Capitulo 42 | Fala De Novo?

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A A R O N

Eu estou nervoso. Minhas mãos estão trêmulas desde que saí do colégio a tarde, não parei de encher o saco da minha mãe pedindo conselhos de como poderia tornar um encontro bom para uma garota como Alyssa. Ela me deu vários conselhos, entre eles: Não seja apressadinho. Escute-a, dê importância aos mínimos detalhes do que ela fala. Olhe nos olhos dela, as garotas geralmente gostam de ser observadas, mesmo que sejam tímidas em relação a isto. E o principal, torne à noite especial para vocês dois, seja com um agrado, ou também com algo que faça ambos lembrarem do que aconteceu ali. Eu estou ainda mais nervoso, quero explodir! Estou parado em frente o espelho, esguichando perfume no meu pescoço pela vigésima quinta vez por não achar que estou cheiroso o suficiente. Para ser sincero? Nunca fui a um encontra com uma garota que não fosse direto para o motel. Mas Alyssa é importante para mim, eu jamais a levaria para um motel logo de cara, aliás, nem pretendo levá-la em um motel algum dia. Esse tipo de encontro é quando não se quer ter nada sério com a pessoa, e por mais que eu compreenda que ela é apaixonada no Jack, eu quero que a noite de hoje seja pelo menos legal para nós dois. Eu preparei algo para a noite, passei a tarde toda fazendo bolo com a minha mãe, alguns lanches e suco. Vou levar na cestinha de piquenique que usava quando era pequeno, faz tanto tempo que não faço um piquenique, e é claro que eu a levarei para um lugar onde eu costumava ir com meus amigos. Faz muito tempo que não vou até lá, mas me lembro que a vista das estrelas é incrível, e não tenho nenhum outro lugar onde eu queira a levar tanto quanto lá.

Reúno minhas energias positivas, respiro fundo e vou para o carro com a cestinha. Meus pais saíram para jantar, então fiquei sozinho com as minhas paranóias reunidas. Meu pé está doendo pra caramba, meus dedos estão latejando meu osso do tornozelo parece ter se quebrado, mas felizmente foi apenas uma torção simples. Mancando, dou um jeito de me pendurar na porta da frente para conseguir abrir a de trás e deixar a cestinha no banco. Meu nervosismo só aumenta a cada segundo! A cada da Alyssa é muito perto da minha, então não demorará nem cinco minutos até estar lá. Ela já está pronta, mandou-me mensagem a uns dois minutos atrás dizendo estar preparada para hoje, e também me lembro que perguntou se deveria levar alguma coisa, mas eu não respondi. Quero fazer uma surpresa, não quero que ela saiba que faremos um piquenique a noite, o que é bem incomum! Mas a visão que teremos de lá é uma das mais incríveis. O local é longe de toda poluição da cidade, então o céu fica super visível, as estrelas são lindas, mais parecem com um potinho de glitter.

"Estou te esperando aqui. Mas está tudo bem com seu pé? Eu estou preocupada - Princess"

Eu sou o cara mais cafona do mundo em salvar o contato dela assim? Me desculpe pai, me desculpe mãe. Mas esta garota tem todo meu coração em suas mãos e eu sou mesmo cafona, gosto dos mínimos detalhes, não gosto de salvar o nome dela como "Alyssa" pois me parece grosseria, como se eu estivesse gritando. Eu tenho lá minhas paranóias. Deus! Quero que dê tudo certo.

"Eu já estou chegando e, sim, está tudo ótimo com meu pé. O deixei mergulhado na água quente enquanto estava na banheira e me ajudou bastante na dor! Minha mãe fez massagem também, está passando, mas ainda não consigo colocá-lo cem por cento no chão"

"Estamos indo para um lugar calmo, né? Eu não quero que você se machuque mais, Aaron - Princess"

"Sim, um lugar calmo."

Guardo meu celular no bolso e, com meu pé não dolorido, piso fundo no acelerador quando já estou na rua dela. Posso enxergar de longe um pontinho laranja esperando por mim, ela está usando uma calça jeans, uma blusinha de lã colorida, touca cor de cobre e os tênis na mesma coloração. Ah, aliás, esqueci-me de citar que a cor da meia é bege e tem uns pontinhos pretos. Gosto dessa roupa, me lembra um dia quando ela e Martina foram vestidas idênticas no festival de tortas na escola, elas estavam lindas, radiantes! Distribuíam felicidade por onde passavam. Uma pena não terem ganhado o prêmio de melhor torta aquela noite, porque estavam deliciosas as tortas que elas fizeram! Todos tinham uma dupla, e a minha não colaborou muito, Sebastian. Ele não me ajudou em nada na produção das tortas, pelo contrário, só me atrapalhou enquanto ficava comendo pedaços dos ingredientes e não me deixava cozinhar em paz. Aliás, faz tempo que não falo direito com ele, há algum tempo desde que eu e ele nos falamos de verdade além de um bom dia ou um cumprimento qualquer.

Azul da Cor do CéuOnde histórias criam vida. Descubra agora