Capítulo 42

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-Oi. -Zulema se sentou ao meu lado.

-Oi. -eu sorri.

Estava na varanda, madrugada, as luzes da cidade brilhando no céu. A varanda estava cheia de velas, e eu tomava uma taça de vinho. Coloquei a taça na mesa e me recostei no grande banco de madeira com almofadas. Entrelacei meus dedos aos de minha noiva. Ela se levantou e me puxou para ela, me girando e dançando.

-O que você está fazendo? -eu ri, sendo levada por ela.

-Dançando com você. -ela falou, nos balançando levemente em um ritmo
lento.

-Por que? -eu ri e ela sorriu.

-Por que eu te amo e quero dançar com você. - ela deu de ombros e me girou, com um sorriso no rosto.

-Eu também te amo. - lhe dei um selinho, antes de ser girada novamente, liberando mais uma gargalhada.

Me esticou para longe, me puxou para perto... eu não conseguia parar de rir, sorrindo com a minha noiva.

Grudamos nossos corpos, nos balançando ao ritmo de uma musica inexistente. Não me importava nem um pouco com a música. Só de ter ela perto de mim eu já me sentia a mulher mais feliz do mundo.

-Eu quero me casar com você. -ela sussurrou no meu ouvido.

-Eu também quero me casar com você, Zulema. -eu sorri, afastando meu rosto de seu pescoço. Ela permaneceu com as mãos na minha cintura, e eu coloquei as minhas nos seus ombros. Ela me encarou com um sorriso:

-Você não está entendendo. Eu quero me casar com você. Eu quero me casar com você agora.

Eu comecei a rir, e meus olhos se encheram de água:

-Você não pode estar falando sério. -eu
neguei com a cabeça, sem conseguir acreditar. Zulema somente assentiu, sorrindo.

Ela tirou do bolso uma pequena
caixinha:

-Eu comprei as nossas alianças de casamento hoje à tarde. É claro que eu as ia guardar para o casamento.
Mas... eu não quero mais perder tempo. Vamos casar. Agora. É o que eu quero. E você, Maca? É o que você quer?

Eu comecei a chorar de emoção, e andei para trás. Coloquei as mãos no rosto, e sorri:

-Eu quero.

-Quer? -ela sorriu, e uma lágrima de emoção escorreu seu rosto.

-Quero. Eu quero. -eu falei, abrindo os
braços. Ela correu até mim e me segurou, me girando em seus braços. Então, parou na minha frente. Secou uma de minhas lágrimas e eu ri. Ela suspirou e, com os olhos marejados, ela começou:

-Macarena Ferreiro. Aqui, tendo essa enorme cidade como cúmplice, eu afirmo: você é a mulher da minha vida. Você sempre foi e sempre será a única que consegue fazer meu coração bater mais forte. E nós passamos por muita coisa, nossa, por quanta coisa. -nós demos um riso timido. Ela segurava minhas mãos, e eu as acariciava levemente, chorando. Não consigo descrever o tamanho da minha felicidade naquele momento- Nós passamos por muita coisa, mas tudo isso só me ajudou a perceber que, não importa o que aconteça, nós duas estamos destinadas a ficarmos juntas. Que eu sou inteiramente sua, e que isso nunca vai mudar. E não importa o que aconteça no futuro, meu amor por você nunca vai mudar. Eu li uma vez, em um livro que a senhorita -ela tocou a ponta do meu nariz carinhosamente- gosta muito, algo que me tocou profundamente. "Todo mundo deveria ter um amor verdadeiro que deveria durar até o fim de sua vida". Eu lembrei de você. Eu lembrei de você, por que você é o meu. E eu não vejo a hora de te chamar de minha. De te chamar de esposa. -eu sorri, e sequei as lágrimas que escorriam pelo rosto da morena. Sequei então as minhas e suspirei, logo depois rindo com ela.

-Acho que agora é a minha vez. Bom, irei começar citando esse maravilhoso livro do qual você acabou de falar. "Me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para outra. Foi assim com você. Eu era só uma criança, e não sabia o que sentia; quando de repente você apareceu, e tudo na minha vida fez sentido. Cada erro que cometi, cada cicatriz que ganhei: tudo aquilo valeu a pena, por que me levou até você. Você me ajudou a crescer, me ajudou a descobrir quem eu sou. Você me aceitou por completo; viu cada um de meus defeitos, esteve ao meu lado em todos os momentos difíceis, me apoiou em todos os erros, e me amou mesmo com tudo isso. E eu não consigo expressar como sou grata por isso. Eu te amo tanto que chega a doer, Zulema. -eu sorri- Zulema Zahir, eu grito para toda a Nova York: EU TENHO ORGULHO DE SER SUA! -eu gritei, abrindo os braços e olhando para cima- EU AMO ZULEMA ZAHIR E NÃO PODERIA ESTAR MAIS FELIZ -eu ri e segurei suas mãos, encarando seus olhos- Eu não poderia estar mais feliz por me tornar sua esposa, meu amor. -eu sorri, chorando.

--A aliança, a aliança. -ela disse, rindo. Ela também chorava. Abriu a pequena caixinha e eu estiquei minha mão.

-Vai, vai! -eu balancei a mão. Ela segurou a minha levemente, logo depois colocando a aliança e a beijou na minha mão. Então foi minha vez. Peguei o anel e segurei sua mão.

Coloquei a aliança e beijei sua mão. Nós sorrimos e ela disse:

-Pode beijar a noiva. -ela sussurrou, me segurando pela cintura e me puxando para perto.

-Por favor. -eu selei nossos lábios, o gosto salgado das lágrimas que escorriam.

Ela me levantou no colo e disse, me
carregando para dentro:

-É hora da lua de mel, querida esposa.

-Claro, minha querida esposa. -ela
fez cócegas na minha cintura e eu gargalhei, sendo levada para o quarto.

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Pov Zulema

Eu e Maca nos casamos no cartório no
dia seguinte, e tivemos mais uma noite de núpcias, por que somos um casal muito romântico.

Estávamos na varanda. Ela estava deitada no meu colo, nossas pernas entrelaçadas, suas costas em meu tronco e sua cabeça em meu ombro; e dormia profundamente. Eu estava lendo e tomando um café, me preparando para o dia -tudo bem que era sábado, mas isso não importava.

Eu pensei em tudo o que tinha acontecido conosco no último ano.

Eu não podia estar mais feliz. Eu a amava, e depois de tudo aquilo que passamos... estava tudo bem. Estava tudo finalmente bem.

...

Amnésia - ZURENA (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora