Capitulo 30 | Dose De Tequila.

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A L Y S S A

Patética! É assim que eu me sinto depois de ter saído da casa dos avós do Jack após uma mini briga com o neto deles. Eu me sinto mal por isto, apesar de tudo, eu não queria ter um conflito justamente com quem me faz tão bem, mas é claro que eu desafinei e recai no meu mar particular de inseguranças. Jack não tem culpa de nada, sou eu a problemática da "relação" que sequer existe, e agora está ainda mais longe de acontecer já que eu tenho certeza que o Jack está repudiando a minha existência com todo o ódio que existe dentro dele, eu sei disto, sei que ele me odeia com todas as forças. Eu vim direto para o bar, não queria ir para a minha casa e ter que enfrentar uma conversa longa com meus pais já que meu pai está em casa e provavelmente iria me socar se soubesse que eu vim com um motorista de aplicativo. Ele não confia nessas coisas, ainda mais por eu ser mulher e estar andando sozinha no carro de um homem desconhecido. Eu entendo a preocupação dele, mas eu não tive outra alternativa aquela hora! Eu não ficaria trancada na mesma casa que o garoto com quem eu briguei porque ele não quer transar comigo, o clima ficaria estranho e eu provavelmente sentiria a necessidade de cavar um buraco profundo no subterrâneo para me enfiar.

Agora estou aqui, sentada em uma banqueta de bar, tentando ser forte, quando na verdade todo meu instinto está gritando para que eu coloque toda a tequila para dentro de mim e a engula gloriosamente. O cheiro da tequila está me deixando nervosa, eu quero muito beber, minha cabeça está explodindo de dor de cabeça porque eu estou tentando manter o controle da minha mente e pensar positivo, mesmo sabendo que eu sairei daqui carregada e levarei ainda mais vergonha para dentro de casa quando chegar em uma ambulância. Meus pais já me odeiam naturalmente depois do acidente, irão me odiar ainda mais quando perceberem que os remédios que andam aplicando direto nas minhas veias não estão funcionando muito bem. Meu pai terá um colapso se descobrir algo assim, então é melhor que ele definitivamente não fique sabendo do meu estado decadente.

- Eu pensei que eu estivesse ruim, mas você se superou, confesso! O que aconteceu para você estar sentada em um bar cheirando um copo cheio de uísque? - Pergunta Aaron, mas eu ignoro completamente e me jogo para cima dele, abraçando-o forte. Ele treme em surpresa, mas não nega o abraço, ele se enfia entre as minhas pernas e deixa o abraço ainda mais confortável.

- Você me acha bonita? Tipo... atraente? - pergunto, desanimada. Ele solta um suspiro, o que me leva a pensar que eu sou a garota mais patética do universo - desculpa... eu pensei que não fizesse mal, mas parece que cheirar álcool também faz mal para a cabeça.

- Não... não é isso, você apenas me pegou de surpresa! Mas é claro que eu te acho bonita, você é espetacular, Alyssa.

- Mesmo?

- Eu não gosto de ficar elogiando as garotas que meus amigos estão junto, mas sim, você é perfeita! O seu rosto é tão delicado que as vezes fico olhando de longe para conferir os detalhes, só então me lembro que você é a garota do Jack e...

- Eu não sou a garota de ninguém! - reforço, ainda com a bochecha esmagada no peito firme de Aaron. O silêncio se mantém entre nós, apesar da barulheira do bar, parece que nada chega aos meus ouvidos, apenas os batimentos cardíacos dele - Aaron, eu me sinto uma idiota toda vez que eu tento algo com ele e ele me afasta como se eu fosse a garota mais nojenta do mundo!

- Você não é nada disso, Alye. E eu tenho certeza de que Jack concorda comigo, ele só deve estar um pouco nervoso em dar continuidade nas ações, entende?

Azul da Cor do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora