9 | Uma primeira vez

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Antes de me afogar, primeiro eu entrei em desespero, depois abri os olhos vendo água por todos os lados e fiquei mais desesperada ainda.

Eu não sabia nadar muito bem, e mesmo que tentasse, as feridas dos meus joelhos com certeza abririam com meus esforços.

Uma sombra se joga na água.

Josh se aproxima de mim e me abraça, nadando pra cima com nossos corpos colados. Começo a cuspir água e respirar fundo quando chegamos na superfície.

- Obrigado - digo, e tenho uma crise de tosse em seguida.

- Você não sabe nadar? - Josh pergunta, me levando para a borda e erguendo meu corpo até que eu esteja sentada no chão, com seu corpo ainda na piscina entre minhas pernas.

- Mais ou menos. Nunca aprendi completamente, sei o básico mas me desesperei. E com os joelhos ralados fica mais difícil - aponto para as ataduras encharcadas.

Delicadamente, ele puxa os curativos e pega uma toalha em uma cadeira próxima, secando os ferimentos.

Faço uma careta, e ele olha para mim preocupado:

- Está doendo?

- Sim, mas continue, não posso deixar molhado.

Ele assente, e eu percebo que tenta ser o mais cuidadoso possível.

- Não tenho curativos em casa, sinto muito. Como foi que você ralou?

Claro que não vou dizer a ele que eu estava ocupada demais secando-o com os olhos para não visualizar a pedra na minha frente.

- Tropecei - digo, dando de ombros.

Prendo a respiração e torço o nariz quando ele cutuca uma ferida ainda dolorida.

- As cicatrizes abriram. Talvez seja uma boa ideia enrolar alguns panos em volta para conter o sangue - conclui, e eu concordo.

Ele sai da água, e assim que o faz, me pega no colo, levando-me para uma cadeira ao lado de um guarda-sol.

- Espere aí. Já volto - diz.

- Como se eu fosse sair! - grito de volta.

Os machucados estavam ficando roxos, mas nada muito grave.

Espero Josh pelo que parece uma eternidade, tentando ignorar a dor inquietante quando ele surge com os panos e uma camiseta preta.

Ele pressiona um pouco o tecido nas feridas antes de amarrar os panos em volta dos meus joelhos e rio da sua expressão meticulosa:

- O que foi? - ergue a sobrancelha.

- Você tem mãos delicadas demais pra um fuckboy. Os panos já estão bons assim.

- Certo - ele diz, meio sem jeito, mas recupera a compostura logo em seguida, quando completa: - Mas você não diria isso se deixasse minhas mãos explorarem seu corpo inteiro, docinho.

Reviro os olhos e pergunto:

- Pra que é a camiseta? - aponto para a blusa preta.

- Pra você, suas roupas estão completamente molhadas. Achei que iria querer trocar. É uma camiseta minha. Posso te ajudar a vestir se quiser.

Eu coro.

- Posso me vestir sozinha.

- Você nem consegue ficar em pé sozinha. E meus panos aguentam sangue só até certo ponto.

Resmungo:

- Tudo bem. Me ajude então - digo, ironicamente.

Ele não vai fazer isso. Josh Beauchamp não se importa com ninguém.

BABÁ DE UM BAD BOY - ADAPTAÇÃO BEAUANYOnde histórias criam vida. Descubra agora