31 | Não será o fim

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Josh.

Mosquito estava morto. Finalmente, poderíamos ficar em paz.

Levanto do chão com Any ainda abraçada a mim. Pego-a no colo e sinto uma sensação inexplicável de conforto quando ela esfrega a bochecha contra meu ombro, num gesto afetuoso.

Saímos pela porta da frente ao mesmo tempo em que Cooper se junta a Saby ao lado de Mosquito, enquanto Parker se apressa a chegar antes de mim no carro e abrir o porta-malas para podermos nos livrar das evidências.

Planejamos muito bem todo o ataque, e fiquei encarregado de levar Any para casa o quanto antes possível — não queria que ela soubesse o que vão fazer com o cadáver.

Para meu alívio, Any está dormindo quando coloco seu corpo esticado nos bancos traseiros do carro da mãe de Nikki. Ela deve estar cansada, Mosquito com certeza não a tratou bem durante sua estadia.

Sento atrás do volante após Parker fechar o porta-malas e respiro fundo antes de girar a chave.

Tudo isso aconteceu graças a mim. Porque eu atirei em Mosquito.

Novamente, minha vida se resume ao caos. Se resume a acabar em ruínas e arrastar aqueles que amo comigo. Quanto mais gosto de alguém, mais o universo se esforça para arrancar esse sentimento de mim, deixando apenas um vazio sombrio. 


Sabina.

O cheiro de gasolina inunda meus sentidos. Pego um galão e ajudo Parker e Cooper a espalharem o líquido pelo cadáver de Mosquito e pelo resto da casa.

Gastamos o máximo possível, nos certificando de que tudo comprometedor se tornará cinzas.

Vou até o quarto onde deixei Nikki, e não me surpreendo ao encontrá-lo vazio. Eu já esperava que ela fugiria, mas não quer dizer que só por isso recebi bem a notícia. Eu prometi a Nikki que ela morreria caso o fizesse, e vou cumprir minha promessa. Ainda tenho tempo. A vingança é um prato que se come frio, não?

Derrubo o resto do meu galão no quarto e encontro Parker e Cooper já na calçada do lado de fora me esperando.

Com um suspiro, pego a caixa de fósforos da mão esticada de Cooper e acendo uma faísca.

Observando a chama se contorcer com o vento noturno, me afasto mais da casa, assim como Parker e Cooper atrás de mim.

E lanço o fósforo aceso porta adentro.



Any.

Sinto os braços fortes e as mãos de Josh me colocarem em uma cama macia. As mãos cuidadosas me envolvendo em um cobertor quente.

Ele beija a minha testa suavemente e faz menção de se afastar, mas ainda com os olhos fechados, seguro seu braço de leve e murmuro grogue:

— Josh, durma comigo — minhas palavras pouco mais altas que um sussurro.

Ele não responde, relutante. Acho que ele vai se deitar quando se solta do meu toque.

Mas ouço a porta do quarto se fechando, e seu corpo quente não está comigo.

Na manhã seguinte, acordo com Jojo e uma expressão preocupada em seu rosto.

Coço os olhos e os abro lentamente.

— Que bom que está acordada — ela sibila, como se estivesse prendendo a respiração desde quando adormeci.

— Há quanto tempo está aqui? — pergunto.

BABÁ DE UM BAD BOY - ADAPTAÇÃO BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora