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Merda, merda, merda. Por que tenho que ser tão desastrada? Levanto rápido, tão rápido que quase caio novamente. Ajeito meu vestido no lugar... Sim, meu vestido subiu e minha calcinha bem sexy ficou toda a mostra, eu tinha que ter vestido essa maldita calcinha horrorosa logo hoje? Queria um buraco para me enfiar dentro e sumir daquela sala.

Quando reparo melhor quem está sentado em uma cadeira atrás de uma mesa de vidro é ninguém menos que o bonitão ogro que trombei agora a pouco. Estou realmente ferrada!

— Não acredito! — Murmurei comigo mesmo.

O sem educação nem mesmo moveu um dedo para me ajudar a levantar, e ainda me olha como se fosse o dono do mundo, arrogante de uma figa. Começo a andar em direção a sua mesa com o resto de dignidade que me
resta.

— Além de petulante é desastrada. – Ele sorri debochado.
Ignoro seu comentário sarcástico, engolindo sapo para não manda-lo ir a merda.

— Bom dia senhor Beauchamp. — O cumprimento.

Ele não me responde, e fica me encarando de um jeito estranho, o seu olhar é tão desconcertante, parece enxergar minha alma, e ao mesmo tempo lê meus pensamentos.

Não abaixo meu olhar um segundo sequer, e ficamos nos encarando por algum tempo, se ele acha que vou ficar igual uma boba aceitando suas grosserias está redondamente enganado.

Ele me desafia com o olhar mas não cedo, enfim ele me aponta uma das cadeiras em frente sua mesa.

— Sente-se. — Praticamente ordena.
Obedeço já que minhas pernas estão bambas de nervosismo, e poderia cair de novo a qualquer momento.

— Obrigada.

Ele pega uma folha em sua mesa e começa a examina-la, provavelmente é meu currículo, começo a torcer minhas mãos em meu colo, e fico tentando descobrir o que se passa na cabeça dele....

— Bom, senhorita Any, vejo que não tem experiência com criança.

— Não, não tenho senhor Beau...
Ele me interrompe grosseiramente.

— O que a senhorita faz aqui então? Acha que eu colocaria uma pessoa sem experiência pra cuidar de minha filha? — Me olha com desdém.

— Não senhor... Quer dizer... Talvez? — Lhe ofereço um sorriso sem graça.

Pela primeira vez abaixo a minha cabeça e meus olhos começam a arder com lágrimas não derramadas, pisco várias vezes para contê-las, mas não vou dar esse gostinho a ele de me ver desmoronar em sua frente.

Levanto a cabeça com um sorriso forçado no rosto, ele continua a me encarar e esperando a minha resposta.

— Concordo com o Senhor em não contratar quem não tem experiência na área, e ainda sem indicação alguma, mas sei que sou capaz de fazer o trabalho senhor Beauchamp, se não, nem estaria aqui.

— Foi demitida do trabalho anterior, certo? — Ele pergunta.

Me olha com um ar debochado, provavelmente acha que não fui boa o suficiente no meu trabalho.

— Certo. — Digo apenas.

Balanço minha cabeça afirmando sua pergunta, vejo que alguém pesquisou sobre meu emprego anterior, só não pesquisou o suficiente, se não saberia que fui mandada embora porque precisava faltar muito do serviço para cuidar de minha mãe.

Quando me lembro dela meus olhos enchem de lágrimas novamente, acho que nunca vou esquecer a sua morte.

— Bom...

Ele passa as mãos no cabelo, depois coça o queixo, que homem estranho, parece que minha presença não é tão agradável para o "senhor dono do mundo" sentado em minha frente.

— Você não é o que estou procurando pra lidar com minha filha, do jeito que você é desastrada é perigoso colocar fogo em minha casa. Preciso de alguém que saiba cuidar de criança, você não sabe fazer isso.

— Se o senhor me der uma chance não irá se arrepender senhor Beauchamp, e.... — Ele me interrompe novamente.

— Tenho mais algumas pessoas para entrevistar, mas por enquanto você está no final da lista, se eu decidir te contratar o que é pouco provável, minha secretária irá te ligar.

Ele se levanta e eu faço o mesmo, me estende a mão, então fico olhando uns segundos e pego sua mão, depois que me chuta quer ser educado, idiota.

— Tenha um bom dia, feche a porta ao sair.

Ele se senta novamente, e nem me dirige mas o olhar, não tive nem tempo de lhe desejar um péssimo dia, sou obrigada a me movimentar para fora da sala, antes que voo por cima daquela mesa e acerte minha mão naquele rosto perfeito, e o obrigue a me contratar.

Existe alguém mais sem sorte que eu nesse mundo?

Idiota, arrogante, prepotente, se acha melhor do que todos só porque é rico.

— Babaca arrogante. — Murmuro pra mim mesmo, mas quando percebo acho que falei alto demais.

  Antes de sair da sala dou uma última olhada pra trás e me arrependo, ele está me fulminando com os olhos. Dou-lhe um sorriso meigo, e um olhar provocativo e fecho a porta atrás de mim.

Continua...

Uma babá irresistível-BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora