Capitulo 27 | Eu Levo Você.

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A L Y S S A

Se fosse possível descrever o estado de felicidade, eu descreveria de uma única forma: estar acompanhada de Jack Wilder, sob qualquer circunstância, apenas com ele. Eu queria muito entender o que se passa na cabeça das pessoas que não gostam do Jack, ele é um garoto estupendo! Eu mesma tive preconceito com ele quando o conheci no dia da cantina, só não esperava que ele seria tão incrível comigo. Ele está me ajudando a superar traumas do passado, ninguém nunca conseguiu me fazer ter vontade de ultrapassar os beijos, e ele faz isto como de fosse natural! Eu me sinto uma garota normal quando estou com o Jack, ele causa este tipo de sentimento em mim, eu quero estar com ele para me sentir bem, quero arrasta-ló para a minha casa depois da escola, mas não tenho coragem! A coragem aparece dentro de mim quando estou embriagada, e eu não quero voltar a me embriagar, então terei que começar a me adaptar ao meu novo mundo. Eu e Jack estamos deitados no meio de um lago congelado, olhando com atenção e admiração para o céu estrelado enquanto as pessoas se acabam de tanto beber na praia. Eu seria uma destas pessoas se não tivesse feito um pacto comigo mesma para não encher a cara outra vez. Sinceramente? Acho que irei conseguir desta vez, está tudo mais fácil agora que Martina não está aqui. Eu não deveria me sentir aliviada por ela não estar comigo, mas quando estou sem a Martina, eu consigo controlar meus sentimentos de uma maneira melhor. Antes eu jogava tudo nas costas dela e ficava sofrendo até que ela conseguisse encontrar uma solução para os meus problemas. Martina nunca teve nada a ver com eles, nada. Agora eu estou lidando com meus próprios problemas e me sinto bem melhor por isto.

- Eu estou feliz.

- Eu também estou feliz, Alye.

Sorrio. Ele sempre me surpreende em questões de resposta, sempre tem uma resposta espertinha na ponta da língua, ele nunca fala o que esperamos que fale! Ele mesmo cria os próprios caminhos e eu gosto muito disto. Jack Wilder é como o sol no universo, diferenciando-se de todos os outros.

- Eu estou feliz por você estar aqui me apoiando, sinto que eu não conseguiria sem você, por mais que eu tenha força de vontade para parar de beber, eu preciso de alguém me apoiando!

- Eu vou sempre te apoiar em tudo o que precisar, Alyssa. Sabe que pode contar comigo, não sabe?

- Sim, eu sei - arrasto minha mão no gelo e encontro a dele, ambas as mãos congeladas por estarem em contato direto com o gelo e a montanha de neve que aos poucos vai se acumulando ao nosso redor. Eu sempre gostei de fazer anjos de neve quando era pequena, mas hoje não tem condições nenhuma! Eu estou com medo do meu cérebro congelar - é exatamente por isto que eu estou feliz, Jack! Gosto de saber que eu tenho com quem contar em momentos difíceis.

- Quer saber de uma coisa? Vamos para a sua casa ver uns filmes, é melhor do que ficarmos jogados no meio da nevasca, correndo risco de pegar uma pneumonia e...

- Alyssa Hayes! - a voz pontiaguda me faz arrepiar por inteiro. Yuri, escuto-o de longe, sua voz é como uma bala de arma atravessando meu peito a mil por hora. Mordo as bochechas e engulo em seco quando inclino a cabeça para o lado direito e o vejo parado ali. Yuri é o idiota com quem eu quase cheguei aos finalmente, e também o babaca que espalhou para a escola inteira sobre as minhas cicatrizes no braço. Até um tempo antes de eu conhecê-lo, eu não tinha problema nenhum de autoestima ou problemas com meu corpo, mas logo depois que ele me olhou daquele jeito desanimador e simplesmente se sentou na cama como de estivesse anunciando que tinha perdido toda a vontade de chegar perto de mim, eu me fechei por completo e fiquei chorando por um bom tempo seguido depois que ele saiu da minha casa e me difamou para a escola inteira, falando a respeito da minha privacidade para todas as pessoas que conhecia. Eu só não fiquei brava porque, bem, eu estava magoada demais para que meu corpo se preocupasse em sentir raiva deste garoto, eu só chorava, chorava e chorava! A minha vontade era de mudar de colégio e nunca mais aparecer na frente de ninguém que estava na minha escola, mas infelizmente eu só pude passar uma semana fora da escola porque meus pais começaram a invocar com as minhas faltas e eu não tive como fugir. Eu só contei para a minha mãe sobre o ocorrido, eu não passaria a vergonha de dizer isto para o meu pai, até porque ele provavelmente riria de mim e diria que este tipo de situação é normal! Eu sei que deveria me acostumar com o tipo de olhar duvidoso sobre meu corpo agora que estou toda deformada com as cicatrizes, mas é difícil para uma garota de dezessete anos perceber que o corpo ficou tão ridículo depois de um acidente que só aconteceu porque ela teimou com as ordens dos pais e pulou a janela do próprio quarto para ir a uma festa encher a cara.

Azul da Cor do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora