3 | A festa

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encarando meu reflexo no espelho, chego a conclusão de que meu moletom azul e uma calça jeans fizeram seu trabalho direito, esconder.

Sei que amor próprio é importante, e por mais que eu dê milhares de conselhos pra quem quiser sobre o assunto, eles nunca parecem se encaixar pra mim.

Infelizmente, é difícil deixar de ser insegura, e isso é um processo que não muda da noite pro dia.

Desço os degraus do segundo andar e me deparo com minha mãe e Joalin jantando em silêncio na mesa da cozinha.

Elas me encaram surpresas, e minha mãe finalmente pergunta:

- Onde você vai Any?

- Vou em uma... festa - murmuro, meio incerta de como agir.

- Você vai pra uma festa? Porra! Essa notícia é nova - o queixo de Joalin cai e ela para o garfo no meio do caminho para sua boca.

Com o olhar fuzilante que minha mãe lança para ela, posso afirmar que caso olhares matassem, Joalin estaria morta.

- Olhe a língua, Joalin!
Joalin parece voltar à realidade e balança a cabeça.

Em seguida se corrige rapidamente, nervosa:
- Quer dizer, não fale palavrão Any, é errado!

eu me remexo, desconfortável, resolvendo apenas dizer o que acho que toda garota adolescente diz quando precisa convencer um de seus pais conservadores a deixá-la sair de casa.

- Não vou beber, volto antes da meia noite e prometo não beijar gente estranha - falo rapidamente.

Minha mãe dá de ombros e concorda.

- Sei que não vai,Vá se divertir filha.

Só não volte tarde porque amanhã tem aula.

Foi mais fácil do que pensei.

Dou um beijo na bochecha de minha mãe e saio pela porta principal.

Me sento na calçada e começo a calçar meus patins quando sinto uma mão acolhedora se apossar do meu ombro.

- Você vai na festa do Josh Beauchamp? - Joalin pergunta com excitação na voz.

- Talvez.

- Você está brincando? Quem liga pras regras! Irmãzinha é sua chance de deixar de ser antisocial! Beba e volte tarde, beije estranhos e até mesmo Josh se conseguir.

Queria poder ir, mas não fui convidada.

Como você conseguiu?

- Primeiro de tudo, começo, terminando de amarrar os cadarços - uma amiga me convidou.

E segundo: não quero me embebedar e beijar quem não conheço,
É nojento Muito menos beijar Josh.

- E você já beijou alguém na vida pra saber se é "nojento"? - ela faz as aspas no ar.

- Bom... Não. Mas não vejo onde isso seja relevante.

- É a sua chance. Que se danem as regras.

Por uma noite Any, seja selvagem - ela imita as garras de uma pantera com as mãos e solta um grunhido esganado, que eu suponho, deveria ser um rugido.

- Tanto faz Joalin - suspiro. - E isso pareceu mais um gato se afogando do que uma pantera!

- Ei! Eu sou uma ótima atriz!

Rimos e eu me levanto.

Pego o endereço que Sabina me passou no celular e começo a andar.

Apesar do que minha irmã disse, eu não sou do tipo selvagem, e não sei agir como uma.

BABÁ DE UM BAD BOY - ADAPTAÇÃO BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora