Capitulo 3 | Entendo Sua Dor.

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     Festa vai, festa vem

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Festa vai, festa vem. Já são quatro horas da manhã, mas meu pique ainda está aceso. Will está dançando também, e eu sinceramente não tenho a menor ideia de como ele está aguentando ficar acordado sem álcool no sangue! Quem no mundo real tem alergia a cerveja? Aliás, quem no mundo de hoje não gosta de bebidas alcoólicas? Eu estou inconformada, mas ele é divertido mesmo sem álcool, então tudo bem por mim. Ele está segurando o meu braço, fazendo-me dar voltinhas, giros. Ele já me virou de ponta cabeça, eu quase vomitei quando fiquei com a cabeça para baixo e voltei ao solo, mas foi bem divertido. Agarro-me ao corrimão quando percebo que minhas pernas já não dão mais conta de aguentarem de pé e derrapo não escada, sentada em um dos degraus. Will permanece em pé, ele já está sem o casaco, está com o cabelo inteiro grudado na testa pelo suor.

- Cansada?

- Um pouco, confesso. Acordei muito cedo ontem e já deveria estar em casa, minha mãe está uma pilha de nervos porque eu sai sem avisar! Ela não gosta mais que eu saia desse jeito, porque da última vez... - e mais uma vez o pensamento do acidente retoma a minha mente. Eu odeio pensar que a minha virou de ponta cabeça por minha culpa, é enlouquecedor. Se eu não tivesse agido feito uma idiota aquele dia, Martina ainda estaria aqui e eu não teria medo de usar blusa curta.

- Eu sinto muito.

- Você sabe o que aconteceu?

Não é possível que ele estudava no colégio desde aquele tempo, eu e Martina nunca reparamos nele, ela com toda certeza ficaria feliz em ver que há alguém tão louco quanto nós na escola. Ela adoraria conhecê-lo, tanto quanto Will também adoraria conhecer a Martina. Ou será que ele a conheceu?

- Não, eu não sei - uma onda de decepção corre minhas veias. Ok, ele não conheceu a pessoa mais importante da minha vida, então ele não teve a felicidade de estar com ela por um dia ou por alguns segundos - mas eu sou bom em leitura corporal e sei que algo que te magoa muito aconteceu, por isso me solidarizo e sinto muito pelo ocorrido.

- Você não tem nenhuma curiosidade em descobrir? - finalizo o copo de bebida e deixo o copo vermelho ao lado do meu quadril na escada. Ele sacode a cabeça - as pessoas geralmente ficam me interrogando quando descobrem que eu já passei por algo do tipo.

- Não, eu não tenho. Se você quisesse me contar já teria feito isso, não sou um babaca para ativar memórias ruins em você, quero que tenha memórias boas o suficiente para desativar as ruins. A vida é uma só, não podemos focar cem por cento no passado e no que nos magoa, temos que olhar para frente e perceber como a vida é boa conosco, apesar dos pesares. Entendo a sua dor, também já passei por uma situação dolorosa! Pode ter sido bem menos trágica que a sua, mas eu entendo. Você me trouxe uma vibe muito boa, Aly, então não estranhe se eu continuar aparecendo do nada as vezes, é meu jeito.

Sorrio. Ele tem um jeito diferente de agir, mas é uma pessoa incrivelmente incrível por dentro. Will empurra meu copo vazio para o lado e ocupa o lugar, sentado ao meu lado enquanto o pessoal continua dando o máximo de si no meio da sala, dançando como malucos.

Azul da Cor do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora