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Quando cheguei nas empresas Beaucham's, Sina já havia liberado minha entrada até o andar do presidente. Não sei o porquê, mas tive uma sensação estranha de que algo iria acontecer.

Entrei no elevador e apertei o botão para o último andar. Ajeito meu cabelo e minha camiseta no lugar, hoje estou com um look casual. Camiseta preta com uma caveira na frente, short jeans e uma rasteirinha bem leve.

Se o senhor "certinho" me visse com essa roupa, provavelmente nem iria me deixar entrar na sua empresa chique.

— Ainda bem que ele nem está aqui —Balbucio.

E agradeço por isso mentalmente e repente a porta do elevador se abre e saio logo em seguida. Já havia mandado uma mensagem avisando a Sina que já estava na empresa. Ela vem ao meu encontro em pânico.

— Graças a Deus você chegou. — Ela me olha desesperada.

— O que foi?

Me pergunto o porquê de tanto nervosismo.

— Estou a um tempão tentando fazer aquela menina falar comigo, mas nada do que faço ou falo adianta. Olho por cima do seu ombro, e vejo uma menina sentada na cadeira de Sina, de cara emburrada.

— Acho que ela não gostou muito de ficar comigo. O senhor Beauchamp pediu para ficar de olho nela, até ele voltar da reunião. Mas ela me olha de uma forma, que fiquei com medo dessa garota.

Gargalho de sua cara assombrada.

— A menina não deve ser tão ruim assim.-Falo.

— Boa sorte então em tentar fazer ela falar alguma coisa, que não seja te mostrar a língua toda hora. Até dei o meu chocolate para ela, ela não quis.

Entrego a pasta de documentos para Sina, e vou tentar socializar com a garotinha emburrada, provavelmente deve ter puxado o pai nesse sentido. Quando chego perto da mesa de Sina, percebo que ela se parece muito com o pai. A diferença é, os cabelos longos loiro escuro . Ela tem a pele clara, e o rosto em formato de coração. Está usando um vestido da cor rosa, que combina perfeitamente com sua pele, e uma tiara preta nos cabelos.

Chego mas perto e tanto puxar assunto com ela.

— Olá.

Ela me olha e não diz nada. Mas não desisto, e insisto em fazer ela falar comigo.

— Qual o seu nome?

— Luna.

Me responde com mal gosto.

— Muito bonito seu nome Luna. Eu sou Any.

Ela dá um meio sorriso, e me aproximo da mesa de Sina, e me sento na beirada.

— Você é muito bonita Luna.

Ela me olha desconfiada, e responde.

— Obrigada. Você também é.

— Muito obrigada.

Sorrio para ela largamente.

— Quantos aninhos você tem?

Ela mostra 4 com os dedos, e fala.

— Tenho 4. Papai falou que vou fazer 5 no mês que vem.

— Parabéns então desde já.

Sorrio de uma forma carinhosa. Fico imaginando como essa menina deva sentir falta de ter uma mãe ao lado, mesmo o pai dando todo o amor que ela
merece.

— Vou falar para o papai convidar você para minha festa.

Ela fala do nada, fico nervosa na hora, mordo o meu lábio inferior, e te dou um sorriso tenso.

Sina aparece do meu lado com um sorriso
debochado, ela sabe que vou esta ferrada.

— Boa sorte com isso minha amiga.
Cutuco sua costela, e ela sai gargalhando com o meu embaraço.
Como eu vou explicar a uma criança que seu pai não vai muito com a minha cara, e nem eu com a dele?

Me levanto e sento em uma das cadeiras da sala, e chamo Sophia para sentar comigo.

— Ei Luna. Quer se sentar aqui comigo? A Sina precisa trabalhar na sua mesa. — Falo.

Ela obedece sem reclamar, enquanto Sina me lança um obrigada silencioso.

— Você vai querer ir na minha festa Any?

— Mas você nem me conhece.

— Eu gostei de você.

Fala mexendo na barra do vestido, e nesse momento percebo que estou muito ferrada.

— Seu pai não vai querer uma estranha na sua festa.

— Ele faz tudo que eu quero. — Sorri lindamente.

O pai deve compensar a falta da mãe, fazendo todos seus gostos. Mas o real problema é o que vou fazer agora? Penso em como vou sair dessa enrascada, mas não consigo ver uma saída. Não posso simplesmente falar que eu e seu pai não nos suportamos, ela nunca entenderia. E como iria entender? É apenas uma criança. Enquanto estou enrolando Luna , fico tentando achar uma justificativa plausível, e explicar para ela o porquê que não poderei ir no seu aniversário, para não deixa-la magoada com isso. Por fim escuto Sina falar com alguém.

Quando olho melhor, vejo que é o irmão do Senhor Beauchamp, Luna também o vê, e sai correndo ao seu encontro. Ele percebe que ela corre para ele, a pega no colo, a joga para cima, depois enche seu rosto de beijos.

— Quem é a princesa mas linda desse mundo?

Começa fazer cócegas em sua barriga, enquanto Luna gargalhada feliz. Fico os observando de longe e em silêncio.

Quando olho para Sina, ela está babando no segundo senhor Beauchamp, quem não babaria? O homem é ainda mais impressionante pessoalmente. Quando
ela percebe que foi flagrada por mim, fica sem graça, e toda vermelha.

Sorrio para ela com malícia. Ela fecha a cara e volta ao seu trabalho. Luna começa puxar ele pela mão, e vem bem ao meu encontro, me mexo desconfortável na cadeira e, espero eles chegarem até mim.

— Tio essa é a Any.

Ele olha para mim, e me dá um sorriso preguiçoso. Me estende a mão e fala:

— Muito prazer em conhece— lá, Senhorita Any.

— Só Any por favor, e.... O prazer é todo meu Senhor Beauchamo.

Aperta minha mão com firmeza, retribuo da mesma forma.

— Só Noah por favor. Nada de senhor Beauchamp, me faz sentir velho.

Aceno com a cabeça e sorrio.

— Ok então Noah. — Falo por fim.
Para minha falta de sorte, Luna não esqueceu do aniversário dela e toca mas uma vez no assunto.

— Tio, Any não quer ir no meu aniversário.

Faz biquinho fazendo drama. Essa menina é impossível.

— O que você está fazendo aqui? — Uma voz grave e ríspida pergunta, e congelo.

Não preciso nem olhar para saber de quem a voz pertence, meu corpo todo treme, olho por sobre o ombro de Noah, e recebo um olhar frio. Dou um sorriso tranquilo, mas por dentro estou morrendo de nervosismo. Merda, merda, merda, alguém se deu mal, e tenho uma leva impressão que sou eu.

Continua...

Uma babá irresistível-BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora