Capítulo 23

522 70 48
                                    

E eu voltei ieieieie.
Como estão suas delicinhas? Eu tô bem também.

Mais um capítulo pra vocês, continuação do anterior, espero que gostem. Boa leitura❤️
_______________________________________

-"Eu tô apaixonado. -ela começou. E eu tive o maior dejavu de todos. - E eu sei que o amor é só um grito no vazio, e que o esquecimento é inevitável. Estamos condenados ao fim, e aí, um dia, tudo o que fizemos voltará ao pó, e eu sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você." -ela imitou iguaizinhas a fala de Augustus, mas não foi aquilo que me chocou.

Eu lembrava de Zulema ter dito aquilo. As mesmas palavras. As exatas palavras.

Mas era um momento diferente. Estava embaçado, as vozes indo e vindo e a memória em pedaços. Mas teve uma parte que apareceu bem clara.

"-Você pegou um medo, por causa de um livro que leu milhões de vezes, de ser esquecida. Medo de ser perdida nas memórias. Mas, eu te garanto que eu nunca, nunca vou esquecer você. Não vai ter um minuto em que você vai sair da minha cabeça. -ela, que estava andando de um lado ao outro na minha frente, parou, se virando para mim- Por que isso é impossível. Meu mundo gira entorno do seu rosto, do seu jeito, de você. Nossas histórias, nossas aventuras, tudo o que vivemos juntas, fazem parte de quem eu sou. Você, faz parte de quem eu sou, Maca. Por que sem você, eu me perco.

- Zule... -eu já estava chorando, um sorriso enorme na cara, com tamanha a felicidade.

Ela sorriu, pegou em minhas mãos e abaixou, bem próxima de mim. Secou as lágrimas que escorriam pelo meu rosto, enquanto eu ria, tímida, secando as dela.

E aí vinha o trecho que tinha acabado de escutar

-"Eu tô apaixonada. E eu sei que o amor é só um grito no vazio, e que o esquecimento é inevitável. Estamos condenadas ao fim, e aí, um dia, tudo o que fizemos voltará ao pó, e eu sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonada por você."

Minha cabeça começou a latejar, e eu pulei do sofá com o susto. O que estava acontecendo, o que eu tinha acabado de ver?

-Eu perdi. -sorri, tentando agir com naturalidade- Vou lavar a louça. Me dá os pratos. -pedi, pegando os pratos e voando para a cozinha.

Comecei a lavar a louça. Minhas mãos tremiam. Minha cabeça incomodava um pouco, e parei para massagear a testa.

-Você se lembrou de algo. -me virei para ver Zulema, encostada no batente da cozinha- Você se lembrou de algo que a assustou.

-É. -eu desliguei a torneira, me virando para a morena- Eu me lembrei de algo sim. -me encostei na pia, ainda massageando a testa.

-Do que, Maca? O que te assustou dessa maneira? -ela se aproximou cautelosamente- Você sabe que pode me contar tudo. -ela segurou de leve meu queixo, me fazendo encarar fundo em seus olhos. Aqueles olhos tão lindos, os quais me encantavam tão profundamente.... e aqueles lábios, que estavam tão próximos que eu podia...

-Eu não me assustei com nada. -me afastei dela, indo para o outro lado da bancada. Tinha que me controlar.

-Eu te conheço, sei quando você está diferente. -ela se aproximou novamente. - Me diz, do que você lembrou?

Eu suspirei, ela a centímetros de distância de mim.

-Eu me lembrei de um pedaço só. -comecei. Contei a ela todos os detalhes, o parecia tornar a lembrança ainda mais real. Ela ficou quieta por um instante.

--E o que você está pensando?-ela sussurrou, se aproximando mais. Andei para trás, recuando, mas bati de leve na bancada, sem espaço.

-Eu... -encarei seus lábios, praticamente vesga de tentação ao tê-los tão perto - Eu...

-Você.? -ela perguntou. Ela queria aquilo tanto quanto eu. Me encarava, procurando alguma permissão.

Eu fechei a boca, e levantei a cabeça, subindo o olhar de sua boca para seus olhos. Apenas fiz que sim com a cabeça, de leve, colocando a mão no seu ombro.

Ela não hesitou antes de acabar com os centímetros que estavam entre nós. Sua mão correu para a minha cintura, enquanto eu prendi as minhas atrás de seu pescoço. Uma das minhas mãos subiu para o seu cabelo, e a outra parou em sua nuca. Ela subiu uma mão pelas minhas costas, e começou a acariciar a base delas.

Ela me levantou e me colocou na bancada, enquanto eu cravava minhas pernas ao seu redor. Nos separamos por segundos, ofegantes para recuperar o ar, e voltamos a nos beijar.

Eu me sentia finalmente completa. Não me importava que não me lembrava de nada. Naquele momento, ter ela ao meu lado era suficiente.

Mas não era justo com ela. Agora que sabia que Zulema e eu tínhamos um passado, eu não podia fazer aquilo. Não podia machucá-la.

Me separei, e a empurrei de leve com uma das mãos, então saltei para fora da bancada.

-Não. -eu disse- Não podemos fazer isso. -eu me virei, andando até a porta da cozinha.

-Maca... - Zulema tentou, segurando a minha mão e me impedindo de sair da cozinha, mas eu pedi, os olhos marejados.

- Por favor. -uma lágrima escorreu em meu rosto e ela soltou, assentindo cabisbaixa.

-Certo. Boa noite.

-Boa noite. -beijei sua bochecha, mais uma lágrima escorrendo.

Me virei e andei em direção ao quarto, tentando não mostrar que estava chorando. Deitei na cama, encolhida, e me cobri, me permitindo chorar até que tomei uma decisão.

-Alô? - Kabilla atendeu- Maca?

-Rizos? Oi. Eu quero te pedir uma coisa, se não for incomodar.

-Claro que pode, imagina.

-Eu posso ir morar com você?

...

Ai eu sofro sabe, não tanto quanto vocês pq eu já li ela inteira.
Me dêem feedbacks do que acharam.

(Ontem eu não postei por preguiça, só pra explicar mesmo.)

Amnésia - ZURENA (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora