é diferente. Quando estou com ele, não consigo parar de admirar cada detalhe. Eu daria qualquer coisa para ter mais tempo com ele... mas agora é tarde demais.

Acordei depois de uma noite quase em claro, pensando no plano e em como seria daqui para frente. O medo de perder Maycon me consumia. Estava tão distraída com meus pensamentos que quase não ouvi alguém bater na porta.

— Pode entrar — falei, voltando à realidade e penteando o cabelo.

Maycon apareceu na porta com um sorriso no rosto.

— Bom dia, sol — disse ele, e um sorriso escapou dos meus lábios.

— Bom dia, anjo. O que você está fazendo aqui tão cedo? — perguntei, levantando e dando um beijo leve nele.

— Acordei cedo e me arrumei rápido pra tomar café com você — ele respondeu.

— Quem abriu a porta pra você?

— Seu avô — ele disse com um sorriso divertido.

— Ah, ele ainda não se acostumou com o fuso — falei, rindo, mas logo o sorriso de Maycon morreu.

— Pronta? — ele perguntou baixinho.

Balancei a cabeça negativamente.

— Não... mas agora não tem volta.

— Eu estou aqui com você, e eu te amo — ele falou, e meu coração derreteu.

— Eu te amo — sussurrei, antes de sentir seus lábios nos meus novamente.

Quando o beijo terminou, ele me abraçou apertado e murmurou:

— Vai ser difícil não dizer isso para você em público.

— Podemos criar um sinal — sugeri, e ele franziu o cenho.

— Como assim, um sinal?

— Tem um livro chamado A Seleção, e nele a protagonista cria um sinal para dizer algo ao príncipe sem falar — expliquei.

— E qual era o sinal? — ele perguntou, curioso.

— Ela esperava ele olhar e mexia na orelha.

Maycon riu.

— Então o nosso sinal vai ser mexer na orelha?

— Não, vamos criar um nosso.

Ele fez uma expressão pensativa e então sorriu.

— Que tal... coçar o nariz? — Ele levantou o dedo indicador e deu uma coçadinha divertida no nariz.

Soltei uma risada.

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⏰ Última atualização: Oct 25 ⏰

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